DEPENDÊNCIA: Caps atende cerca de 150 pacientes por mês -Orestes Carossi Filho
-Na cidade há dois
Caps, um na Belo Horizonte, para dependentes químicos e drogas e outro na
Chapadinha, para transtornos mentais
O
Centro de Atenção Psicossocial (Caps) possui uma equipe multiprofissional que
atende aproximadamente 150 pessoas por mês. Cerca de 70 pessoas ficam o
dia inteiro sob a orientação de especialistas e retornam para a casa de noite.
São atendimentos intensivos para acompanhar e medicar os dependentes.
Outras 80 pessoas vão às unidades em dias alternados ou uma vez por
semana, conforme o caso, afirma a enfermeira Edvania da Silva Wetzl.
“Eles
ficam o dia inteiro com psicólogos, psiquiatras, terapeutas, educadores
físicos e equipe de enfermagem, mas voltam para a casa a noite”, explica. Na
cidade há dois Caps, um na Belo Horizonte, para dependentes químicos e drogas e
outro na Chapadinha, para transtornos mentais.
Itapetininga
não tem leito hospitalar para internação de dependentes químicos. A enfermeira
aponta que a internação compulsória é agressiva. Em sua avaliação, as
internações devem ser feitas só em casos para preservar a vida dos pacientes e
de pessoas que vivem no entorno do dependente. “Só em casos extremos, em que
coloca risco sua vida”, explicou.
“Os
pacientes são atendidos conforme a necessidade. Há casos em que ficam oito
meses na unidade”, explica. Em algumas ocorrências, eles podem ser atendidos em
dois turnos. Tem doentes que são recuperados.” Mas o dependente químico é uma
doença crônica. Há casos de pessoas com seis anos de abstinência, mas que tem
recaída”, lembrou.
Nos
casos em que são verificadas agressões, a família vai ao Ministério Público
para requerer a internação. “A família recorre à promotoria.” Em sua avaliação,
há poucos dependentes nas ruas de Itapetininga. Para não deixar o paciente
excluído, o SOS recolhe os pacientes e oferece abrigo.
No
passado, havia uma prática de internar os pacientes crônicos e muitas vezes a
família esquecia-o. “Eram abandonados.” Por isso, a internação deve ser feita
em casos extremos e quando a atenção dada pelo Caps não deu certo.
“Não
se deve isolar o paciente. Com medicamento adequado, o dependente pode ser
inserido na sociedade. Nós estamos com as portas abertas”, enfatizou. Para melhorar
o atendimento, a coordenadora lembrou que está em discussão a abertura da
terceira unidade do Caps, mas com funcionamento 24h.
Para
Edvania, a melhor política de saúde nesta área ainda é a prevenção. “Todo tipo
de droga causa debilidade.” Desde o álcool como o crack, comenta. Para a
enfermeira, palestras nas salas de aula ainda são o melhor caminho. Além de
práticas esportivas, lazer e atividades artesanais.
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DO INFERNO À SALVAÇÃO: ‘O Crack me
quebrou’, conta ex-dependente -Marco Antônio
Aos 30 anos e pai de três filhos (dois meninos, de 11 e nove
anos e uma menina de seis), o servente Júlio César da Silva Campos passou dez
anos bebendo e usando drogas, principalmente o crack. A dependência química o
levou a separa-se da família e a morar nas ruas. Com vergonha dos filhos,
escondia-se para que eles não o vissem. Caçula de sete irmãos, viu três deles
perderem a vida por causa da droga; uma quara irmã também envolveu-se com o
tráfico de entorpecentes e acabou presa, saindo recentemente da cadeia.
Depois de chegar ao fundo do poço e ficar acordado durante
dias, vagando pelas ruas, inclusive da Capital, Campos conheceu uma instituição
que acolhe moradores de rua em Itapetininga. Depois de ficar um ano no local, o
servente saiu em dezembro do ano passado, arrumou emprego registrado (pela
primeira vez na vida) e tem esperança de reconstruir a vida. Atualmente, já
visita e passa tempo com os filhos, para quem é um herói.
Início
“Comecei a beber cerveja aos 19 anos, quando ainda era
namorado da minha esposa”, conta o servente. Da cerveja para o álcool (pinga)
foi um passo e daí para a maconha, “apresentada” por amigos. Depois, conheceu a
“farinha” (cocaína), passando a cheirar thiner e, finalmente, o crack. “Aí,
quebrou tudo”, lembra o servente, que perdeu a mãe aos seis meses de vida e foi
criado por uma tia.
“Eu fazia de tudo um pouco como servente. Recebia toda a
sexta-feira e ia para o bar, beber. Os amigos chegavam e perguntavam se eu
queria ir cheirar crack. Eu ia e, enquanto tinha dinheiro, ficava lá. Chegava
em casa e minha mulher perguntava do dinheiro; aí a gente brigava. Eu dizia que
tinha bebido, mas na verdade tinha fumado”, conta Campos. A situação foi
piorando até tornar-se insustentável. “Eu pedia para ela me dar força, que iria
parar, mas não conseguia. Ela tentou me ajudar mas no final pediu a separação”.
O servente lembra que, a essa altura, já estava se afastando da família.
Fundo do poço
Júlio César Campos relata que, com a separação, “aí tudo
caiu mesmo. Passeu três meses na rua, mas consegui emprego e o patrão me levou
para São Paulo. Lá, um primo me levou para conhecer a favela, e voltei às
drogas e para as ruas (foi despedido)”. Um irmão do servente foi até a capital
para ajudá-lo, mas acabou se envolvendo nas drogas também. “Meu irmão conseguiu
voltar para Itapetininga e depois voltou para São Paulo para tentar me tirar.
Eu disse para ele esperar um pouco e fui até a favela pegar mais droga; acabei
ficando lá e meu irmão veio embora, cansado de me esperar”.
Completamente sozinho, Campos passava dias vagando pelas
ruas, sem dormir, mas não sentia medo. Um dia, conseguiu ajuda para voltar para
Itapetininga, mas não a tempo de falar com o irmão, que morreu logo em seguida,
devido ao envolvimento com o crack. “Ele tinha câncer e mistura os remédios com
o crack”, diz o servente; ele próprio contraiu tuberculose devido ao uso de
droga.
Clamando a Deus
Quando a esperança estava acabando, o rapaz clamou a Deus,
pedindo ajuda. “Eu via as pessoas passarem felizes indo para a igreja. Então pedi
ajuda a Deus, achava que a religião poderia me salvar. Eu não era religioso e
mal sabia ler, mas também queria muito ver meus filhos; recomeçar a minha vida.
A fé, a esperança, e a vontade de ver minha família me salvaram”, conta o
servente.
FERREIRA GULLAR: Um confuso bate-boca
O fato mesmo é o seguinte: não há
produção e venda de mercadoria alguma se não houver consumidor
Um novo projeto de lei, que deve ser
votado pelo Congresso em fevereiro, trouxe de novo à discussão o problema das drogas:
reprimir ou descriminalizar?
Esse projeto
pretende tornar mais severa a repressão ao tráfico e ao uso de drogas, alegando
ser esse o desejo da sociedade. Quem a ele se opõe argumenta com o fato de que
a repressão, tanto ao tráfico quanto ao uso de drogas, não impediu que ambos
aumentassem.
Quem se opõe
à repressão considera, com razão, não ter cabimento meter na prisão pessoas
que, na verdade, são doentes, dependentes, consumidores patológicos. Devem ser
tratados, e não encarcerados. No entanto, quem defende o tratamento em vez da
prisão se opõe à internação compulsória do usuário porque, a seu ver, isso
atenta contra a liberdade do indivíduo.
Esse é um
debate que não chega a nada nem pode chegar. Se você for esperar que uma pessoa
surtada aceite ser internada para tratamento, perderá seu tempo.
Pergunto: um
pai, que interna compulsoriamente um filho em estado delirante, atenta contra
sua liberdade individual? Deve, então, deixar que se jogue pela janela ou
agrida alguém? Está evidente que, ao interná-lo, faz aquilo que ele, surtado,
não tem capacidade de fazer.
Mas a
discussão não acaba aí. Todas as pessoas que consomem bebidas alcoólicas são
alcoólatras? Claro que não. A vasta maioria, que consome os milhões de litros
dessas bebidas, bebe socialmente. Pois bem, com as drogas é a mesma coisa: a
maioria que as consome não é doente, consome-as socialmente, e muitos desses
consumidores são gente fina, executivos de empresas, universitários etc..
Só que a
polícia quase nunca chega a eles, pois estes não vão às bocas de fumo comprar
drogas. Sem correrem quaisquer riscos, as recebem e as usam. Ninguém vai me
convencer de que os milhões de reais que circulam no comércio das drogas são
apenas dinheiro de pé-rapado que a polícia prende nas favelas ou debaixo dos
viadutos.
Outro
argumento falacioso dos que defendem a descriminalização das drogas é o de que
a repressão ao tráfico e ao consumo não deu qualquer resultado positivo. Pelo
contrário -argumentam eles-, o tráfico e o consumo só aumentaram.
É verdade,
mas, se por isso devemos acabar com o combate ao comércio de drogas, deve-se
também parar de combater o crime em geral, já que, embora o sistema judicial e
o prisional existam há séculos, a criminalidade só tem aumentado em todo o
planeta. Seria, evidentemente, um disparate. Não obstante, esse é o argumento
utilizado para justificar a descriminalização das drogas.
A maneira
certa de encarar tal questão é compreender que nem todos os problemas têm
solução definitiva e, por isso mesmo, exigem combate permanente e incessante.
A verdade é
que, no caso do tráfico, como no da criminalidade em geral, se é certo que a
repressão não os extingue, limita-lhes a expansão. Pior seria se agissem à
solta.
Quantas
toneladas de cocaína, crack e maconha são apreendidas mensalmente só no Brasil?
Apesar disso, a verdade é que cresce o número de usuários de drogas e,
consequentemente, a produção delas. Os traficantes têm plena consciência disso,
tanto que, para garantir a manutenção e o crescimento de seu mercado, implantam
gente sua nas escolas a fim de aliciar meninos de oito, dez anos de idade.
Por tudo
isso, deve-se reconhecer que o combate ao tráfico é particularmente difícil, já
que, nesse caso, a vítima -isto é, o consumidor- alia-se ao criminoso contra a
polícia. Ou seja, ela inventa meios e modos para conseguir que a droga chegue
às suas mãos, anulando, assim, a ação policial.
O certo é que
este bate-boca não leva a nada. O fato mesmo é o seguinte: não há produção e
venda de mercadoria alguma se não houver consumidor.
Só se fabricam
automóvel e geladeira porque há quem os compre. O mesmo ocorre com as drogas:
só há produção e tráfico de drogas porque há quem as consuma. Logo, a maneira
eficaz de combater o tráfico de drogas é reduzindo-lhe o consumo.
E a maneira
de conseguir isso é por meio de uma campanha de âmbito nacional e
internacional, maciça, mostrando às novas gerações -principalmente aos
adolescentes- que a droga destrói sua vida.
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A televisão, primeira mídia de informação
Encontramo-nos numa virada da
história da informação. No seio da mídia, desde a guerra do Golfo em 1971, a
televisão assumiu o poder. Ela não é apenas a primeira mídia de lazer e de
diversão, mas também, agora, a primeira mídia de informação. No momento atual,
é ela que dá o tom, que determina a importância das notícias, que fixa os temas
da atualidade. Ainda há pouco tempo, o telejornal (TJ ) da noite era organizado
à base das informações que apareciam, no mesmo dia, na imprensa escrita. O TJ
imitava, copiava a imprensa escrita. Nele se encontrava a mesma classificação
da informação, a mesma arquitetura, a mesma hierarquia. Agora, é o inverso: é a
televisão que dita, é ela que impõe sua ordem e obriga os outros meios, em
particular a imprensa escrita, a segui-la. (...)
Se a
televisão assim se impôs, foi não só porque ela apresenta um espetáculo, mas
também porque ela se tornou um meio de informação mais rápido do que os outros,
tecnologicamente apta, desde o fim dos anos 80, pelo sinal dos satélites, a
transmitir imagens instantaneamente, à velocidade da luz.
Tomando a
dianteira na hierarquia da mídia, a televisão impõe aos outros meios de
informação suas próprias perversões, em primeiro lugar com seu fascínio pela
imagem. E com esta ideia básica: só o visível merece informação; o que não é
visível e não tem imagem não é televisível, portanto não existe midiaticamente.
Os eventos
produtores de imagens fortes - violências, guerras, catástrofes, sofrimentos de
todo tipo – tomam portanto a preeminência na atualidade: eles se impõem aos
outros assuntos mesmo que, em termos absolutos, sua importância seja
secundária. O choque emocional provocado pelas imagens da TV – sobretudo
aquelas de aflição, de sofrimento e de morte – não tem comparação com aquele
que os outros meios podem provocar. Até mesmo a fotografia ( basta pensar na
crise atual da fotorreportagem, cada vez mais suplantada pelo people e pelas peripécias da vida das
celebridades ). Obrigada a continuar, a imprensa escrita pensa então que pode
recriar a emoção sentida pelos telespectadores publicando textos ( reportagens,
testemunhos, confissões ) que atuam, da mesma maneira que as imagens, no
registro afetivo e sentimental, dirigidas ao coração, à emoção e não à razão e
à inteligência. Por isso, mesmo os meios considerados sérios chegam a
negligenciar crises graves, que nenhuma imagem permite fazer existir
concretamente.
Ramonet, Ignácio. A tirania da comunicação, Petrópolis:
Vozes, 2001
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Coesão textual
Elementos de coesão textual
Elementos de coesão textual
Considere os enunciados abaixo:
A maioria dos
professores, de qualquer grau, concorda que os alunos não lêem, não gostam de
ler e têm dificuldades para compreender o texto escrito.
Muitos relutam em
assumir sua parcela de responsabilidade na formação do aluno leitor.
A escola deveria ser o
local de “aprendizado da leitura” por
excelência.
A escola acaba atuando
ao contrário.
A escola usa o texto
fragmentado (muitas vezes sem referência de título autor).
O texto aparece no
livro didático apenas como escada para o ensino de gramática.
O professor, na
verdade, acaba “ensinando” que a leitura é uma atividade chata, inútil e que
provoca sofrimento.
Considere, agora, estes enunciados:
A maioria dos professores, de qualquer grau, concorda que
os alunos não lêem, não gostam de ler e têm dificuldades para compreender o
texto escrito, porém muitos relutam em assumir sua parcela de
responsabilidade na formação do aluno leitor. Assim, a escola, que deveria ser o local de “aprendizado da
leitura” por excelência, acaba atuando ao contrário: ao usar o texto
fragmentado (muitas vezes sem referência de título e autor) que aparece
no livro didático apenas como escada para o ensino de gramática, o professor,
na verdade, acaba “ensinando” que a leitura é uma atividade chata, inútil e que
provoca sofrimento.
Fonte: Isabel S. Sampaio, Professora de Comunicação e Expressão
na Universidade São Francisco e doutoranda em Educação.
Agora podemos perceber o assunto bem como a relação entre as idéias, pois
as frases estão interligadas umas às outras. Esse conjunto de frases constitui um
texto. Não se trata de frases soltas, sem conexão, sem ligação, sem coesão.
A relação entre os
enunciados é obtida por meio do emprego de certas palavras.
— Ao criar uma relação de oposição, a conjunção porém
estabelece a conexão com a próxima frase;
— A conjunção assim estabelece relação de conclusão em
relação aos enunciados anteriores;
— O pronome relativo que retoma o termo escola;
— O segundo pronome relativo destacado (que) retoma
o termo texto fragmentado.
Assim sendo,
Coesão é a ligação, a conexão que ocorre entre os vários
enunciados que compõem um texto.
São diversos os
recursos que asseguram a coesão textual. Há mecanismos que estabelecem relações
entre palavras, entre períodos e entre orações dentro de um mesmo período.
Esses mecanismos são formados por conjunções, preposições, pronomes, entre
outros.
RELAÇÃO
DE CONECTIVOS
1)
Indicadores de
oposição branda, contraste, adversidade – mas, porém, contudo, todavia,
entretanto, no entanto, embora, contra, apesar de, não obstante, ao contrário
etc.
2)
Indicadores de
oposição - embora,
conquanto, muito embora, apesar de, a despeito de, não obstante, malgrado a,
sem embargo de, se bem que, mesmo que, ainda que, em que pese, posto que, por
mais que, por muito que.
3)
Indicadores de causa
e conseqüência – porque,
pois, dado, visto, com, visto que, em virtude de, uma vez que, devido a, por
motivo de, graças a, em razão de, em decorrência de, por causa de, por
porquanto.
4)
Indicadores de
conseqüência imprevista - tão, tal, tamanho, tanto..., que, de modo que, de forma
que, de maneira que, de sorte que, tanto que.
5)
Indicadores de
finalidade – a
fim de, a fim de que, com o intuito de, para a, com o objetivo de etc.
6)
Indicadores de
esclarecimento – vale
dizer, ou seja, quer dizer, isto é etc.
7)
Indicadores de
proporção – à
medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, a menos
que etc.
8)
Indicadores de tempo
– em
pouco / muito tempo, logo que, assim que, antes que, depois que, quando, sempre
que, etc.
9)
Indicadores de
condição – se,
caso, contanto que, a não ser que, a menos que etc.
10)
Indicadores de
conclusão ou conseqüência lógica – portanto, então, assim, logo, por isso, por
conseguinte, pois, de modo que, em vista disso etc.
11)
Indicadores de restrição
– que.
12)
Indicadores de adição
- e,
nem, não só... Mas também, tanto... como, não apenas... Como.
13)
Indicadores de alternância
– ou,
nem... nem, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja.
14)
Indicadores de
conformidade - conforme,
segundo, consoante, como, de acordo com, em conformidade com.
15)
Indicadores de comparação
- como,
qual, do mesmo modo que, como se, assim como, tal como.
Observe estes exemplos:
1. Perto da faculdade havia uma lanchonete.
Costumávamos ir lá depois
das aulas.
O advérbio lá retoma uma informação
contida na primeira sentença (lanchonete), garantindo, assim, a coesão entre os
dois enunciados.
2. Bill Clinton tem evitado os repórteres. O presidente americano prefere não fazer declarações
no momento.
O presidente americano é o próprio Bili Clinton: o uso do sinônimo na segunda sentença
garante a conexão (coesão) com a
primeira.
3. Ricardo
diz que está muito feliz no novo emprego. O pai dele não acha que isso seja verdade.
Há conexão entre os
dois enunciados porque o pronome isso substitui todo o segmento sublinhador
no primeiro enunciado. O possessivo dele se refere a Ricardo.
EXERCÍCIOS:
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|
“Cientistas de diversos
países decidiram abraçar, em 1990, um projeto ambicioso: identificar
todo o código genético contido nas células humanas (cerca três bilhões de
caracteres). O objetivo principal de tal iniciativa é compreender melhor o
funcionamento da vida, e, conseqüentemente, a forma mais eficaz de curar as
doenças que nos ameaçam. Como é esse código que define como somos, desde a cor
dos cabelos até o tamanho dos pés, o trabalho com amostras genéticas colhidas
em várias partes do mundo está ajudando também a entender as diferenças entre
as etnias humanas. Chamado de Projeto Genoma Humano, desde seu início ele não
parou de produzir novidades científicas. A mais importante delas é a
confirmação de que o homem surgiu realmente na África e se espalhou pelo resto
do planeta. A pesquisa contribuiu também para derrubar velhas teorias sobre a
superioridade racial e está provando que o racismo não tem nenhuma base
científica. É mais uma construção social e cultural. O que percebemos como
diferenças raciais são apenas adaptações biológicas às condições geográficas.
Originalmente o ser humano é um só.” Fonte:
Istoé, 15 jan. 1997.
Assinale o item em que
não há correspondência entre os dois elementos.
a) “tal iniciativa” (1.
4) refere-se a projeto ambicioso.
b) “ele” (1. 7)
refere-se a Projeto Genoma Humano.
c) “delas” (1. 8)
refere-se a novidades científicas.
d) “A pesquisa” (1. 9) refere-se a Projeto Genoma Humano.
e) “É mais” (1. 11) refere-se à pesquisa.
2. Monte a ordem em que
os fragmentos devem ser dispostos para se obter um texto com coesão, coerência
e correta progressão de idéias.
TEXTO 1
1. Não apenas os manuais de história, mas todas as práticas educativas da
escola são transmitidas a partir de uma visão etnocêntrica.
2. O sistema escolar brasileiro ignora a multiplicidade de etnias que habita o
País.
4. Deve-se incluir na
justificação da evasão escolar a violência com que se agride a dimensão étnica
dos alunos negros.
5. Estes, se querem permanecer na escola branca, têm de
afastar de si marcas culturais e históricas.
6. E branca porque existe a partir de um ponto de vista branco.
Fonte: adaptado de Edson Lopes Cardoso.
TEXTO 2
1. Por uma década, Darcy acompanhou 106.000 estudantes de 10 a 20 anos em seis
estados.
2. “O projeto está em implantação em escolas de Minas Gerais
e eu vou levá-lo ao Congresso Nacional”, diz o médico.
3. E constatou que os jovens que tomavam café todos os
dias apresentavam menor incidência de depressão e dependência química.
4. Mas uma pesquisa do médico Darcy Roberto Lima, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem reabilitar a fama do cafezinho.
5. Darcy está empenhado agora em incentivar as
escolas a incluir na merenda o café com leite.
6. O café já foi considerado inimigo do coração por culpa
da cafeína.
Fonte: adaptado de Superinteressante,
ago. 2001.
TEXTO 3
1. Por todas
essas qualidades, no antigo Egito, o ouro já era o material favorito para a
fabricação de jóias e outros ornamentos — e, desde então, nunca deixou de estar
associado a símbolos de prestígio e poder.
2. Com a depressão
econômica da década de 1930, o ouro deixou de ser a principal medida de
riqueza de um país, mas permanece um dos investimentos mais procurados, com sua
cotação publicada diariamente nos jornais.
3. “Sua raridade também
faz com que seja extremamente valioso. Se existisse em abundância, isso não aconteceria”,
afirma Maílson da Nóbrega.
4. O mais maleável de
todos os metais não corrói: é praticamente indestrutível. Quase sempre é
encontrado em estado puro na natureza e chama a atenção pela beleza da sua cor
e do seu brilho.
5. Cerca de 40% do
ouro mundial passou a ser reservado, então, pelos bancos centrais das nações
mais ricas, como garantia de valor do seu dinheiro.
6. O chamado lastro de ouro, como valor de referência para moedas nacionais,
porém, só foi adotado em 1821 pela Inglaterra — antes disso, a prata era
o metal monetário por excelência.
Fonte: Supei-intereesante, p. 44, maio 2001.
3- Em cada questão a seguir (1 a 10), um período é apresentado.
Você deve assinalar a opção (a, b ou c) em que a oração destacada estabelece o
mesmo tipo de relação existente no período apresentado. Observe o exemplo:
Exemplo:
Visto que todos já haviam partido, não havia mais nada a fazer.
— A oração destacada acima apresenta uma relação
de CAUSA. Nas opções abaixo, apenas um período apresenta relação de causa.
Observe:
a) Todos saíram mais cedo a fim de que pudessem ir ao
cinema.
— Relação de FINALIDADE.
b) Naquele dia, ele realmente ficou muito cansado, porque
correu demais.
— Relação de CAUSA.
c) Embora nada mais pudesse ser feito, todos resolveram ficar até mais tarde.
— Relação de CONCESSÃO.
Portanto, a opção correta é B.
3.1. Com certeza a
crise irá se aprofundar muito, a menos que providências imediatas sejam
tomadas.
a) Eu voltaria a pensar na possibilidade de trabalharmos
juntos se ele me pedisse desculpas.
b) Providências imediatas devem ser tomadas a fim de
que a crise possa ser evitada.
c) A crise é tão profunda, que infelizmente nada mais pode ser feito.
3.2. Explicamos ao diretor que procuramos agir conforme as instruções que
recebemos do supervisor.
a) Segundo fomos informados,
nada mais poderia ser feito naquele caso.
b) Não
sabíamos como agir, pois o diretor não nos deu instruções sobre o caso.
c) Se recebermos instruções
do supervisor, agiremos de acordo com elas.
3.3. À medida que avançava em direção ao litoral, mais insuportável
ficava o calor.
a) Quando chega o verão, o calor fica realmente insuportável.
b) Avançamos em direção ao litoral a fim deque
pudéssemosver o pôr-do-sol.
c) Quanto mais falava, menos interessados os alunos ficavam.
3.4. Enquanto o diretor conversava com os professores,
o secretário da
escola onversava com os pais dos alunos.
a) Os alunos foram
conversar com os professores a fim de que a data da prova pudesse ser alterada.
b) O secretário da escola conversou com
os pais dos alunos, pois o diretor não pôde comparecer.
c) Assim que o secretário terminou a reunião, todos
retomaram o trabalho.
3.5. Visto que a situação
era realmente muito delicada, o presidente convocou uma
reunião extraordinária naquela mesma tarde.
a) Desde que seu estado de saúde é muito grave, é
melhor interná-lo em um hospital.
b) O presidente
convocou uma reunião extraordinária naquela mesma tarde para que o problema pudesse
ser resolvido definitivamente.
c) Assim que a reunião
começou, todos perceberam que o problema era realmente delicado.
4. Junte os pares de orações abaixo, iniciando conforme se sugere, de tal
forma que entre elas se estabeleça a relação indicada. Faça as alterações que
forem necessárias.
4.1. Relação de conseqüência
a) O dia estava tão frio.
b) Resolvemos ficar em casa.
O dia estava tão frio ___________________________________________________
4.2. Relação de concessão
a) Seu projeto foi recusado.
b) As explicações foram convincentes.
Embora_______________________________________________________________________
4.3. Relação de finalidade
a) Resolvemos ficar em casa.
b) Assim poderíamos descansar.
Resolvemos ficar em casa________________________________________________________
4.4. Relação de concessão
a) Houve vários imprevistos durante a viagem.
b) Tudo foi cuidadosamente planejado.
Embora_______________________________________________________________________
5. Complete os períodos
abaixo com palavras adequadas.
5.1. Nossos alunos lêem pouco, visto que __________________________________________
5.2. Nossos alunos lêem pouco, portanto
__________________________________________
5.3. Nossos alunos lêem pouco, entretanto ________________________________________
5.4. Nossos alunos lêem quando ________________________________________________
5.5. Devemos levar o projeto adiante embora
______________________________________
6. As questões seguintes apresentam um período que você deve modificar,
iniciando-o conforme se sugere, mas sem alterar a idéia contida no primeiro.
6.1. Todos foram para casa mais cedo, pois haveria muito
trabalho no dia seguinte.
Haveria muito trabalho no dia seguinte, _____________________________________________
_____________________________________________________________________________.
6.2. Embora houvesse poucos funcionários disponíveis, o
relatório foi concluído dentro do prazo estabelecido.
Havia poucos funcionários, ________________________________________________________
______________________________________________________________________________
6.3. Não havia verba suficiente, por isso o projeto foi
cancelado.
O projeto foi cancelado, _________________________________________________________.
7. Leia o texto abaixo e
responda as questões:
A ONDA DA CLOROFILA
Vários produtos estão
chegando ao mercado com um ingrediente esquisito: a clorofila. A molécula das
plantas que permite a fotossíntese é utilizad como corante, para tingir de
verde o creme dental, por exemplo. Sabe-se que ela é quase igual à hemoglobina
do sangue dos animais. Por isso, naturalistas tomam “suco de clorofila” (às
vezes feitos de capim!) para “renovar o sangue” e dar energia. A verdade é que
o corpo humano não absorve a molécula de clorofila em si. Ou seja, o sangue não
fica renovado. Isso não quer dizer que os produtos de clorofila não façam bem.
Independente da presença da substância, a ingestão de qualquer coisa foi feita
com verduras é benéfica. “O suco leva uma quantidade enorme de folhas”, afirma
a nutricionista paulista Cynthia Antonaccio. “O resultado é uma grande
concentração de nutrientes, que equivalem a vários pratos de salada.” Só não vá
achar que escovando os dentes com clorofila você estará aprendendo a fazer
fotossíntese...
Fonte: Superinteressante, Out. 2001.
7.1. A que elementos do texto se referem os termos
destacados abaixo:
a) a molécula das plantas que permite a fotossíntese (1. 2): ____________________________
b) ela (1. 3): __________________________________________________________________
e) isso (1. 6): _________________________________________________________________
d) substância (1. 7): ___________________________________________________________
7.2. O pronome relativo que (1. 2) pode ser substituído
no texto acima por:
a) o qual
b) a qual
c) os quais
d) as quais
7.3. Ela é quase igual à hemoglobina do sangue dos
animais. Por isso, naturalistas tomam “suco de clorofila” para “renovar o
sangue” e dar energia.
Mantendo o sentido original, reescreva o trecho acima,
iniciando-o conforme sugerido. Utilize as expressões indicadas entre
parênteses:
a) Como ela é _________________________________________________________________
____________________________________________________. (a
fim de)
b) A fim de “renovar o sangue”
___________________________________________________
____________________________________________________________________
(visto que)
8. Marque a opção que completa, de forma lógica e gramaticalmente coesa, o
trecho fornecido.
O Centro de Tratamento
Intensivo do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo , atende por
ano mais de 500 crianças carentes e com doenças graves. Elas recebem tratamentos
sofisticados. Como os recursos públicos não são suficientes para manter essa qualidade,
a) e o número de
crianças doentes aumenta constantemente, o Instituto tem sido cada vez mais
procurado por pais cujos filhos que necessitam de tratamento especializado e
com urgência.
b) o Instituto decidiu,
já a partir da próxima semana, criar uma campanha de arrecadação de fundos a
fim de continuar mantendo a qualidade do atendimento.
c) o Instituto pretende
contratar mais médicos e enfermeiros a fim de manter o padrão de qualidade,
pois o número de crianças doentes vem aumentando.
d) que sempre foi
característica dessa instituição, cujo esforço no tratamento das crianças tem
sido máximo.
Fonte: Istoé, 18 abr. 2001.
Outros elementos de coesão textual
A coesão também pode ser obtida por meio de conjunções —
palavras que ligam orações em um período composto. Ao ligar orações, as
conjunções estabelecem entre elas uma relacão de sentido.
Observe os exemplos:
Ele estudava bastante PARA QUE fosse aprovado no concurso. (Relação de
FINALIDADE)
Ele estudou tanto QUE
foi aprovado no concurso.
Relação de CONSEQÜÊNCIA
Ele foi aprovado no concurso, pois estudou bastante.
Relação de causa
Ele estudou bastante, PORTANTO foi aprovado no concurso. (Relação
de CONCLUSÃO)
Ele será aprovado no concurso SE
estudar bastante.
Relação de CONDIÇÃO
Ele passará no concurso QUANDO estudar
bastante.
Relação de TEMPO
Ele não foi aprovado no concurso EMBORA
tenha estudado bastante. (Relação de CONCESSÃO)
A coesão deixa de existir quando a conjunção
empregada não corresponde à relação existente entre as orações do período.
Nesse caso, a construção também perderá sua coerência, ou seja, seu sentido
lógico.
Leia os exemplos abaixo:
1. Ele estudou bastante, POR ISS0 foi reprovado no concurso. (??)
2. Ele estudou muito, PORÉM foi aprovado no
concurso. (??)
3. EMBORA o ar esteja muito seco e o nível de
poluição esteja alto, as pessoas estão com problemas respiratórios. (??)
Observe a falta de coesão e a conseqüente falta de
coerência nas construções acima. Assim, é fundamental recapitular as relações
possíveis no período composto, bem como as conjunções que exprimem essas
relações.
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MILHO
DE PIPOCA
A transformação do
milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem
passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca
não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O
milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprio para comer. Mas a
transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa
pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece
com a gente. As grandes transformações ocorrem quando passamos pelo fogo, caso
contrário, continuaremos do mesmo jeito, a vida inteira. O fogo é quando a vida
nos lança numa situação que nunca imaginamos. Pode ser o fogo de fora: perder
um amor, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico,
medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Junto ao fogo
vem a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a
pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua
hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura fechada em si mesma, ela não
pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a mudança que está sendo
preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio,
a grande transformação acontece: BUM! E
ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente do que ela mesma
nunca havia sonhado.
Piruá é o milho
de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o
fogo esquente, recusam-se a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais
maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura
casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca e macia. Terminado o estouro alegre da
pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada.
O que você
quer ser?
Uma
pipoca estourada ou
um piruá?
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SER OU NÃO SER? EIS A QUESTÃO
Sempre que uma
pessoa afirma, confiantemente, “eu sou assim”, note que ela está simplesmente
procurando uma desculpa para um comportamento que ela própria sabe não ser o
melhor. Quando faltam argumentos e uma razão real, objetiva e emocionalmente
integrada, alguns somente repetem o velho e “seguro” chavão: “eu sou assim” e
continuam a fazer as coisas da mesma forma. Isso é chamado de crença no
determinismo genético. Quem diz isso abdica de qualquer responsabilidade sobre si
mesma, jogando a “culpa” na genética ou nos deuses, como se a própria pessoa
não tivesse meios de alterar sua vida.
Existe um meio
melhor. Quem diz eu sou assim, faz de conta que não está pensando, faz de conta
que não possui liberdade de escolha, faz de conta que há algo programado,
dentro dela, e que não existem meios de alterar essa programação. A quase
totalidade das pessoas que insistem em dizer eu sou assim, têm receio de mudar
e são complacentes com elas próprias, agindo como um avestruz e colocando a
cabeça em um buraco, no chão. . .
Mas nós nunca
“somos” coisa alguma. Sempre estamos. Estamos jovens, estamos sadios, estamos acordados,
estamos educados, estamos esforçados, estamos atentos, estamos felizes e assim
por diante. O que “está” pode ser mudado, mas o que “é” não pode.
Há uma enorme
diferença entre “ser e estar”. Quando dizemos que estamos sem dinheiro, estamos
solitários, estamos tristes, estamos sem imaginação, estamos com problemas . .
. deixamos claro para os outros ( e para nós mesmos) que esta é uma condição
transitória e que estamos trabalhando para mudar o quadro. Dizer: “eu estou
acima do peso” é muito diferente de dizer “eu sou gordo”. Quando usamos o verbo
“ser”, definimos uma condição de vida que independe de nossa vontade. Sou do
planeta Terra -- uma condição imutável. Estou na França- - é uma condição
transitória.
Escute o que você
diz para os outros e para sua própria mente. Se você disser algo começando com
a frase “eu sou assim mesmo. . .” verifique imediatamente se não está somente
tentando explica o inexplicável para seu próprio coração. Não tente se enganar,
porque, no fundo, você vai saber que é uma afirmação falsa.
Somente quem muda,
sobrevive. Como diz William Shakespeare: Ser ou não ser? Eis a questão.
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OBSERVAÇÃO: NÃO ESTÁ NA ORDEM EM QUE FOI APRESENTADO EM SALA DE AULA.