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2 de nov. de 2014

02/11/2014 - Atividade Física Aplicada a P. N. E. / TEXTO - HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA (2002)


RECHINELI, A. O Fenômeno da inclusão na educação física escolar: o discurso dos professores de Itapetininga. Piracicaba,SP: [s.n.], 2008. Dissertação (Mestrado em Educação Física – Área de concentração Corporeidade, Pedagogia do Movimento e Lazer) – Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade Metodista de Piracicaba, 2008. (p.63-67)


Educação Física Inclusiva: que Educação Física é esta?

Uma Educação Física em que o professor deverá trabalhar as diferenças dos alunos no sentido de minimizá-las, propondo tarefas em que as crianças com maiores dificuldades tenham oportunidade de expor suas angústias e medos, para juntos, professor, criança e colegas, superarem seus próprios limites.
Nesse sentido, a Educação Física Inclusiva com base epistemológica na Ciência da Motricidade Humana, não pode desconsiderar o humano do homem ao ensinar seus conteúdos específicos e, segundo Moreira (2006, p. 75):

[...] não devendo mais possibilitar uma aprendizagem apenas nos movimentos mecânicos para a realização dos exercícios físicos. Jogar, praticar esportes, dançar – tudo isso é muito mais do que treinar o corpo na repetição de movimentos. É movimentar-se no sentido da busca permanente das autonomias possíveis.

Dessa forma acredito na possibilidade de promover a Educação Física para as PD, com base nos princípios da Ciência da Motricidade Humana que, ao estudar o ser humano que se movimenta intencionalmente na direção de sua auto-superação, não classifica esse ser humano em deficiente ou eficiente, pois conforme Gaio e Cione (2006, p. 92):

Um corpo que se manifesta, seja ele possuidor de algumas diferenças biológicas ou não, é movido por intenções. Assim, apesar de estarmos muitas vezes presos a paradigmas de movimentação, não devemos e não podemos descartar as possibilidades de, por exemplo, uma pessoa tetraplégica dançar, um cego correr, um surdo-mudo se expressar, pois o corpo é deficiente, mas a corporeidade não pode ser tratada como tal!

A corporeidade é expressa no conjunto das manifestações corpóreas como dançar, jogar, lutar, entre outras, sendo que as mesmas constituem-se de físico, afetivo, social e cognitivo. Viver a corporeidade é viver todas as dimensões humanas em todas as situações vividas e, as PD podem e devem usufruir dessas manifestações, visto que seus corpos, independentemente das limitações, estão repletos de potencial, basta que lhes sejam oportunizadas as possibilidades de demonstrá-lo através das aulas de Educação Física Inclusiva.
Não com a intenção de concluir, ao contrário, de instigar, retomo as colocações iniciais em que me propus analisar os corpos das PD em três momentos distintos: deficiente no passado, eficiente no presente e diferente no futuro.
No passado, confirmando a exclusão dos corpos deficientes, historicamente renegados, inferiorizados, subestimados, estigmatizados por décadas.
No presente, evidenciando a eficiência destes corpos a partir do momento em que lhes são dadas as oportunidades de participação.
No futuro, que no meu entender se faz agora, refletindo sobre os corpos diferentes, analisados através da perspectiva da motricidade humana, respeitados em sua complexidade, compreendidos como seres humanos que, em sua totalidade pensam, sentem, aprendem, deslocam-se através do movimento no tempo e no espaço com uma intenção, vivem a própria história em busca da superação, transcendendo a cada oportunidade vivida.
Para tanto, faço minhas as palavras de Lenine que em sua composição intitulada Paciência, declara a urgência na mudança do estilo de vida atual do ser humano que está se tornando cada vez mais insensível, preocupado apenas com a própria sobrevivência, mas é possível sobreviver só?
Mudar é difícil, quebrar paradigmas causa desconforto, medo, mas tentar não dói, somente pede paciência.

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando um corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que tudo isso é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando um corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, que a vida não para, não para não.



n  Educação Física que busca critérios nos princípios da diversidade, possibilidades de acesso ao conhecimento produzido pela humanidade na área da cultura corporal de movimento e, que atende, não só de direito, mas de fato, a todos que dela participam, abandonando efetivamente a idéia do aluno padrão.

n  Ajustar as formas de trabalho para que estas atinjam a todos os alunos da classe, utilizando estratégias da Educação Física Regular juntamente com as da Educação Física Adaptada para que se torne inclusiva.

n  Participar de um processo inclusivo é para Pedrinelli e Verenguer (2005, p.19) “estar predisposto a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros em uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e ações”.

n  Na Educação Física Inclusiva o professor deverá trabalhar as diferenças dos alunos no sentido de re-significá-las/respeitá-las, propondo tarefas em que as crianças com maiores dificuldades tenham oportunidade de expor suas angústias e medos, para que juntos, professor, criança e colegas, superem limites.

n  Nabeiro (2007) propõe numa relação com o plantio:
n  Educação Física Regular representa a terra;
n  Educação Física Adaptada e suas estratégias o adubo
n  Inclusão no papel da semente.

n  Afirma que a Educação Física Regular, adequadamente desenvolvida, se torna terreno fértil para o plantio da semente, ou seja, somando os conhecimentos adquiridos na Educação Física Regular, com as estratégias da Educação Física Adaptada juntamente com as especificidades da inclusão, é possível desenvolver o que denomina de Educação Física Inclusiva.


n  De acordo com Nabeiro (2002), na Educação Física Inclusiva encontramos alunos com deficiências nas turmas regulares alterando o contexto ambiental desta área, portanto, esta nova situação demanda novas estratégias de ensino, mas principalmente novos valores, conceitos e visão de ser humano incluindo as PD.

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