PESQUISE USANDO AS DATAS DAS MATÉRIAS:

13 de set. de 2014

08/09/2014 - APOSTILAS QUE SERÃO USADAS NAS AULAS DE PRATICA DE ENSINO:


ATENÇÃO:

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QUE SE OBSERVAR BEM ESSA PAGINA PODE SER ENCONTRADA NA PARTE SUPERIOR DO BLOG: O que é "Educação Física"...?
ESCRITO "MATERIAL ENVIADO PELOS PROFESSORES(AS)"

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Prática de Ensino - Apostila nº. 001 - 2014 – Prof. Esp. Fábio Eduardo Fernandes (GAFFA).

1 ORIENTAÇÕES PARA (RE) ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS

A educação é projeto, e, mais do que isto, encontro de projetos; encontro muitas vezes difícil, conflitante, angustiante mesmo; todavia altamente provocativo, desafiador, e, porque não dizer, prazeroso, realizador.
Celso Vasconcellos Segundo Nilbo Nogueira, a palavra projeto origina-se do latim projectu, ”lançado para diante”, e se refere à idéia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro: plano, intento, desígnio. Empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema. Nessa perspectiva, até o final do ano de 2008, caberá a cada escola da Rede Municipal, (re) elaborar, e implementar seu Projeto Político Pedagógico - PPP, assegurando, na forma das Leis 9394/96, 11.274/06 o respeito aos princípios do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, garantindo-se a participação da comunidade escolar. Para tanto, o PPP deverá estar em consonância com os princípios éticos, políticos e estéticos previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e Ensino Fundamental, as Diretrizes Pedagógicas Municipais, as Diretrizes Ambientais e a prática do eco-pedagogia, as Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, (Lei 10639 /03) e o Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA. Sendo o PPP o plano global da escola, um instrumento teórico-metodológico para intervenção e mudança da realidade sua construção deverá permitir o encontro, a reflexão, a ação sobre a realidade numa práxis libertadora. Para Muramoto (1991), trabalhadores que não se comunicam horizontalmente, para a reflexão de sua prática profissional, tendem a uma visão parcial, truncada do processo de trabalho, perdendo a possibilidade de controle sobre esse processo. O PPP de todas as unidades escolares da Rede Municipal de Ensino deverá ser pensado na perspectiva de Salvador, Cidade Educadora e ter como eixo norteador a diversidade. Uma cidade educadora só coexiste com a obediência irrestrita aos princípios da igualdade e dignidade da pessoa humana, que todos nascem livres e iguais em digna de e direitos; Carta de Salvador - Cidade Educadora - 2007.
2 Segundo Veiga (1995), um projeto político pedagógico – PPP ultrapassa a dimensão de uma proposta pedagógica. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária. Ele é fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. Antes de tudo, é um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo. O político e o pedagógico são dimensões indissociáveis, porque propiciam a vivência democrática necessária à participação de todos os membros da comunidade escolar. Essa prática de construção de um projeto deve estar amparada por concepções teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação de seus agentes. Só assim serão rompidas as resistências em relação a novas práticas educativas. Os agentes educativos devem sentir-se a traídos por essa proposta, passando a ter uma postura comprometida e responsável. Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um espaço para o exercício da autonomia. Essa autonomia, porém, é relacional, não deve ser confundida com apologia a um trabalho isolado, marcado por uma liberdade ilimitada, que transforme a escola numa ilha de procedimentos sem fundamentação nas considerações legais do sistema de ensino, perdendo, assim, a perspectiva do todo. A autonomia implica também em responsabilidade e
comprometimento com as instituições que representam a comunidade (conselhos de escola, associações de pais e mestres, grêmios estudantis, entre outras ), para que haja participação e compromisso de todos.
Ao elaborar e executar o seu PPP a escola deverá destacar:
•Os fins e objetivos do trabalho pedagógico, buscam
do a garantia da igualdade de tratamento, do respeito às diferenças,da qualidade do atendimento e da liberdade de expressão;
•A concepção de criança, jovem e adulto, seu desenvolvimento e aprendizagem;
•As características da população a ser atendida e da comunidade na qual se insere;
•O regime de funcionamento;
•A descrição do espaço físico, das instalações e dos equipamentos;
•A relação de profissionais, especificando cargos, funções, habilitação e níveis de formação;
•Os parâmetros de organização de grupos e relação professor/ aluno;
•A organização do cotidiano de trabalho com as crianças, jovens e adultos;
•A proposta de articulação da escola com a família e a comunidade;
3•O processo de avaliação, explicitando suas práticas, instrumentos e registros;
•O processo de planejamento geral.
•Trazer anexos como: a Matriz Curricular vigente e
Projetos Especiais a serem desenvolvidos.
O PPP e o Regimento Escolar das unidades escolares
deverão estar :
•consonantes com as leis vigentes (Lei 9394/96; 11.274/06; Estatuto da Criança e do Adolescente, Resoluções do CME 002/98; 03/99 e 06/99; Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil, para o Ensino Fundamental de Nove Anos, a Educação de Jovens e Adultos - EJA, Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, Lei10639/03 e as Diretrizes Municipais do Meio Ambiente.
•disponíveis para a comunidade escolar, as autoridades competentes e para os pais dos alunos interessados em conhecer os documentos.
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
1. Apresentação ou Introdução (nela devem constar dados sobre o espaço físico, instalações e equipamentos, relação de recursos humanos,especificando cargos e funções; habilitações e níveis de escolaridade de cada profissional que presta serviço o na instituição.
2. Breve histórico da unidade escolar
3. Eixo norteador da escola (é o que a diferencia das demais, a sua identidade e função no meio social onde está inserida).
4. Valores e Missão da escola
5. O que queremos?: (marco doutrinal).
• É a busca de um posicionamento Político - visão ideal de sociedade e de homem •Pedagógica – definição sobre a ação educativa e sobre as características que deve ter a instituição que planeja. Ou seja:
- os princípios
- as teorias de aprendizagem
- o sistema de avaliação
6. O que somos ? (marco situacional) O diagnóstico da realidade da escola. É a busca das necessidades a partir da análise da realidade e/ou juízo sobre a realidade da escola, comparação com o que se deseja ser).
7. O que faremos?(marco operativo) Programação do que deve ser feito concretamente para suprir as faltas. É a proposta de ação. Que mediações (conteúdos, metodologias e recursos) serão necessários para diminuir a distância entre o que vem sendo a instituição e o que deverá ser. Ou seja, a Proposta Curricular
- organização da escola
- organização do trabalho
- processos de avaliação
A proposta curricular deve estar diretamente relacionada aos pressupostos teóricos estabelecidos pela instituição, sem perder o foco nos objetivos, conteúdos e avaliação por segmento e área de conhecimento.

8. Anexos
- matriz curricular
-marcos de aprendizagem
-projetos especiais
-outros
9. Referências Bibliográficas
MURAMOTO, Helenice M.S. Supervisão Escolar-Para que te quero? São Paulo: Iglu, 1991.
SALVADOR. Como elaborar a Proposta Pedagógica. SMEC-CENAP,2001.
SALVADOR. Carta da Cidade Educadora. PMS-SMEC-ASTEC, 2007.
VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. São Paulo: Libertad, 2000.
VEIGA, Ilma. Passos A.(org.). Projeto Político Pedagógico da Escola : uma construção possível.Campinas:Papirus,1995.
NOGUEIRA, NilboRibeiro.Pedagogia de Projetos –Etapas, Papéis e Atores.SP:Erica,2005.


Ao concluir este documento coletivamente, a escola terá dado um grande passo, não apenas pela definição do trabalho pedagógico, mas pela vivência de um trabalho onde foi possível exercitar a cidadania.
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Prática de Ensino- Apostila nº. 002 -2014 - Prof. Esp. Fábio Eduardo Fernandes (GAFFA).
Morin, Edgar - Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro 3a. ed. - São Paulo - Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001.
Em 1999, a UNESCO solicitou ao filósofo Edgar Morin - nascido na França, em 1921 e um dos maiores expoentes da cultura francesa no século XX - a sistematização de um conjunto de reflexões que servissem como ponto de partida para se repensar a educação do século XXI. Os sete saberes indispensáveis enunciados por Morin, objeto do presente livro:
-as cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão;
-os princípios do conhecimento pertinente;
-ensinar a condição humana;
-ensinar a identidade terrena;
-enfrentar as incertezas;
-ensinar a compreensão;
-a ética do gênero humano, são eixos e, ao mesmo tempo, caminhos que se abrem a todos os que pensam e fazem educação e que estão preocupados com o futuro das crianças e adolescentes. O texto de Edgar Morin tem o mérito de introduzir uma nova e criativa reflexão no contexto das discussões que estão sendo feitas sobre a educação para o Século XXI. Aborda temas fundamentais para a educação contemporâneos, por vezes ignorados ou deixados à margem dos debates sobre a política educacional. Sua leitura levará à revisão das práticas pedagógicas da atualidade, tendo em vista a necessidade de situar à importância da educação na totalidade dos desafios e incertezas dos tempos atuais. Seus capítulos - ou eixos - expõem a genialidade, clareza e simplicidade do filósofo Morin, num texto dedicado aos educadores, em particular, mas acessível a todos que se interessam pelos caminhos a trilhar em busca de um futuro mais humano, solidário e marcado pela construção do conhecimento.  
I - As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão
É impressionante que a educação que visa a transmitir conhecimentos seja cega ao que é conhecimento humano, seus dispositivos, enfermidades, dificuldades, tendências ao erro e à ilusão e não se preocupe em fazer conhecer o que é conhecer. De fato, o conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta "ready made", que pode ser utilizada sem que sua natureza seja examinada. Da mesma forma, o conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que serviria de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana. Trata-se de armar cada mente no combate vital rumo à lucidez. É necessário introduzir e desenvolver na educação estudo das características cerebrais, mentais, culturais dos conhecimentos humanos, de seus processos e modalidades, das disposições tanto psíquicas quanto culturais que o conduzem ao erro ou à ilusão. O calcanhar de Aquiles do conhecimento, a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão. O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais captados pelos sentidos. Resultam, daí, os inúmeros erros de percepção que nos vêm de nosso sentido mais confiável, a visão. Ao erro da percepção acrescenta-se o erro intelectual. O conhecimento, como palavra, idéia, de teoria, é fruto de uma tradução/construção por meio da linguagem e do pensamento e, por conseguinte, está sujeito ao erro. O conhecimento comporta a interpretação, o que introduz o risco de erro na subjetividade do conhecedor, de sua visão de mundo e de seus princípios de conhecimento. Daí os numerosos erros de concepção e de idéias que sobrevêm a despeito de nossos controles racionais. A projeção de nossos desejos ou de nossos medos e pás perturbações mentais trazidas por nossas emoções multiplicam os riscos de erro. O desenvolvimento do conhecimento científico é poderoso meio de detecção de erros e de luta contra as ilusões. Entretanto, os paradigmas que controlam a ciência podem desenvolver ilusões, e nenhuma teoria científica está imune para sempre contra o erro. Além disso, o conhecimento científico não pode tratar sozinho dos problemas epistemológicos, filosóficos e éticos. A educação deve se dedicar, por conseguinte, à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras. Os erros podem ser mentais - pois nenhum dispositivo cerebral permite distinguir a alucinação da percepção, o sonho da vigília, o imaginário do real, o subjetivo do objetivo. A própria memória é fonte de erros inúmeros. Nossa mente tende, inconscientemente, a selecionar as lembranças convenientes e eliminar as desagradáveis. Há também falsas lembranças, fruto de pura ilusão.
Os erros podem ser intelectuais - pois os sistemas de idéias (teorias, doutrinas, ideologias) não apenas estão sujeitas ao erro, como protegem os erros possivelmente contidos em seu contexto. Os erros da razão: a racionalidade é a melhor proteção contra o erro e a ilusão. Mas traz em seu seio uma possibilidade de erro e de ilusão quando se perverte se transforma em racionalização. A racionalização, nutrindo-se das mesmas fontes da racionalidade, constitui grande fonte de erros e ilusões. A racionalidade não é uma qualidade de que são dotadas algumas pessoas - técnicos e cientistas - e outras não. A racionalidade também não é monopólio ou uma qualidade da civilização ocidental. Mesmo sociedades arcaicas podem apresentar elementos de racionalidade em seu funcionamento. Começamos a nos tornar verdadeiramente racionais quando reconhecemos a racionalização até em nossa racionalidade e reconhecemos os próprios mitos, entre os quais o mito de nossa razão todo-poderosa e do progresso garantido. É necessário reconhecer, na educação do futuro, um princípio de incerteza racional: pois a racionalidade corre risco constante, caso não mantenha vigilante autocrítica quanto a cair na ilusão nacionalizadora. E a verdadeira racionalidade deve ser não apenas teórica e crítica, mas também autocrítica. Os erros paradigmáticos - os modelos explicativos - os paradigmas - também são sujeitos a erros - de concepção e de interpretação de conceitos. O paradigma cartesiano, por exemplo - mola mestra do desenvolvimento científico e cultural do Ocidente - se fundamenta em contrastes binários: sujeito/objeto, alma/corpo, espírito/matéria, qualidade/quantidade, sentimento/razão, existência/essência, certo/errado, bonito/feio, etc. - não encontram, no mundo de hoje, a fundamentação que parecia possuir no início do século XX. O paradigma - como o cartesiano - mostra alguma coisa e esconde outras - podendo, portanto, elucidar e cegar, revelar e ocultar. É no seu seio que se esconde o problema - chave do jogo da verdade e do erro. 
O "imprinting" e a normalização. Imprinting" é o termo proposto por Konrad Lorenz para dar conta da marca indelével imposta pelas primeiras experiências do animal recém nascido. O 'imprinting" cultural marca os humanos desde o nascimento, primeiro com o elo da cultura familiar; depois da cultura da escola, prosseguindo pela universidade e na vida profissional. A normalização - forma de estandardização das consciências - é um processo social (conformismo) que elimina o poder da pessoa humana de contestar o "imprinting".
A noologia: possessão
O autor cita Marx, ao dizer "os produtos do cérebro humano têm o aspecto de seres independentes, dotados de corpos particulares em comunicação com os humanos e entre si". Edgar Morin está se referindo às crenças e idéias - muitas vezes reificadas, corporificadas, a ponto de afirmar que "as crenças e idéias não são somente produtos da mente, mas também seres mentais que têm vida e poder; e assim, podem possuir-nos". O homem, na visão do autor, é prisioneiro, por vezes, de suas crenças e idéias, nos dias de hoje, assim como o foi, anteriormente, prisioneiro dos mitos e superstições.
O inesperado
O inesperado, no dizer de Morin, "surpreende-nos"; nós nos acostumamos de maneira segura com nossas teorias, crenças e idéias, sem deixar lugar para o acolher o "novo". Entretanto, o ‘“novo” brota sem parar... Quando o inesperado se manifesta, é preciso ser capaz de rever nossas teorias e idéias, em vez de deixar o fato novo entrar à força num ambiente (ou instância, ou teoria) incapaz de recebê-lo.

A incerteza do conhecimento.
É preciso destacar, em qualquer educação, as grandes interrogações sobre nossas possibilidades de conhecer. Pôr em prática as interrogações constitui o oxigênio de qualquer proposta de conhecimento. E o conhecimento permanece como uma aventura para a qual a educação deve fornecer o apoio indispensável.


II - Os princípios do conhecimento pertinente
Existe um problema capital, sempre ignorado, que é o da necessidade de promover o conhecimento capaz de aprender problemas globais e fundamentais para neles inserir os conhecimentos parciais e locais. A supremacia do conhecimento fragmentado de acordo com as disciplinas impede frequentemente de operar o vínculo entre as partes e a totalidade, e deve ser substituído por um modo de conhecimento capaz de apreender os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu conjunto. É necessário desenvolver a aptidão natural do espírito humano para situar todas essas informações em um contexto e um conjunto. É preciso ensinar os métodos que permitam estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e o todo em um mundo complexo.
Da pertinência no conhecimento
A pertinência do mundo enquanto mundo é uma necessidade, ao mesmo tempo, intelectual e vital. É o problema universal de todo cidadão do novo milênio: como ter acesso às informações e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global (relação todo/partes) o Multidimensional, o Complexo? Para articular e organizar os conhecimentos e, assim, reconhecer e conhecer os problemas do mundo é necessário à reforma do pensamento. Entretanto, essa reforma não é programática, mais sim, paradigmática - é questão fundamental da educação, já que se refere à nossa aptidão para organizar o conhecimento. Esse é o grande problema a ser enfrentado pela educação do futuro - tornar evidentes:
- o contexto: o conhecimento das informações ou dados isolados é insuficiente; é preciso situar as informações e dados em seu contexto para que adquiram sentido;
- o global (relação todo/partes); é mais que o contexto, é o conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo inter-retroativo ou organizacional; assim, uma sociedade é mais que um contexto: é o todo organizador de que fazemos parte;
- o multidimensional: sociedades ou seres humanos são unidades complexas, multidimensionais; assim, o ser humano é, ao mesmo tempo, biológico, psíquico, afetivo, social, racional; a sociedade comporta dimensões histórica, econômica, sociológica, religiosas; o conhecimento pertinente deve reconhecer esse caráter multidimensional e nesse inserir todos os dados a ele pertinentes.
- O complexo: há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo e há um tecido independente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto, partes e todo, todo e partes, partes em si; assim, complexidade é a união entre unidade e multiplicidade.


A inteligência geral
O desenvolvimento de aptidões gerais da mente permite melhor desenvolvimento das competências particulares ou especializadas.
Quanto mais poderosa é a inteligência geral, maior é sua faculdade para tratar de problemas especiais. A compreensão de dados particulares também necessita da ativação da inteligência geral, que opera e organiza a mobilização dos conhecimentos de conjunto de cada caso particular.
A educação deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral. Este uso total pede o livre exercício da curiosidade, a faculdade mais expandida e a mais viva durante a infância e a adolescência, que com frequência a instrução extingue e que, ao contrário, se trata de estimular, caso esteja adormecida, despertar. A educação do futuro, em sua missão de promover a inteligência geral dos indivíduos, deve ao mesmo tempo utilizar os conhecimentos existentes, superar as antinomias decorrentes do progresso nos conhecimentos especializados e identificar a falsa racionalidade. A antinomia - para Morin, nos dias atuais, os sistemas de ensino portam antinomias - contradições - criando e alimentando disjunções entre as ciências e as humanidades, assim como a separação das ciências em disciplinas hiperespecializadas, fechadas em si mesmas. Os problemas fundamentais da humanidade e os problemas globais estão ausentes das ciências disciplinares; o enfraquecimento da percepção global conduz ao enfraquecimento da responsabilidade (cada um passa a responder somente por sua tarefa especializada), assim como ao enfraquecimento da solidariedade (as pessoas não sentem mais os vínculos com seus concidadãos). Os problemas essenciais: Disjunção e especialização fechada - hiper-especialização impede tanto a percepção do global (que ela fragmenta em parcelas) quanto do essencial (que ela dissolve). Redução e disjunção - o princípio da redução (limitar o conhecimento do todo ao conhecimento de suas partes) leva naturalmente a restringir o complexo ao simples. Aplica às complexidades vivas e humanas a lógica mecânica e determinista da máquina artificial. Como nossa educação sempre nos ensinou a separar, compartimentar, isolar, e não unir os conhecimentos, o conjunto deles constitui um quebra-cabeça ininteligível. A inteligência compartimentada, parcelada, mecanicista, reducionista, enfim - disjuntiva - rompe o complexo do mundo em fragmentos disjuntos, fraciona os problemas, separa o que está unido, torna unidimensional o multidimensional. É uma inteligência míope que acaba por ser normalmente cega. Reduz as possibilidades de julgamento corretivo ou da visão em longo prazo. Assim, quanto mais a crise progride, mais progride a incapacidade de pensar a crise; quanto mais os problemas se tornam multidimensionais, maior a incapacidade de pensar sua multidimensionalidade; quanto mais os problemas se tornam planetários, mais eles se tornam impensáveis.

A falsa racionalidade - ou seja, a racionalização abstrata, triunfa hoje em dia, por toda a parte, na forma do pensamento tecnocrático - incapaz de compreender o vivo e o humano aos quais se aplica, acreditando-se ser o único racional. O século XX viveu sob o domínio da pseudo-racionalidade que presumia ser a única racionalidade, mas atrofiou a compreensão, a reflexão e a
visa em longo prazo. Sua insuficiência para lidar com os problemas mais graves constituiu um dos mais graves problemas para a humanidade. Daí, o paradoxo: o século XX produziu avanços gigantescos em todas as áreas do conhecimento científico, assim como no campo da técnica. Ao mesmo tempo, produziu nova cegueira para os problemas globais, fundamentais e complexos, gerando inúmeros erros e ilusões.  
III - Ensinar a condição humana
O ser humano é a um só tempo, físico, biológico, psíquico, cultural, social, histórico. Esta unidade complexa na natureza humana é totalmente desintegrada na educação por meio das disciplinas, tendo-se tornado impossível aprender o que significa ser humano. É preciso restaurá-la, de modo que cada um, onde quer que se encontre, tome conhecimento e consciência, ao mesmo tempo, de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros humanos. Desse modo, a condição humana deveria ser o objeto essencial de todo o ensino. É possível, como base nas disciplinas atuais, reconhecer a unidade e a complexidade humanas, reunindo e organizando conhecimentos dispersos nas ciências da natureza, nas ciências humanas, na literatura e na filosofia, pondo em evidência o elo indissolúvel entre a unidade e a diversidade de tudo que é humano.
Enraizamento/desenvolvimento do ser humano
A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana. Conhecer o humano é, antes de tudo, situá-lo no universo, e não separa-lo dele. Todo o conhecimento deve contextualizar seu objeto para ser pertinente; "quem somos?" é inseparável de "onde estamos", "de onde viemos', para "para onde vamos?". Interrogar nossa condição humana implica questionar nossa posição no mundo. Para a educação do futuro, é necessário promover grande remembramento (consolidação) dos conhecimentos oriundos das ciências naturais, a fim de situar a condição humana no mundo, dos conhecimentos derivados das ciências humanas para colocar em evidência a multidimensionalidade e a complexidade humanas.
O humano do humano
O homem é um ser a um só tempo plenamente biológico e plenamente cultural, que traz em si a unidualidade originária. É super e hipervivente: desenvolveu de modo surpreendente as potencialidades da vida. Exprime de maneira hipertrofiada as qualidades egocêntricas e altruístas do indivíduo, alcança paroxismos de vida em êxtases e na embriagues, ferve de ardores orgiásticos e orgásmicos e é nessa hipervitalidade que o "Homo Sapiens" é também "Homo Demens". O homem e o humano se encontram anelados a três circuitos fundamentais para sua vida enquanto ser e enquanto pessoa:
-o circuito cérebro/mente/cultura;
-o circuito razão/afeto/pulsão; e
- o circuito indivíduo/sociedade/espécie.
Todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana.
"Unitas multiplex": unidade e diversidade humana
Há uma unidade humana; e há uma diversidade humana. A unidade não está apenas nos traços biológicos da espécie; a diversidade não está apenas nos traços psicológicos, culturais e sociais. Existem outras unidade e diversidades perfilhando as características do ser humano em "ser humano". Cabe à educação do futuro cuidar para que a idéia de unidade da espécie humana não apague a idéia de diversidade e que a diversidade não apague a unidade. A educação deverá ilustrar este princípio de unidade/diversidade em todas as esferas do conhecimento.  
IV - Ensinar a identidade terrena
O destino planetário do gênero humano é outra realidade até agora ignorada pela educação. O conhecimento dos desenvolvimentos da era planetária, que tendem a crescer no século XXI, e o reconhecimento da identidade terrena, que se tornará cada vez mais indispensável a cada um e a todos, devem converter-se em um dos principais objetos da educação. Convém ensinar a história da era planetária, que se inicia com o estabelecimento da comunicação entre todos os continentes no século XVI, e mostrar como todas as partes do mundo se tornaram solidárias, sem, contudo, ocultar as opressões e a dominação que devastaram a humanidade e que ainda não desapareceram. Será preciso indicar o complexo de crise planetária que marca o século XX, mostrando que todos os seres humanos, confrontados de agora em diante aos mesmos problemas de vida e de morte, partilham um destino comum.
A contribuição das contracorrentes
O século XX deixou como herança contracorrentes regenerador. Frequentemente, na história, contracorrentes suscitadas em reação ás correntes dominantes podem se desenvolver e mudar o curso dos acontecimentos. Devemos considerar, como movimentos importantes e atuantes:
- a contracorrente ecológica que, com o crescimento das degradações e o surgimento de catástrofes técnicas/industriais, só tende a aumentar;
- a contracorrente qualitativa que, em reação à invasão do quantitativo e da uniformização generalizada, se apega à qualidade em todos os campos, a começar pela qualidade de vida;
- a contracorrente da resistência à vida prosaica puramente utilitária, que se manifesta pela busca da vida poética, dedicada ao amor, à admiração, à paixão, à festa;
- a contracorrente de resistência à primazia do consumo padronizado, que se manifesta de duas maneiras opostas: uma, pela busca da intensidade vivida (consumismo); a outra, pela busca da frugalidade e temperança (minimalismo);
- a contracorrente, ainda tímida, de emancipação em relação à tirania onipresente do dinheiro, que se busca contrabalançar por relações humanas e solidárias, fazendo retroceder o reino do lucro;
- a contracorrente, também tímida, que, em reação ao desencadeamento da violência, nutre éticas de pacificação das almas e das mentes.  
V - Enfrentar as incertezas
As ciências permitiram que adquiríssemos muitas certezas, mas igualmente revelaram, ao longo do século XX, inúmeras zonas de incerteza. A educação deveria incluir o ensino das incertezas que surgiram nas ciências físicas (microfísica, termodinâmica, cosmologia), nas ciências da evolução biológica e nas ciências históricas. Será preciso ensinar princípios de estratégia que permitiriam enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza, e modificar seu desenvolvimento em virtude das informações adquiridas ao longo do tempo. É preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em meio a arquipélagos de certeza. A fórmula do poeta grego Eurípedes, que data de vinte e cinco séculos, nunca foi tão atual: "O esperado não se cumpre, e ao inesperado um deus abre o caminho". O abandono das concepções deterministas da história humana que acreditavam poder predizer nosso futuro, o estudo dos grandes acontecimentos e desastres de nosso século, todos inesperados, o caráter doravante desconhecido da aventura humana devem-nos incitar a preparar as mentes para esperar o inesperado, para enfrenta-lo. É necessário que todos os que se ocupam da educação constituam a vanguarda ante a incerteza de nossos tempos.

VI - Ensinar a compreensão
A compreensão é a um só tempo meio e fim da comunicação humana. Entretanto, a educação para a compreensão está ausente no ensino. O planeta necessita, em todos os sentidos, de compreensão mútua. Considerando a importância da educação para a compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades, o desenvolvimento da compreensão pede a reforma das mentalidades. Esta deve ser a obra para a educação do futuro. A compreensão mútua entre os seres humanos, quer próximos, quer estranhos, é daqui para a frente vital para que as relações humanas saiam de seu estado bárbaro de incompreensão. Daí decorre a necessidade de estudar a incompreensão a partir de suas raízes, suas modalidades e seus efeitos. Este estudo é tanto mais necessário porque enfocaria não os sintomas, mas as causas do racismo, da xenofobia, do desprezo. Constituiria, ao mesmo tempo, uma das bases mais seguras da educação para a paz, à qual estamos ligados por essência e vocação.  
As duas compreensões
Há duas formas de compreensão: a compreensão intelectual ou objetiva e a compreensão humana intersubjetiva. Compreender significa intelectualmente apreender em conjunto, comprehendere, abraçar junto (o texto e o seu contexto, as partes e o todo, o múltiplo e o uno). A compreensão intelectual passa pela inteligibilidade e pela explicação. Explicar é considerar o que é preciso conhecer como objeto e aplicar-lhe todos os meios objetivos de conhecimento. A explicação é bem entendido, necessária para a compreensão intelectual ou objetiva. Mas a compreensão humana vai além da explicação. A explicação é bastante para a compreensão intelectual ou objetiva das coisas anônimas ou materiais. A compreensão humana comporta um conhecimento de sujeito a sujeito. Por conseguinte, se vemos uma criança chorando, nós a compreendemos, não pelo grau de salinidade de suas lágrimas, mas por buscar em nós mesmos nossas aflições infantis, identificando-a conosco e identificando com ela. Compreender inclui, necessariamente, um processo de empatia, de identificação e de projeção. Sempre intersubjetiva, a compreensão pede abertura, simpatia e generosidade.
Educação para os obstáculos à compreensão. Há múltiplos obstáculos exteriores à compreensão intelectual:
- o "ruído" que interfere na transmissão da informação, criando o mal-entendido e ou não entendido;
- a polissemia de uma noção que, enunciada em um sentido, é entendida de outra forma;
- há a ignorância dos ritos e costumes do outro, especialmente os ritos de cortesia, o que pode levar a se ofender inconscientemente ou desqualificar a si mesmo perante o outro (diversidade cultural);
- existe a incompreensão dos valores imperativos propagados no seio de outra cultura - respeito aos idosos, crenças religiosas, obediência incondicional das crianças, ou, ao contrário, em nossa sociedade, o culto ao indivíduo e o respeito às liberdades;
- há a incompreensão dos imperativos éticos próprios a uma cultura, o imperativo da vingança nas sociedades tribais, o imperativo da lei nas sociedades evoluídas;
- existe a impossibilidade, enquanto visão de mundo, de compreender as idéias e os argumentos de outra visão de mundo, assim como uma ideologia/filosofia compreender outra ideologia/filosofia;
- existe, enfim, a impossibilidade de compreensão de uma estrutura mental em relação a outra. 
A ética da compreensão
É a arte de viver que nos demanda, em primeiro lugar, compreender de modo desinteressado. Demanda grande esforço, pois não pode esperar nenhuma reciprocidade: aquele que é ameaçado de morte por um fanático compreende porque o fanático quer mata-lo, sabendo que este jamais o compreenderá. A ética da compreensão pede que compreenda a incompreensão.
VII - A ética do gênero humano.
"El camino se hace al andar" (Antônio Machado)

A educação deve conduzir à "antropo-ética", levando em conta o caráter ternário da condição humana, que é ser ao mesmo tempo indivíduo/sociedade/espécie. Nesse sentido, a ética indivíduo/espécie necessita do controle mútuo da sociedade pelo indivíduo e do indivíduo pela sociedade, ou seja, a democracia; a ética indivíduo/espécie convoca, ao século XXI, a cidadania terrestre. A ética não poderia ser ensinada por meio de lições de moral. Deve formar-se nas mentes com base na consciência de que o humano é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. Carregamos em nós esta tripla realidade. Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana. Partindo disso, esboçam-se duas grandes finalidades ético-políticas do novo milênio: estabelecer uma relação de controle mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia e conceber a Humanidade como comunidade planetária. A educação deve contribuir não somente para a tomada de consciência de nossa "Terra-Pátria", mas também permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena. Não possuímos as chaves que abririam as portas de um futuro melhor. Não conhecemos o caminho traçado. Podemos, porém, explicitar nossas finalidades: a busca da hominização na humanização, pelo acesso à cidadania terrena. 

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Prática de Ensino-Apostila nº. 003-2014-Prof. Esp, Fábio Eduardo Fernandes (GAFFA).


A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DAS
AULAS PARA ORGANIZAÇAO DO TRABALHO DO
PROFESSOR EM SUA PRÁTICA DOCENTE

1 Patrícia Aparecida Pereira Penkal de Castro
Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Campos de Andrade, pós-graduada em Gestão Empreendedora de Instituição de Ensino - Orientação e Supervisão Escolar, atualmente coordenadora pedagógica em uma escola da rede particular de ensino.

2 Cristiane Costa Tucunduva
Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Campos de Andrade, pós-graduada em Gestão Empreendedora de Instituição de Ensino - Orientação e Supervisão Escolar

3 Elaine Mandelli Arns
Mestre em Engenharia da Produção – Mídia e Conhecimento – UFSC, professora dos cursos de
Pedagogia e Letras da FACEL – Curitiba – PR

RESUMO
Este trabalho tem por objetivo analisar se o plano de aula é realmente importante na
organização do trabalho pedagógico do professor. O planejamento começou a ser
utilizado pelas empresas para dar-lhes um novo significado em suas organizações e
o mesmo aconteceu com as escolas, embora a princípio o planejamento não tenha
sido recebido como um facilitador e sim um regulador das ações pedagógicas em
virtude do regime vigente na época. Atualmente isto não acontece, o planejamento
é utilizado para organizar a ação educativa uma vez que permite que se levante o
questionamento do tipo de cidadão que se pretende formar, deixando, assim, de ser
um simples regulador para se tornar ato político-filosófico, científico e técnico. É um trabalho presente que prepara para o futuro visando à transformação da sociedade.
Palavras-chave:
Planejamento; Ação Educativa; Organização.


1. INTRODUÇÃO
O ato de planejar acompanha o homem desde os primórdios da evolução humana.
Todas as pessoas planejam suas ações desde as mais simples até as mais complexas,
na tentativa de transformar e melhorar suas vidas ou as das pessoas que as rodeiam.
Mas não é só na vida pessoal que as pessoas planejam suas ações, o planejamento
atinge vários setores da vida social. Se o ato de planejar é tão importante, por que
algumas pessoas ainda resistem em aceitar este fato, principalmente no contexto
escolar? Diante desse questionamento objetivou-se identificar os motivos pelos quais os professores resistem em preparar suas aulas e conscientizá-los da importância de utilizar
o plano de aula como um norteador da ação pedagógica.
Para tanto, faz-se necessário realizar uma breve retrospectiva histórica sobre o
surgimento do planejamento e sua utilização nos diversos setores da sociedade. Outro aspecto importante a ser abordado foi com relação às diversas tipologias utilizadas no cotidiano escolar e suas diferenças, pois apesar destes conceitos serem utilizados como sinônimos eles não o são e faz-se necessário que o professor compreenda essas diferenças para poder utilizá-las. Em seguida, realizou-se uma análise com relação ao planejamento enquanto ato político-social, político-filosófico, técnico e científico. Outro aspecto abordado neste artigo relaciona-se com as principais etapas para a elaboração do plano de aula.


2. HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO
“O planejar é uma realidade que acompanhou a trajetória histórica da humanidade. O homem sempre sonhou, pensou e imaginou algo na sua vida.”
(Mengolla, Sant’Anna, 2001, p.15).
Segundo Moretto, percebe-se que o planejamento é fundamental na vida do homem, porém no contexto escolar ele não tem tanta importância assim: (2007, p. 100) “o planejamento no contexto escolar não parece ter a importância que deveria ter”. Este fato acontece porque o planejamento só passou a ser bem definido a partir do século passado, com a revolução comunista que construiu a União Soviética.4 Revolução Comunista: é uma revolução proletária inspirada pelas ideias do Marxismo que objetiva substituir o capitalismo pelo comunismo, tipicamente através de um estado socialista (no qual o governo é contra os meios de produção). (WIKIPÉDIA, 2008)

No mundo capitalista, segundo Gandin5(2008), o planejamento passa a ser utilizado pelo governo, após a segunda guerra mundial 6, para a resolução de questões mais complexas. A adoção do planejamento pelo governo teve uma adesão tão grande que as outras instituições sentiram-se motivadas e passaram a se preocupar com a importância do planejamento, uma vez que ele visava a suprir as necessidades de um comércio em ascensão que exigia uma nova organização. Com isso pode-se dizer que foi a partir desta época que o planejamento se universalizou. Na educação esta realidade também não poderia ter sido diferente, uma vez que, segundo Kuenzer (2003, p. 13) “o planejamento de educação também é estabelecido a partir das regras e relações da produção capitalista, herdando, portanto, as formas, os fins, as capacidades e os domínios do capitalismo monopolista do Estado. Aqui no Brasil, Padilha (2003, p.29) explica que “Durante o regime autoritário 7 (1964-1985), eles foram utilizados com um sentido autocrático. Toda decisão política era centralizada e justificada tecnicamente por tecnocratas à sombra do poder.” Kuenzer (2003, p.36) complementa a citação acima explicando que “A ideologia do Planejamento então oferecida a todos, no entanto, escondia essas determinações político-econômicas mais abrangentes e decididas em restritos centros de poder .”O regime autoritário fez com que muitos educadores criassem uma resistência com relação à elaboração de planos, uma vez que esses planos eram supervisionados ou elaborados por técnicos que delimitavam o que professor deveria ensinar, priorizando as necessidades do regime político. “Num regime político de contenção, o planejamento passa a ser bandeira altamente eficaz para o controle e ordenamento de todo o sistema educativo.” (Kuenzer 2003, p. 41).
Apesar de se ter claro a importância do planejamento na formação, Fusari (2008, p.48) explica que:
“Naquele momento, o Golpe Militar de 1964 já implantava a repressão, impedindo rapidamente que um trabalho mais crítico e reflexivo, no qual as relações entre educação e sociedade pudessem ser problematizadas, fosse vivenciadas pelos educadores, criando, assim, um terreno” propício para o avanço daquela que foi denominada “tendência tecnicista” da educação escolar.”5 Danilo Gandin: professor, escritor e conferencista. Mestre em Educação, especializado em Planejamento Participativo.
6 Segunda Guerra Mundial: conflito entre os Aliados (liderados por França e, a partir de 1941, Estados Unidos e a União Soviética) e o Eixo ( Alemanha, Itália e Japão), no período de 1939 a 1945. Tendo como fatores que contribuíram para a Guerra a vacilante política de apaziguamento levada a cabo pela Grã-Bretanha e a França; o isolacionismo dos Estados Unidos; as ambições imperialistas japonesas e principalmente as ambições desmedidas de Hitler.
7 Regime autoritário: regime político em que é postulado o princípio da autoridade. Também pode ser definido como um comportamento em que uma instituição ou pessoa se excede no exercício da auto-idade de que lhe foi investida. (Wikipédia, 2008)
Mas não se pode pensar que o regime político era o único fator que influenciava no pensamento com relação à elaboração dos planos de aulas; as teorias da administração também refletiam no ato de planejar do professor, uma vez que essas teorias traziam conceitos que iriam auxiliar na definição do tipo de organização educacional que seria adotado por uma determinada instituição.
No início da história da humanidade, o planejamento era utilizado sem que as pessoas percebessem sua importância, porém com a evolução da vida humana, principalmente no setor industrial e comercial, houve a necessidade adaptá-lo para os diversos setores. Nas escolas ele também era muito utilizado; a princípio, o planejamento era uma maneira de controlar a ação dos professores de modo a não interferir no regime político da época. Hoje o planejamento já não tem a função reguladora dentro das escolas, ele serve como uma ferramenta importantíssima para organizar e subsidiar o trabalho do professor, assunto este que será abordado mais
detalhadamente nos próximos capítulos desta pesquisa.
3. PLANEJAMENTO, PLANO(S), PROJETO(S) – COMPREENSÃO NECESSÁRIA
“Hoje vivemos a segunda grande onda do planejamento. A primeira entra em crise na década de 70. A década de 80, embora, na prática, se apresente como uma grande resistência ao planejamento, contém os mais efetivos anos em termos da compreensão da necessidade, do estudo, do esclarecimento e da confirmação desta ferramenta.” (Gandin, 2008, p.05)
A citação demonstra a dimensão da necessidade de se compreender a importância do ato de planejar, não apenas no nosso dia-a-dia, mas principalmente, no dia-a-dia de sala de aula. Para Moretto (2007), planejar é organizar ações. Essa é uma definição simples mas que mostra uma dimensão da importância do ato de planejar, uma vez que o planejamento deve existir para facilitar o trabalho tanto do professor como do aluno. O planejamento deve ser uma organização das ideias e informações.
Gandin (2008, p.01) sugere que se pense no planejamento como uma ferramenta para dar eficiência à ação humana, ou seja, deve ser utilizado para a organização na tomada de decisões e para melhor entender isto precisa-se compreender alguns conceitos, tais como: planejar, planejamento e planos que segundo Menegolla & Sant’Anna (2001, p.38) “são palavras sofisticadamente pedagógicas e que “rolam” de boca em boca, no dia-a-dia da vida escolar.” Porém, para Padilha (2003, p. 29), estes termos têm sido compreendidos de muitas maneiras. Dentre elas destaca-se:
3.1 Planejamento:
“É um instrumento direcional de todo o processo educacional, pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação.” (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001, p.40)

3.2 Plano Nacional de Educação:
“Nele se reflete a política educacional de um povo, num determinado momento histórico do país. É o de maior abrangência porque interfere nos planejamentos feitos no nível nacional, estadual e municipal.” (MEC, 2006, p. 31)

3.3 Plano de Curso:
“O plano de curso é a sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade. Pode ser anual ou semestral, dependendo da modalidade em que a disciplina é oferecida.”
(VASCONCELLOS, 1995, p.117 in Padilha, 2003, p.41).

3.4 Plano de Aula:
“É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. (...) É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem.”
(PILETTI, 2001, p.73)

3.5 Plano de Ensino:
“É a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para um ano ou um semestre; é um documento mais elaborado, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.” (LIBÂNEO, 1994, p.222).


3.6 Projeto Político Pedagógico:
“É o planejamento geral que envolve o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de organização e coordenação da ação dos professores. Ele articula a atividade escolar e o contexto social da escola. É o planejamento que define os fins do trabalho pedagógico.” (MEC, 2006, p.42).
Os conceitos apresentados têm por objetivo mostrar para o professor a importância, a funcionalidade e principalmente a relação íntima existente entre essas tipologias. Segundo Fusari (2008, p.45), “Apesar de os educadores em geral utilizarem, no cotidiano do trabalho, os termos “planejamento” e “plano” como sinônimos, estes não o são.” Outro aspecto importante, segundo Schmitz (2000, p.108) é que “as denominações variam muito. Basta que fique claro o que se entende por cada um desses planos e como se caracterizam.” O que se faz necessário é estar consciente que:
“Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser planejada. O planejamento é uma espécie de garantia dos resultados. E sendo a educação, especialmente a educação escolar, uma atividade sistemática, uma organização da situação de aprendizagem, ela necessita evidentemente de planejamento muito sério. Não se pode improvisar a educação, seja ela qual for o seu nível.” (SCHMITZ, 2000, p.101)

4. PROFESSOR X PLANO DE AULA: INIMIGOS OU ALIADOS?
“A educação, a escola e o ensino são os grandes meios que o homem busca para poder realizar o seu projeto de vida. Por tanto, cabe à escola e aos professores o dever de planejar a sua ação educativa para construir o seu bem viver.
(MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001, p.11)
A citação acima deixa clara a importância tanto da escola como dos professores na formação humana; por este motivo todas as ações educativas devem ter como perspectiva a construção de uma sociedade consciente de seus direitos e obrigações, sejam eles individuais ou coletivos.
Infelizmente, apesar do planejamento da ação educativa ser de suma importância, existem professores que são negligentes na sua prática educativa, improvisando suas atividades. Em consequência, não conseguem alcançar os objetivos quanto à formação do cidadão.
“A ausência de um processo de planejamento de ensino nas escolas, aliado às demais dificuldades enfrentadas pelos docentes do seu trabalho, tem levado a uma contínua improvisação pedagógica das aulas. Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma prática eventual acaba sendo uma “regra”, prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar como um todo.” (FUSARI, 2008, p.47).
Para Moretto (2007, p.100) “Há, ainda, quem pense que sua experiência como professor seja suficiente para ministrar suas aulas com competência.” Professores com este tipo de pensamento desconhecem a função do planejamento bem como sua importância. Simplesmente estão preocupados em ministrar conteúdos, desconsiderando a realidade e a herança cultural existente em cada comunidade escolar bem como suas necessidades.
Outro aspecto que vem influenciando o ato de planejar dos professores são os materiais didáticos ou as instruções metodológicas para os professores que acompanham estes materiais. Na presente pesquisa não se pretende discutir se eles são bons ou ruins e sim a forma com a qual estão sendo utilizados pelos professores. O que acontece é que o professor faz um apanhado geral dos conteúdos dispostos no material e confronta com o tempo que tem disponível para ensinar esses conteúdos aos alunos e a partir desses dados divide-os atribuindo a este ato erroneamente o nome de plano de aula.
“Muitas vezes os professores trocam o que seria o seu planejamento pela escolha de um livro didático. Infelizmente, quando isso acontece, na maioria das vezes, esses professores acabam se tornando simples administradores do livro escolhido. Deixam de planejar seu trabalho a partir da realidade de seus alunos para seguir o que o autor do livro considerou como mais indicado” (MEC, 2006, p. 40)
Outra situação muito comum em relação à elaboração do plano de aula é que “em muitos casos, os professores copiam ou fazem cópia do plano do ano anterior e o entregam a secretaria da escola, com a sensação de mais uma atividade burocrática” (FUSARI, 2008, p. 45).
Luckesi (2001, p.106) afirma que o ato de planejar, em nosso país, principalmente na educação, tem sido considerada como uma atividade sem significado, ou seja, os professores estão muito preocupados com os roteiros bem elaborados e esquecem do aperfeiçoamento do ato político do planejamento.
Os professores precisam quebrar o paradigma de que o planejamento é um ato simplesmente técnico e passar a se questionarem sobre o tipo de cidadão que pretendem formar, analisando a sociedade na qual ele está inserido, bem como suas necessidades para se tornar atuante nesta sociedade. Para Luckesi (2001, p.108):
“O planejamento não será nem exclusivamente um ato político-filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será sim um ato ao mesmo tempo político-social, científico e técnico: político-social, na medida em que está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científicas na medida em que não pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, na medida em que o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter resultados.”
O ato de planejar não pode priorizar o lado técnico em detrimento do lado politico-social ou vice-versa, ambos são importantes. Por este motivo, devem ser muito bem pensados ao serem formulados visando à transformação da sociedade.

5. PLANO DE AULA: DO SENSO COMUM À CONSCIÊNCIA FILOSÓFICA
Considerando que o planejamento deve ser pensado como um ato político--social, não se pode conceber que o professor não realize o mínimo de planejamento necessário para seus alunos, afinal, o planejamento, no processo educativo, segundo Menegolla & Sant’Anna (2001, p.24), não deve ser visto como regulador das ações humanas, ou seja, um limitador das ações tanto pessoais como sociais, e sim ser visto e planejado no intuito de nortear o ser humano na busca da autonomia, na tomada de decisões, na resolução de problemas e principalmente na capacidade de escolher seus caminhos.
“Essencialmente, educar/ensinar é um ato político. Entendamos bem essa proposição: a essência política do ato pedagógico orienta a práxis do educador quanto aos objetivos a serem atingidos, aos conteúdos a serem transmitidos e aos procedimentos a serem utilizados, quando do trabalho junto a um determinado grupo de alunos.” (SILVA, EZEQUIEL, 1991, p.42 in Hypolitto 2008, p. 6)Menegolla & Sant’Anna (2001) ainda completam argumentando que o plano das aulas visa à liberdade de ação e não pode ser planejado somente pelo bom senso, sem bases científicas que norteiem o professor. Segundo Gutenberg (2008, p. 21) essa base científica utilizada para organizar o trabalho pedagógico são os pilares e princípios da Educação, anunciados e exigidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96) (MEC, 2008); por este motivo faz-se necessário conhecê-los e compreendê-los muito bem.
 “Todo mestre precisa entender que esse conjunto de regras, embora pareça muito burocrático e teórico para uns, ou mesmo inútil para outros, trata-se de uma tentativa clara para que os alunos aprendam e apreendam o que for necessário durante o período escolar.” (GUTENBERG, 2008, p. 21).Partindo do princípio de que o professor deve ensinar os conteúdos e também formar o aluno para que ele se torne atuante na sociedade, ele deve organizar seu plano de aula de modo que o aluno possa perceber a importância do que está sendo ensinado, seja num contexto histórico, para o seu dia-a-dia ou para seu futuro.
É claro que integrar estes dois aspectos, senso comum e consciência filosófica, nem sempre é tão fácil. Para que isso aconteça faz-se necessário muito empenho por parte do professor.
“(...) um mínimo de intimidade com a realidade concreta das escolas é necessário à formação do educador. Sem isso, abre-se a possibilidade de improvisação ou, o que é pior, de experimentação para ver se “dá certo” em termos do encaminhamento do ensino. Até que o professor se situe criticamente no contexto de sala de aula, os alunos passam a ser cobaias desse profissional.” (SILVA, EZEQUIEL, 1991, p. 71 in Hypolitto, 2008, p. 6) Menegolla & Sant’Anna (2001, p. 45) explicam que o planejamento também serve para desenvolver tanto nos professores como nos alunos uma ação eficaz de ensino e aprendizagem, uma vez que ambos são atuantes em sala de aula. Porém é de responsabilidade do professor elaborar o plano de aula, pois é ele quem conhece as reais aspirações de cada turma.
“O preparo das aulas é uma das atividades mais importantes do trabalho do profissional de educação escolar. Nada substitui a tarefa de preparação da aula em si. (...) faz parte da competência teórica do professor, e dos compromissos com a democratização do ensino, a tarefa cotidiana de preparar suas aulas (...)” (FUSARI, 2008, p.47)
Moretto (2007, p. 101) acredita que o professor, ao elaborar o plano de aula, deve considerar alguns componentes fundamentais, tais como: conhecer a sua personalidade enquanto professor, conhecer seus alunos (características psicossociais e cognitivas), conhecer a epistemologia e a metodologia mais adequada às características das disciplinas, conhecer o contexto social de seus alunos. Conhecer todos os componentes acima possibilita ao professor escolher as estratégias que melhor se encaixam nas características citadas aumentando as chances de se obter sucesso
nas aulas.Outro grupo que deve estar atento à importância de se elaborar planos de aula são os professores em início de carreira, pois, para Schmitz (2000, p. 104), esses profissionais iniciando sua carreira no magistério adquirem confiança para dar aula, uma vez que, no plano de aula, é possível esclarecer os objetivos da mesma, sistematizar as atividades e facilitar seu acompanhamento.
Mediante todos os fatos pesquisados até agora, não se discute a necessidade e a importância de se elaborar o plano de aula, porém, segundo Schmitz (2000, p. 104), ele não precisa ser descrito minuciosamente, mas deve ser estruturado, escrito ou mentalmente. “Trata-se de fazer uma organização mental e uma tomada de consciência do que o professor de fato pretende fazer e alcançar. Se tiver esse planejamento presente, evitará ser colhido de surpresa por acontecimentos imprevistos. A sua criatividade, a sua intuição, torna-se mais aguçada e com mais facilidade percebe novas oportunidades.”
Alguns autores sugerem que o planejamento tenha algumas etapas principais, pois serão estas etapas que darão uma visão do que é necessário e conveniente ao professor e aos alunos. São elas:

5.1 Objetivos:
“Os objetivos indicam aquilo que o aluno deverá ser capaz como consequência de seu desempenho em atividades de uma determinada escola, série, disciplina ou mesmo uma aula.” MASETTO (1997 in Macetto, Costa, Barros, 2008, p. 3)

5.2 Conteúdo:
“É um conjunto de assuntos que serão estudados durante o curso em cada disciplina. Assuntos que fazem parte do acervo cultural da humanidade traduzida em linguagem escolar para facilitar sua apropriação pelos estudantes. Estes assuntos são selecionados e organizados a partir da definição dos objetivos, sendo assim meios para que os alunos atinjam os objetivos de ensino.” (MACETTO, COSTA, BARROS, 2008, p. 3)

5.3 Metodologia:
“Tratam-se de atividades, procedimentos, métodos, técnicas e modalidades de ensino, selecionados com o propósito de facilitar a aprendizagem. São, propriamente, os diversos modos de organizar as condições externas mais adequadas à promoção da aprendizagem.” (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001, p.90)

5.4 Avaliação:
“Na verdade, a avaliação acompanha todo o processo de aprendizagem e não só um momento privilegiado (o de prova ou teste) pois é um instrumento de feedback contínuo para o educando e para todos os participantes. Nesse sentido, fala da consecução ou na o dos objetivos da aprendizagem. (...) O processo de avaliação se coloca como uma situação frequentemente carregada de ameaça, pressão ou terror.” (MASETTO, 1997, p. 98 in Macetto, Costa, Barros, 2008, p. 4)
A partir das definições das principais etapas que devem conter um planejamento, o professor já tem condições necessárias para fazê-lo e utilizá-lo adequadamente.
Vale lembrar, porém, que segundo Menegolla & Sant’Anna (2001, p. 46), não existe um modelo único de planejamento e sim vários esquemas e modelos. Também não existe um modelo melhor do que o outro, cabe ao professor escolher aquele que melhor atenda suas necessidades bem como as de seus alunos, que seja funcional e de bons resultados.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo principal ao estudar o tema “A importância do planejamento para a organização do trabalho do professor em sua prática pedagógica” era analisar se o plano de aula é realmente importante ou apenas uma questão burocrática exigida pelas escolas para aumentar o trabalho do professor. Para tanto foi preciso compreender o contexto histórico do planejamento na vida das pessoas, sua influência e importância ao longo da evolução humana, desde a sua utilização de forma inconsciente nos primórdios, até os dias atuais no qual o planejamento é utilizado para
nortear um caminho a ser percorrido para se atingir objetivos traçados ou resolver alguma situação. Foi possível também compreender que as tipologias utilizadas têm suas diferenças e devem ser usadas de acordo com a necessidade de delimitar o tipo de plano e a que ele se destina. Com relação ao fato do plano de aula ser inimigo ou aliado do professor, pode-se observar que ele é um aliado, uma vez que é por intermédio do planejamento que o professor vai delinear suas ações para alcançar seus objetivos ao longo de um período. Outro aspecto importante abordado foi com relação ao fato de que o planejamento não deve ser usado como um regulador das ações humanas e sim um norteador na busca da autonomia, na tomada de decisões, nas resoluções de problemas e na escolhas dos caminhos a serem percorridos partindo do senso comum até atingir as bases científicas. Conhecer as principais etapas do planejamento também foi de suma importância, pois através do conhecimento dessas etapas o professor poderá descrever com maior clareza seus objetivos, a forma com que irá aplicar o conteúdo, os conteúdos que serão ministrados e como fará o diagnóstico dos resultados obtidos ao longo do processo. Com esta pesquisa foi possível perceber que o plano de aula é realmente importante na prática pedagógica do professor como organizador e norteador do seu trabalho.
 É o plano de aula que dá ao professor a dimensão da importância de sua aula e os objetivos a que ela se destina, bem como o tipo de cidadão que pretende formar. Por este motivo, pensar que a experiência de anos de docência é suficiente para a realização de um bom trabalho é um dos principais motivos que levam um professor a não obter sucesso em suas aulas.

REFERÊNCIAS
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Prática de Ensino-Apostila nº.004-2014-Prof. Esp. Fábio Eduardo Fernandes (GAFFA).



PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
OFICINAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PLANEJANDO O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Adaptado da apresentação da Professora Ana Rachel Gontijo Mazoni

O PLANEJAMENTO DO ENSINO
É um guia da ação docente
Tem a função de orientar e fundamentar escolhas, mesmo que não seja capaz de antecipar todas as decisões que serão tomadas.
{Não pode ser politicamente neutro, pois neutralidade em educação não existe}.
ATO DE PLANEJAR = ATO POLÍTICO
ALGUNS EQUÍVOCOS SOBRE PLANEJAMENTO
A idéia de que o planejamento feito só no início do ano;
A falta de percepção de que o planejamento está estreitamente relacionado à dinâmica da prática cotidiana.

AS ESFERAS DO PLANEJAMENTO DIDÁTICO

1. O PLANEJAMENTO DO CURRÍCULO
(PLANO DE ENSINO)

2. O PLANEJAMENTO DE UM TÓPICO DE CONTEÚDO
(PLANO DE UNIDADE)

3. O PLANEJAMENTO DE UMA AULA
O PLANO DE ENSINO
Questões norteadoras:
Que escola é essa?
Em que comunidade ela se encontra?
Quem são os meus alunos e o que o projeto significa para eles?
De que condições concretas de trabalho disponho?(espaços dentro e fora da escola, recursos materiais, audiovisuais etc)
Formulação de objetivos
Podemos tomar como ponto de partida a seguinte problematização:
- O que eu vejo na realidade da escola (problemas e qualidades)?
- Qual é o meu sonho e o que é possível caminhar no sentido de alcançá-lo?
- Quais são minhas metas concretas para este ano (ou semestre)
É importante contemplar:
Conhecimentos (dimensão conceitual)
Habilidades (dimensão procedimental)
Atitudes (dimensão atitudinal)
(Coll, Zabala, Libâneo)



Seleção dos conteúdos
Pontos de partida:
-Os temas da cultura corporal de movimento
-Os interesses dos alunos
-O projeto político-pedagógico da escola
-Os currículos oficiais

O ENSINO DE UM CONTEÚDO/TEMA
1. Por que devo ensinar esse tema? Qual a sua relevância?
2. Qual é a relação entre esse tema de conteúdo, as vivências dos alunos e da comunidade?
3. Quanto tempo irei dedicar para o ensino desse tema?
4. O que espero que os alunos saibam a respeito desse tema?
(Referência: Aguiar Júnior, 2005)
Algumas possibilidades de exploração de temas da cultura corporal de movimento
História, evolução e aspectos socioculturais.
Regras e/ou técnicas básicas
Conhecimentos sobre o corpo
Aspectos éticos
Possibilidades de modificação / recriação
(Referência: Pinto e Silveira, 2000)

QUESTÕES QUE DEVEM SER CONSIDERADAS
Quais situações irei apresentar como problema inicial a motivar o estudo do tema?
Como recuperar o que os alunos já sabem a respeito do tema?
Que recursos irei utilizar para tornar as aulas mais interessantes e motivadoras?
(Referência: Aguiar Júnior, 2005)

Sugestões didático-metodológicas
Antecipar a organização espacial e material
Utilizar diferentes recursos didáticos (quadra, sala,visita, prática, vídeo, texto, desenho, entrevista, encenação, criação, etc)
Articular o saber-sobre ao saber-fazer
Estar aberto a mudanças em relação ao que foi planejado
(Referência: LISBOA, 2006)

Avaliação
É desejável que a avaliação aconteça ao longo de todo o processo
É importante contemplar os aspectos atitudinal, procedimental e conceitual
Deve-se utilizar de instrumentos variados
Sugestão de redação do Plano de Ensino
Cabeçalho com informações básicas:ano,escola, disciplina,turma, professor(es) etc.
1. Apresentação: Identificação das características da escola, da comunidade escolar, do grupo de alunos. O significado da Educação Física para eles. Identificação dos avanços já obtidos, do que você(s) considera(m) que é necessário avançar em direção a uma Ed. Física de qualidade na Escola.
Sugestão de redação do Plano de Ensino
2. Fundamentação
Visão fundamentada do(s) professor (es) para a Educação Física
Princípios da Educação Física: inclusão, ludicidade, interdisciplinaridade.
(Referência: Proposta curricular do Estado e sua bibliografia, CRV: CBC, Fórum, STR, Ops, Ras e outros)
Objetivos
3. Objetivos gerais:
Expressam propósitos mais amplos acerca do papel da Ed. Física diante das exigências da realidade social e em relação ao desenvolvimento global dos alunos.

4. Objetivos específicos:
Expressam a as expectativas do professor sobre o que deseja obter dos alunos no decorrer do processo de ensino, no período e contexto determinados.

5. Conteúdos
(sugestão para redação)
Tema (ou projeto) e duração estimada em número de aulas
Tópicos (subdivisões do tema)
Opcional: habilidades trabalhadas em cada tópico

6. Estratégias de Avaliação
Expor as estratégias que serão utilizadas para avaliar o processo de
ensino-aprendizagem, baseando-se,para isso, nos objetivos traçados no início do trabalho, ou seja, pensar em instrumentos que permitam avaliar se estes objetivos foram alcançados ou não.
Por que “gastar tempo” procurando antecipar algo que possivelmente terá que ser refeito?
“Os planos, resumidos como esquemas flexíveis para atuar na prática, proporcionam segurança ao professor; assim, ele abordará com mais confiança os aspectos imediatos e imprevisíveis que lhe são apresentados na ação. O plano prévio é o que permite, paradoxalmente, um marco para a improvisação e criatividade do docente. O plano delimita a prática mas oferece um marco de possibilidades abertas”
(SACRISTAN, 1998)


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Prática de Ensino Apostila nª 005-2014-Prof. Esp. Fábio Eduardo Fernandes (GAFFA).

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE CIÊNCIAS/BAURU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
PRÁTICAS EDUCATIVAS: ADAPTAÇÕES CURRICULARES
BAURU/2008

A avaliação, no contexto escolar, deverá envolver todos os profissionais da escola, que direta ou indiretamente atuam com o aluno, tendo como objetivo o estabelecimento de uma proposta pedagógica e implementação de atividades a serem desenvolvidas, durante o processo de ensino e aprendizagem que estejam em consonância com as necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência. Como com qualquer outro aluno é importante que o professor identifique no cotidiano educacional:
•se ele compreende e participada de todas as atividades propostas em sala de aula;
•se ele apresenta desenvolvimento satisfatório no cumprimento das atividades;
•qual é o ritmo de sua aprendizagem diante dos mais diversos conteúdos curriculares - sua aprendizagem é lenta, normal ou rápida;
•se apresenta motivado para realizar as atividades propostas intra e extraclasse;
•se necessita de recursos adicionais, como auxílio de materiais concretos para resolver o proposto;
•se solicita auxílio do colega ou do professor para as atividades;
•a interação com os colegas dentro e fora de sala de aula;
•a interação do aluno e com professor e com os demais profissionais da escola;
•se consegue se agrupar com os demais alunos em classe e nos outros espaços da escola;
•se é assíduo;
•se necessita de auxílio para vir à escola;
•se cuida dos seus materiais;
•quais são as suas atividades preferidas;
•o que apresenta facilidade para resolver;
•se consegue relatar um fato ocorrido sequencialmente.
Enfim, são inúmeras as observações a serem feitas para que se possa avaliar o aluno com deficiência mental e propor as adaptações curriculares necessárias para o acesso ao currículo comum. Procurou-se apresentar algumas dicas do que o professor pode analisar no contato diário com este aluno. Não esqueçam a temática da avaliação foi detalhadamente trabalhada na Disciplina sobre Avaliação!!!!!!
Atividade
1. Leia o artigo indicado no item “Leitura” ou clicando no link abaixo.
Artigo: Inclusão na diversidade: um desafio para os educadores
(Rita de Cácia Santos Souza e Greice Fabiane Santos Silva)
Revista FACED, n. 9, p. 239-252,2005. Disponível em:
http://www.revistafaced.ufba.br/viewarticle. php?id=22&layout=abstract
Destaque as idéias principais trabalhadas no texto e Comente no “Fórum de Discussão” do ambiente Telec., a partir das duas temáticas: O que significa lidar com a diversidade em sala de aula? Como o professor pode ser preparado para lidar com a diversidade?
2. Escolha um aluno seu com deficiência mental, caso não tenha o aluno com diagnóstico de deficiência mental em sua sala, escolha aquele que apresenta mais dificuldade no processo de aprendizagem.
3. Converse com seu grupo de trabalho sobre:
•quais suas maiores dificuldades para garantir o acesso ao currículo para esse aluno?
•Como você vem trabalhando com ele até esse momento?
•Muda as atividades? Quais? Em todas as disciplinas?
5. Lembre-se de postar no o resultado desta troca de experiência no Portfólio em grupo do ambiente Telec.
Unidade III: Proposta de Adaptação Curricular Adaptações curriculares, então podem ser definidas como “respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e, dentre estes, os que apresentam necessidades educacionais especiais” (MEC/SEESP, 2000). As adaptações curriculares podem ser entendidas como estratégias das quais a escola como um todo devem fazer uso para efetivar a inclusão escolar do aluno com deficiência. Essas estratégias podem ser divididas em dois grupos MEC/SEESP, 2000): adaptações curriculares de grande porte e  adaptações curriculares de pequeno porte. As adaptações curriculares de grande porte são as modificações que necessitam de aprovação técnico-político-administrativa para serem colocadas em prática. Dessa forma, compreendem ações que são de responsabilidade de instâncias político-administrativas superiores, já que exigem modificações que envolvem ações de natureza política, administrativa, financeira, burocrática, entre outras. Ou seja, estão além da competência do professor. http://www.bomconselho.com.br
Por sua vez, as adaptações curriculares de pequeno porte envolvem modificações a serem realizadas no currículo e, portanto, são de responsabilidade do professor. Tais adaptações têm o objetivo de garantir que o  aluno com deficiência produtivamente do processo de ensino e aprendizagem, na sala comum da escola regular, com outros alunos da mesma idade que ele. A implementação de tais estratégias devem ser partilhadas com outros profissionais da escola. É preciso a colaboração da equipe educacional nas mais diversas instâncias. http://www.faced.ufba.br
Detalhando estes dois tipos de adaptações curriculares. Adequações curriculares de grande porte: As adaptações curriculares de grande porte são realizado, principalmente, no nível do projeto político-pedagógico elaborado pela escola. A renovação da prática pedagógica deve ter início na elaboração de um projeto político-pedagógico, contando com a participação de gestores, professores, profissionais, funcionários, familiares e alunos, tendo por objetivo transformar a escola. Professor é importante você partilhar suas dúvidas, angústias e sugestões com os outros professores e gestores da escola, pois a educação inclusiva é algo que deve ser construído em parceria e todos devem auxiliar o professor a promover as adaptações necessárias para que a Escola para Todos realmente se efetive!
O trabalho em dupla é um tipo de arranjo, uma adaptação de pequeno porte, realizada pelo professor.  www.euroacessibilidade.com www.acessibilidade.net
Sem acessibilidade com acessibilidade
Segundo Freitas (2006), para que a inclusão aconteça de fato, a escola deve transformar sua estrutura organizativa, desconstruindo práticas que promovem a segregação, questionando concepções e valores de modo a abandonar atitudes que discriminam não apenas as pessoas com necessidades especiais, mas todos os alunos. Para possibilitar a inclusão escolar do aluno com deficiência, as instâncias político-administrativas podem realizar as seguintes adaptações (MEC/SEESP, 2000):
•adaptação do espaço físico da escola;
•aquisição do mobiliário específico assim como de equipamentos e recursos materiais para atender as necessidades dos alunos;
•adaptação de materiais de uso comum em sala de aula;
•garantir a abertura para que o professor possa realizar adequações (adaptação de objetivos de ensino, dos conteúdos a serem abordados, da metodologia, da organização didática e das formas de avaliação);
•garantir a homogeneidade etária da turma;
•realizar adaptações referentes à organização didática. Uma importante ação nesse sentido é a decisão sobre o número de alunos por sala de aula. Acredita-se que 25 alunos (entre eles apenas dois alunos com deficiência) é o número máximo em cada sala de aula para que o professor consiga administrar de forma competente uma classe inclusiva;
•realizar adaptações quanto a temporalidade, ou seja, realizar ajustes no tempo que determinado aluno permanece em uma mesma série.
•capacitações continuadas dos professores e demais profissionais responsáveis pela educação dos alunos;
•efetivação de ações que oportunizem e incentivem a interdisciplinaridade, ou seja, que os conteúdos de um a disciplina possam ser trabalhos em outras com os seus devidos ajustes, como também a trans-setorialidade, ou seja, a realização de parcerias de serviço distinta para a promoção da aprendizagem – como, por exemplo, o apoio do serviço da saúde para diagnósticos e/ou intervenções. Entre essas ações está a definição sistemática do trabalho entre professor de educação especial e professor regular (ensino colaborativo ou co-ensino) e também da parceria entre o professor e os profissionais responsáveis pela educação (consultoria colaborativa).Adequações curriculares de pequeno porte. As adaptações curriculares de pequeno porte podem ser realizadas em dois níveis: no nível coletivo (sala de aula), por meio do planejamento e implementação do currículo da classe, e no nível individual, por meio do Programa Educacional Individualizado (PEI). www.educacao.sp.gov.br
No que diz respeito ao nível coletivo, serão apresentadas algumas estratégias que podem ser utilizadas para a inclusão do aluno com deficiência mental no ensino regular (BLANCO, 2004):
•fazer uso de estratégias metodológicas diversificadas que permitam o ajuste da maneira como cada conteúdo será transmitido aos diferentes estilos de aprendizagem apresentados pelos alunos, já que cada aluno aprende de
modo particular e com um ritmo próprio;
•colocar em prática a cooperação durante a realização das atividades propostas, pois os alunos aprendem não apenas com o professor, mas também com seus colegas. A cooperação influencia positivamente o rendimento acadêmico, a autoestima, as relações sociais assim como o desenvolvimento pessoal. Além disso, ao facilitar o trabalho autônomo dos alunos, permite que o professor consiga momentos para fornecer mais atenção aos que dela necessitam;
•oferecer atividades que possibilitem que diferentes graus de complexidade assim como conteúdos distintos sejam trabalhados, tais como, atividades com graus de dificuldade diferentes que possam ser executadas de maneiras diversas; uma mesma atividade para trabalhar conteúdos com níveis diferentes de dificuldades; uso do mesmo conteúdo pode ser trabalhado por meio de várias atividades; uso de atividades diversas (oficinas, projetos, entre outros);
•dar aos alunos a oportunidade de tomar decisões sobre o planejamento do trabalho acadêmico, apresentando algumas atividades e maneiras como  tais atividades podem ser realizadas e deixando que os alunos escolham entre as opções apresentadas;
•avaliar a quantidade e a qualidade de apoio que cada aluno necessita e retirar, gradualmente, tal apoio a medida que os alunos caminham na direção de alcançar um nível de aprendizagem suficiente;
•explorar a utilização de diversos materiais durante a realização das atividades propostas;
•agrupar os alunos utilizando critérios variados, de acordo com a atividade a ser realizada, de modo a possibilitar a emissão de respostas diferentes de acordo com o objetivo a ser atingido, com o tipo de conteúdo abordado e com as características e os interesses dos alunos. É importante destacar que os alunos com maior dificuldade para realizar determinada tarefa deve ser integrado em grupos que respondam às suas necessidades;
•elaborar formas de avaliação adaptadas às necessidades e particularidades de cada aluno;
•realizar arranjos na sala de aula de modo que o espaço fique agradável aos alunos e ao professor, que a autonomia e a mobilidade seja facilitada, e que seja possível a adaptação da sala aos diferentes tipos de atividades e agrupamentos. Alunos com maiores dificuldades devem ocupar lugares nos quais seja mais fácil o acesso à informação e a comunicação e o relacionamento com os colegas e com o professor;
•organizar a rotina da classe considerando o tipo de metodologia, atividades que serão realizadas e o apoio que determinados alunos podem necessitar;
•valorizar as diferenças existentes entre os alunos, criando um ambiente de respeito às limitações e virtudes do outro e no qual exista comunicação. Para tanto, atividades podem ser realizadas com o objetivo de aumentar a união entre os alunos.
http://www.scielo.br/img/
Também é possível elencar como uma estratégia que deve ser implementada, o planejamento de aulas motivadoras, atrativas e cativantes. Para tanto, é necessário além de levantar os interesses dos alunos e criar novos interesses, ou seja, motivar os alunos a prenderem coisas novas, apresentando sentido e significado para essas aprendizagens. Saber o que fazer como fazer e como o aluno se sente... Estratégias que motivam a aula. Em relação à importância de levantar os interesses dos alunos, Iverson (1999) explica que tal levantamento aumenta o envolvimento desses alunos e a compreensão quanto ao conteúdo tratado. Além disso, quando o planejamento de ensino desconsidera as fontes de interesse, há aumento em relação à emissão de comportamentos irruptivos. No entanto, a autora destaca que, como planejar aulas que atendam aos interesses de todos os alunos é uma tarefa muito difícil, o ideal é atentar para os interesses dos alunos com deficiência, já que a dificuldade de envolvimento nas atividades propostas é maior para esses alunos. É importante lembrar, que o uso dessas estratégias irá beneficiar a sala de aula como um todo assim como o professor que terá a oportunidade de aperfeiçoar a sua prática. No entanto, a prática de tais estratégias irá depender da criatividade e motivação do professor e devem sempre considerar as necessidades, potencialidade e interesses de cada aluno. Em vista disso, além da implementação de adaptações no currículo da sala de aula, é necessário que adequações sejam feitas individualmente, com o desenvolvimento de um programa educacional individualizado.
Segundo McLoughlin e Lewis (2001), a elaboração do PEI deve ser baseada na avaliação das habilidades e necessidades do aluno e em informações adicionais necessárias, que irão constituir-se como subsídio para a definição de objetivos a serem alcançados em curto, médio e longo prazo, para a seleção de serviços apropriados a serem oferecidos para o aluno assim como mudanças curriculares e, por fim, para o planejamento de forma que garantam a avaliação do próprio programa. O programa educacional individualizado deve conter as seguintes informações (MCLOUGHLIN e LEWIS, 2001): níveis de desempenho educacional atual do aluno; objetivos a serem alcançados expostos de maneira mensurável; indicações de apoio de serviços especiais, se necessários; indicação das estratégias de adaptações curriculares a serem implementadas; modificação a serem realizadas no processo de avaliação do aluno assim como indicação de como o próprio programa será avaliado e com que periodicidade isso irá acontecer. No que diz respeito às estratégias de adaptações curriculares, elas podem ser implementadas por meio de ações que oportunize o acesso do aluno ao currículo, nos objetivos de ensino, no conteúdo a serem abordados, no método de ensino, no processo de avaliação e na temporalidade. Adaptações para garantir o acesso ao currículo quanto às adequações realizadas com o objetivo de assegurar o acesso ao currículo, podemos citar (MEC/SEESP, 2000):
•favorecer a participação do aluno durante a realização das atividades escolares propostas;
•levantar a necessidade de equipamentos e recursos necessários para o aluno e solicitar, junto à direção da escola, a aquisição dos mesmos;
•adaptar materiais de uso comum em sala de aula;
•adotar sistemas alternativos de  comunicação, para os alunos que apresentam dificuldade ou impossibilidade de se comunicar oralmente;
.Promover acesso ao currículo é dar oportunidade. www.acessibilidade.net
 Ainda em relação a tais adequações, existem algumas ações que podem ser colocadas em prática para atender especificamente às necessidades do aluno com deficiência mental. Nesse caso, primeiramente devemos considerar que o processo de apropriar o conhecimento tem como base os conhecimentos que o aluno já possui, ou seja, conhecimentos adquiridos de modo informal e, também, por processos formais anteriores de ensino e aprendizagem. Tais  conhecimentos devem ser identificados pelo professor e utilizados como ponto de partida para a ampliação dos conceitos já adquiridos e a aquisição de novos conceitos (MEC/SEESP, 2000). Além disso, outras providências mais específicas podem ser tomadas (MEC/SEESP, 2000):
•colocar o aluno em uma posição que lhe permita obter facilmente a atenção do professor;
•estimular o desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal;
•identificar e oferecer o apoio de que a criança necessita. Em relação a esse aspecto, Sá (2006) esclarece que o apoio pode ser caracterizado em termos de intensidade, sendo classificado em intermitente (quando se dá em momentos de crises e em situações específicas de aprendizagem); limitado (reforço pedagógico para algum conteúdo abordado); extensivo (sala de recursos ou de apoio pedagógico, atendimento complementar ao da classe regular realizado por professores especializados); evasivo (alta intensidade, longa duração ou ao longo da vida para alunos com deficiências múltiplas ou agravantes, envolvendo equipes e muitos ambientes de atendimento);
•estimular o desenvolvimento de habilidades de autocuidado;
•estimular a atenção do aluno para as atividades escolares propostas;
•ensinar o aluno a pedir informações e solicitar ajuda, estimulando, com isso, a sua autonomia.
Adaptação de objetivos http://bardo.castelodotempo.com
O professor pode realizar ajustes em relação aos objetivos pedagógicos presentes em seu planejamento de ensino.  Objetivos são os caminhos cuidadosamente traçados para alcançar as metas. Ojetivos que devem fazer parte do PEI, de acordo com as especificidades apresentadas pelo aluno com deficiência. Dessa forma, o professor pode priorizar determinados objetivos para um aluno, investir mais tempo, e/ou utilizar maior ariedade de estratégias pedagógicas para alcançar determinados objetivos, em detrimento de outros, menos necessários. Em relação aos alunos com deficiência mental, os professores podem acrescentar objetivos complementares aos objetivos definidos para a classe (MEC/SEESP, 2000).A escolha dos objetivos que são mais ou menos prioritários deve ser realizada pelo professor em conjunto com os profissionais responsáveis pela educação dos alunos em um processo de consultoria colaborativa e também com os familiares do aluno.
Adaptação de conteúdos
A partir da adaptação dos objetivos, segue-se a adaptação de conteúdos, que envolve a priorização de áreas ou unidades de conteúdos, a reformulação da sequência de conteúdos, ou seja, da ordem com que cada conteúdo é abordado, ou ainda, a eliminação de conteúdos secundários (MEC/SEESP, 2000).
Adaptação do método de ensino e da organização didática.
Envolvem adaptações na maneira como os conteúdos são abordados. Alunos com deficiência mental podem se beneficiar com a apresentação de atividades alternativas e também com atividades complementares. Considerando que alunos com deficiência mental apresentam dificuldade na capacidade de abstração, uma importante adaptação metodológica a ser realizada é a utilização de materiais concretos e também planejar atividades variadas para abordar um mesmo conteúdo. Em relação à dificuldade de concentração também apresentada por esses alunos, é possível fazer uso de jogos como parte das atividades planejadas para abordar determinado conteúdo (MEC/SEESP, 2000).
Adaptação do processo de avaliação http://www.uniso.br/ead
Pode ser realizada tanto por meio de modificações de técnicas de avaliação como também dos instrumentos utilizados para realizá-la. Adaptação na temporalidade http://economiafinancas.com
Refere-se aos ajustes realizados quanto ao tempo (aumento ou diminuição) previsto para a aprendizagem de determinado conteúdo. No caso de alunos com deficiência mental, nas atividades que envolvem abstração deve ser gasto um tempo maior do que o previsto para os demais alunos.
É importante ressaltar, que tanto o planejamento de sala de aula como o PEI, são documentos flexíveis e que devem estar em constante processo de reformulação, de acordo com os resultados alcançados durante a aplicação dos mesmos.
Diante deste cenário, como, então, garantir o êxito de uma educação inclusiva? A atenção às necessidades educacionais especiais dos alunos com deficiência, que estão inseridos em classes comuns do ensino regular, requer uma organização diferenciada, tanto do ponto de vista pedagógico quanto administrativo. Alguns procedimentos diferenciados precisam ser garantidos para receber e manter, com qualidade educacional, todos os alunos na escola. O êxito da educação inclusiva dependerá, em grande medida, da oferta de uma rede de apoio à escola, através do trabalho de orientação, assessoria e acompanhamento do processo de inclusão (OLIVEIRA e LEITE, 2007).
Às vezes o aluno precisa de um pouco mais de tempo para aprender...
 Unidade IV: Considerações sobre o processo educacional do aluno com deficiência mental É preciso quebrar mitos, em relação ao aluno com deficiência mental:
•Que ele não aprende – é preciso não se ater necessariamente ao resultado final (ao produto da aprendizagem) e sim ao processo de aprendizagem e aos seus possíveis ganhos;
•Que o ensino tem que ser completamente diferente;
•Que ele não consegue realizar atividades que envolvam abstração;
•Que ele sempre deve estar com um grupo que apresenta dificuldades – ou seja, não formar grupos à parte (dos “mais fracos”).
É necessário que a escola promova:
•Mudança no ensino, pois no modelo vigente a culpa recai muitas vezes somente sobre o aluno ou na falta de recursos;
•Grupos não homogêneos de alunos;
•Estratégias pedagógicas diferenciadas;
•A deficiência mental não é o ideal da escola
•Condições para que a escola seja mais do que um local de socialização;
•Ações para sensibilizar o grupo às diferenças (individuais e grupais);
•Ações que valorizem o reconhecimento de suas capacidades e não suas limitações;
•Atividades que não se restrinjam ao concreto, é necessário possibilitar abstrações;
•Atividades que produzam significado para o aluno, e não a repetição constante sem sentido;
•Ações que levem o aluno sair de uma posição passiva e automática;
•Ações que propiciem a apropriação do conhecimento – do prático ao simbólico;
•Situações de aprendizagem para o aluno, dando liberdade de escolha e participação.
•Situações de trabalho com os estereótipos que influenciam a constituição do auto-conceito do deficiente, ou seja, a questão da diferença.
Disponível em: http://www.fonosp.org.br
 Por fim, lembre-se professor que é preciso entender que você:
•não dá conta de tudo sozinho
– é necessário o respaldo de orientadores e especialistas;
•que é preciso trocar experiências, pois o novo trás insegurança
•que a educação inclusiva é um processo lento e árduo, porém justo para que todos aprendam! http://www.ajudarbrincando.com.br
Selecionamos uma parte do vídeo da Escola Viva – garantindo o acesso e a permanência de todos os alunos na escola (2000), que é um material produzido pela Secretaria de Educação Especial – MEC/SEESP em cooperação com a SORRI, FNDE e UNICEF, para que você possa recordar o que a gente procurou trabalhar até aqui. Atenção vídeo disponível no item “Material de apoio” do ambiente TelEduc.
Atividade
 ... Agora é o momento de realizar, na prática, o que aprendeu sobre as adaptações curriculares. Leia a atividade até o final para perceber que tentamos organizá-la para você.
Atividade Prática
Para desenvolver a atividade prática será preciso selecionar um aluno com deficiência mental que esteja incluído na rede regular de ensino, esse aluno deve estar matriculado em outra sala, para que você possa compartilhar a experiência de trabalho conjunto com outro professor. Realize algumas observações (no mínimo dois dias) desse aluno em sala de aula. Durante as observações, tente estabelecer uma relação amigável com a professora, o aluno selecionado e também com o restante da classe. Realize essas observações em um dia específico da semana (por exemplo, segunda-feira) e fique atento para a rotina de sala de aula. Para organizar as informações que você levantou até agora, preencha a tabela abaixo (tabela com exemplo):
Informações sobre o aluno
Idade: 9 anos
Série: 3ª série do ensino fundamental
Sexo: feminino (..) masculino (.X.)
Informações gerais
Segunda-feira (..)
Terça-feira (.X.)
Quarta-feira (..)
Quinta-feira (..). Sexta-feira (..)
Descreva a rotina da sala de aula de maneira esquemática:
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Recreio
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Horário reservado para atividades livres
Agora que você já tem informações sobre a organização da sala de aula, tente identificar as principais dificuldades que o aluno encontra para participar das aulas. Converse com o professor responsável pela sala e peça para ele relatar a percepção dele sobre tais dificuldades. Para ajudar você nessa tarefa, preparamos uma ficha que deve ser preenchida.
Percepção do observador
Dificuldades que o aluno encontra para participar da aula:


Percepção do professor
Você acha que o aluno encontra alguma dificuldade para participar das atividades propostas? Sim ( ) Não ( )
Se sim, quais são essas dificuldades?
Você encontra alguma dificuldade para planejar aulas nas quais o aluno possa participar? Sim (..). Não (..)
Se sim, quais são essas dificuldades?
Você utiliza algum tipo de estratégia para facilitar a participação do aluno nas aulas? Sim (..). Não (..)
Se sim, quais estratégias você utiliza?
Com as duas fichas preenchidas, planeje uma proposta de adaptação curricular para ser realizada em sala de aula. Para organizar melhor o seu planejamento, utilize as fichas abaixo:
Adaptação curricular
Ações necessárias para implementar a adaptação
Materiais necessários
Escolha duas adaptações e preencha o quadro, em que se refere às duas adaptações. Lembra-se é pode ser de vários tipos. Procuramos colocar as quatro mais comuns (estão em negrito). Marque com X ao que elas se referem:
Adaptação realizada
Conteúdo Objetivo Estratégia Avaliação
Adaptação 1
Adaptação 2
Apresente as fichas preenchidas para o professor responsável pela sala e peça para ele fornecer sugestões. Converse com o professor e veja a proposta pedagógica da classe, o plano de ensino, pois para fazer a adaptação o importante é você pegar a proposta de um objetivo educacional e adaptá-lo em função da necessidade do seu aluno. Por exemplo: o aluno em questão está estudando na 2ª. Série – ou segundo ano do 1º ciclo. Um dos objetivos curriculares na língua portuguesa da série é:
- identificar e nomear a tipologia textual, descrevendo características de pelo menos três tipos de textos.
O aluno que você está observando encontra-se no início do processo de leitura. Então você poder á adaptar este objetivo para:
- reconhecer e diferenciar texto informativo (jornalístico) dos demais. Para essa atividade, mesmo que ainda ele não domine a leitura será capaz de perceber diferenças na grafia e tipologia textual. ... que tais adaptações devem ser planejadas para serem desenvolvidas no dia em que você estiver presente na sala de aula que esse aluno frequenta, para você poder observar e auxiliar na realização da adaptação curricular proposta, podendo avaliar a efetivação de uma proposta de ajuste curricular. Então escolha as duas adaptações que considera que sejam viáveis para serem feitas neste momento. Lembre-se... Coloque em prática as adaptações planejadas. 
Não se esqueça de colocar no Portfólio individual uma narrativa contando a experiência realizadas com todos os documentos que utilizou!!! Data: Faça algumas observações sobre como foi, nesse dia, a realização das adaptações planejadas.


Referências
ARANHA, M.S.F. Formando Educadores para a Escola Inclusiva. 2002. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/feei/teimp.htm - acesso em 20 de abril 2007.
ARANHA, M.S. F. Referenciais para construção de sistemas educacionais inclusivos – a fundamentação filosófica – a história – a formalização. Versão preliminar. Brasília: MEC/SEESP, nov. 2003.
BLANCO, R. A atenção à diversidade na sala de aula e as adaptações do currículo. In: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J.A. (org.). Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. Porto Alegre: Artmed editora, 2004.
BRASIL, Avaliação para a identificação das necessidades educacionais especiais. Secretaria de Ed. Especial. Brasília: MEC/ SEESP, 2002 BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Secretaria de Educação Especial - MEC/SEESP, 2001.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nova LDB (Lei n. 9.394). Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1997.
BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CBE 2/2001. Diário Oficial da União, Brasília, 14 de setembro de 2001 – Seção 1E, p. 39-40.
CORREIA, L. M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Porto: Porto Editora, 1999.
FREITAS, S. N. A formação de professores na educação inclusiva: construindo a base de todo o processo. In: RODRIGUES, D. Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006.
GÓES, M.C.R. de; LAPLANE, A.L.F. apolíticas e práticas de educação inclusiva. Campinas/SP: Autores Associados, 2004.
IVERSON, A. M.; Estratégias para o manejo de uma sala de aula inclusiva. In:
Stainback, S.; Stainback, W. Inclusão: um guia para educadores. Tradução de Lopes, M.F. Porto Alegre: Artmed, 1999.
LEITE, L. P. A intervenção reflexiva como instrumento de formação continuada do educador: um estudo em classe especial.2003. 212 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2003.
LEITE, L.P.; MARTINS, S.E.S.O. Repensando a avaliação educacional. In: Leite e Zanata (orgs) Cadernos do CECEMCA, Faculdade de Ciências, UNESP/Bauru, 2005.
MANTOAN, M.T.E. Abrindo as Escolas ás Diferenças. In: MANTOAN, M.T.E. (org.)
Pensando e Fazendo Educação de Qualidade. São Paulo: Moderna, 2001. (Educação em pauta – Escola & Democracia) 109-128
MCLOUGHLIN, J. A.; LEWIS, R.B. Assessing students with special needs. New Jersey: Merril Prentice Hall, 2001.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC/SEESP. Projeto escola viva. Adaptações Curriculares de Grande Porte e Adaptações Curriculares de Pequeno Porte. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2000.
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Prática de Ensino- Apostila 006-2014- Prof. Esp. Fábio Eduardo Fernandes (GAFFA).

Quarta-feira, 15 de janeiro 2014, Diário Oficial Poder Executivo-Seção I São Paulo, 124 (9)–45.

Resolução SE 2, de 14-1-2014
Dispõe sobre Atividades Curriculares Desportivas nas unidades escolares da rede pública estadual.
O Secretário da Educação, à vista do que lhe representou a Coordenadoria de Gestão da Educação Básica-CGEB e considerando:
-a importância da prática do esporte nas escolas, como espaço de vivência de relações interpessoais que contribuem para a ampliação das oportunidades de exercício de uma cidadania ampla e consciente;
-a necessidade de se promover a integração e a socialização dos alunos em atividades esportivas competitivas e/ou recreativas, com vistas à futura participação de suas escolas em campeonatos e competições de esfera estadual, nacional e internacional,

Resolve:

Artigo 1º
-As aulas de Atividades Curriculares Desportivas-ACDs, destinadas à prática das diferentes modalidades esportivas, constituem parte integrante da proposta pedagógica da escola e serão desenvolvidas na conformidade do disposto
na presente resolução.
Artigo 2º
-As turmas de ACDs serão constituídas de, no mínimo, 20 (vinte) alunos, organizadas por modalidade, categoria e gênero, e suas atividades serão desenvolvidas em turno
diverso ao do horário regular de aulas dos alunos envolvidos, em, no mínimo, 2 (duas) e, no máximo, 3 (três) aulas semanais.
Artigo 3º
-As aulas de ACDs serão desenvolvidas:
I - ao longo da semana, em horário diverso ao das aulas regulares dos alunos e sem comprometimento da dinâmica das atividades previstas pela proposta pedagógica para aquele turno de funcionamento da unidade escolar, podendo ocorrer inclusive no período noturno;
II - aos sábados.

Artigo 4º
-Caberá à equipe gestora da unidade escolas subsidiada pelos docentes da disciplina Educação Física, a organização das diferentes turmas de ACDs que poderão ser constituídas de alunos de diversos turnos de funcionamento da escola e, quando possível, de diferentes níveis de ensino, levando em conta que:
I - as escolas poderão organizar até 1(uma) turma de ACDs por modalidade, categoria e gênero, desde que a natureza das modalidades e categorias propostas se justifique pela pertinência e coesão com o currículo de Educação Física e com a proposta pedagógica de que é parte integrante;
II - as turmas de ACDs serão organizadas nas seguintes modalidades:
a) Modalidades de Esporte: Atletismo, Basquetebol, Badminton, Damas, Futsal, Handebol, Natação, Rúgbi, Tênis de Mesa, Voleibol, Vôlei de Praia e Xadrez;
b) Modalidades de Luta: Capoeira, Judô e Karatê;
c) Modalidades de Ginástica: Ginástica Artística, Ginástica Geral e Ginástica Rítmica;
III - as categorias das turmas de todas as modalidades de ACDs serão:
a) Pré-mirim (de alunos com até 12 anos completos no ano);
b) Mirim (de alunos com até 14 anos completos no ano);
c) Infantil (de alunos com até 17 anos completos no ano);
d) Juvenil (de alunos com até 18 anos completos no ano ou mais);
IV - as turmas de ACDs das modalidades Basquetebol, Futsal, Handebol, Rúgbi, Voleibol e Vôlei de Praia, de todas as categorias, serão organizadas por gênero (masculino ou feminino) e as de Atletismo, Badminton, Capoeira, Damas, Ginástica Artística, Ginástica Geral, Ginástica Rítmica, Judô, Karatê, Natação, Tênis de Mesa e Xadrez, de todas as categorias, poderão ser também de gênero misto, sendo que, se houver turma mista em determinada modalidade e categoria, não poderá haver, nessa mesma modalidade e categoria, turma do gênero masculino e turma do gênero feminino.
§ 1º- Para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, poderão ser organizadas apenas turmas da categoria pré-mirim, das modalidades: Atletismo, Capoeira, Damas, Ginástica Artística, Ginástica Geral, Ginástica Rítmica, Judô, Natação, Tênis de Mesa e Xadrez.
§ 2º- Os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, com idade compatível com as demais categorias, poderão integrar turmas de todas as modalidades organizadas para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e das séries do Ensino Médio, desde que em quantidade que não ultrapasse o limite de 50% (cinquenta por cento) do total de alunos participantes da turma e que o horário das atividades não coincida com o horário regular de suas aulas.
Artigo 5º
- O número máximo de turmas de ACDs organizadas e mantidas na unidade escolar, na conformidade do disposto no artigo 4º, será estabelecido de acordo com o número de classes da escola, na seguinte conformidade:
I - até 6 classes: 4 turmas;
II - de 7 a 12 classes: 8 turmas;
III - de 13 a 20 classes: 12 turmas;
IV – mais de 20 classes: 16 turmas.
Artigo 6º
- A direção da unidade escolar deverá apresentar à Diretoria de Ensino, para fins da homologação de turmas de ACDs, plano de trabalho articulado ao currículo de Educação Física e à proposta pedagógica da escola, elaborado por professor (es) de Educação Física da unidade escolar e referendado pelo Conselho de Escola, contendo os seguintes quesitos:
I - modalidade de esporte, de luta ou de ginástica;
II - categoria da turma, observando-se que a data de nascimento do aluno mais velho definirá a categoria da turma;
III - gênero;
IV - número de aulas semanais: no mínimo 2 (duas) e no máximo 3 (três);
V - programação anual de trabalho especificando, além da justificativa, os objetivos, os conteúdos, as atividades e a avaliação a serem desenvolvidos;
VI - lista de, no mínimo, 20 (vinte) alunos candidatos à turma, contendo: nome completo, nº do RA, data de nascimento, nº do RG e o nº da turma/classe de origem (código gerado pelo Sistema de Cadastro de Alunos);
VII - horário de desenvolvimento das aulas não coincidente com o turno e o horário das aulas regulares dos alunos envolvidos.
§ 1º-Para fins de homologação de novas turmas de ACDs da categoria pré-mirim, exclusivas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, previstas no § 1º do artigo 4º desta resolução, a direção da unidade escolar deverá levar em conta as características de desenvolvimento motor, pertinentes às devidas modalidades, bem como a idade mínima a seguir indicada:
1 - Ginástica Artística, Geral e Rítmica: 7 (sete) anos completos no ano;
2 - Capoeira, Damas, Judô e Xadrez: 8 (oito) anos completos no ano;
3 - Atletismo, Natação e Tênis de Mesa: 9 (nove) anos completos no ano.
§ 2º- O Plano de Trabalho e as listagens nominais relativas às turmas de ACDs propostas pela equipe gestora, após serem devidamente analisadas e avaliadas pelo Conselho de Escola, deverão ser encaminhados à Diretoria de Ensino para apreciação do supervisor de ensino responsável pela unidade escolar e para homologação do Dirigente Regional de Ensino.
§ 3º-A unidade escolar deverá manter em seus arquivos, para verificação oportuna, declaração escrita e assinada pelos pais ou responsável, de todos os alunos candidatos à composição das turmas propostas, autorizando - os a participar das ACDs, bem como de eventuais competições e/ou apresentações a serem realizadas em locais diversos.
§ 4º-Caberá ao Supervisor de Ensino da unidade escolar e ao Professor Coordenador de Núcleo Pedagógico–PCNP da Diretoria de Ensino, na área da disciplina Educação Física, o acompanhamento da formação, frequência, desempenho e manutenção das turmas de ACDs.
Artigo 7º
- As ACDs, como parte integrante da proposta pedagógica das unidades escolares e à semelhança dos procedimentos aplicados aos demais componentes curriculares, deverão ser objeto de:
I-controle de frequência dos alunos integrantes das turmas;
II - rotineiro acompanhamento das turmas pelo Professor Coordenador da unidade escolar;
III -avaliações devidamente formalizadas em relatórios anuais circunstanciados, elaborados pelos professores das turmas e encaminhados à equipe gestora da unidade escolar e ao Conselho de Escola, para a devida análise.
§ 1º-Caberá ao Conselho de Escola, à luz dos indicadores descritos no relatório anual, registrar, na ata da reunião a ser realizada antes do final do ano letivo, seu parecer sobre:
1 – a manutenção, ou não, de cada turma de ACDs, devendo esse posicionamento ser encaminhado pela unidade escolar à Diretoria de Ensino, juntamente com os relatórios circunstanciados;
2 - a mudança ou manutenção do número de aulas semanais de cada turma de ACDs, rati/retificando o número de aulas das referidas turmas, com vistas ao processo de atribuição de classes e aulas do ano letivo seguinte.
§ 2º- A ratificação das categorias das turmas de ACDs, mantidas pelo Conselho de Escola, deverá atender à faixa etária definido no plano anual da unidade escolar, observado o estabelecido no inciso III do artigo 4º desta resolução.
Artigo 8º
- Quando a frequência bimestral de 30% (trinta por cento) dos alunos de cada turma de ACDs for inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do número de aulas dadas, a direção da unidade escolar deverá proceder à reorganização dos alunos da referida turma.
§ 1º- Ocorrendo reorganização dos alunos de determinada turma de ACDs, a direção da unidade escolar deverá comunicar a mudança à Diretoria de Ensino, por meio de ofício, enviando cópia da nova listagem de alunos participantes, já devidamente atualizada no Sistema de Cadastro de Alunos.
§ 2º-Os casos de interrupção de turmas de ACDs durante o ano letivo deverão ser objeto de análise da Diretoria de Ensino, que avaliará eventuais particularidades e emitirá parecer conclusivo quanto à interrupção.




Artigo 9º
- As turmas de ACDs que, ao final do ano letivo, estiverem funcionando com regularidade, nas modalidades e gênero existentes, tendo sido mantidas pelo Conselho de Escola, poderão ser atribuídas já no processo inicial de atribuição de
classes e aulas.
§ 1º- As categorias das turmas atribuídas serão definidas no plano anual de trabalho, que deverá ser apresentado, no início do ano letivo, pelo professor da turma à direção da unidade escolar, até a data definida para o planejamento escolar anual, visando à sua ratificação ou retificação.
§ 2º-O plano anual de trabalho deverá conter, além dos demais itens, a lista dos alunos participantes, com indicação da série/classe de origem e da data de nascimento, para fins da definição da categoria.
§ 3º-A direção da unidade escolar deverá encaminhar ao Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino, no prazo fixado anualmente por comunicado da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB, cópias de todos os planejamentos anuais das turmas de ACDs atribuídas, acompanhadas das listagens de alunos, devidamente atualizadas no Sistema de Cadastro de Alunos, para fins de acompanhamento do Supervisor de Ensino da unidade e pelo PCNP de Educação Física, conforme estabelece o § 4º do artigo 6º desta resolução.
Artigo 10
- Novas turmas de ACDs poderão ser formadas e homologadas no decorrer do ano letivo, observada como limite a data correspondente ao último dia útil do mês de agosto do ano em curso.
Artigo 11
- Os alunos das turmas de ACDs não serão dispensados de frequentar as aulas regulares da disciplina Educação Física.
Artigo 12
- É expressamente vedada a atribuição de aulas das turmas de Atividades Curriculares Desportivas - ACDs a docentes contratados, exceto se em substituição temporária de docentes em licença, sendo que, somente quando se tratar de aulas de turmas já homologadas e mantidas no ano anterior, é que poderão ser atribuídas no processo inicial, preferencialmente aos titulares de cargo, podendo constituir jornada de trabalho, exceto a Jornada Reduzida de Trabalho Docente, respeitados os seguintes limites máximos:
I – até 2 turmas, para o docente incluído em Jornada Inicial de Trabalho Docente;
2 – até 3 turmas, para o docente incluído em Jornada Básica de Trabalho Docente;
3 – até 4 turmas, para o docente incluído em Jornada Integral de Trabalho Docente.
Parágrafo único
- A atribuição de aulas das turmas de ACDs deverá ser revista pelo Diretor de Escola sempre que a unidade escolar apresentar aulas disponíveis, no Ensino Fundamental e/ ou Médio, da disciplina de Educação Física.
Artigo 13
- A participação dos alunos e professores das turmas de ACDs nos Jogos Escolares do Estado de São Paulo–JEESP, bem como nos demais campeonatos e competições oficiais, será objeto de regulamentação específica.
Artigo 14
- A Coordenadoria de Gestão da Educação Básica-CGEB poderá, se necessário, baixar instruções complementares para o cumprimento do disposto nesta resolução.
Artigo 15
- Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário, em especial a Resolução SE 14, de 2 de fevereiro de 2010.


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Qual o significado e a importância do projeto político-pedagógico para a escola?
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15, concedeu à escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira (Cf. Módulo 1). O que isso significa? Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade e de responsabilidade para elaborar seu próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a responder às demandas da sociedade, ou seja, atendendo ao que a sociedade espera dela. A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua própria prática.
Pensar no processo de construção de um projeto político-pedagógico[1][1] requer uma reflexão inicial sobre seu significado e importância. Vamos verificar como a LDBEN ressalta a importância desse instrumento em vários de seus artigos:
§         No artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o “artigo da escola” a Lei dá aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica.
§         O artigo 12, inciso VII define como incumbência da escola informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.
§         No artigo 13, chamado o “artigo dos professores”, aparecem como incumbências desse segmento, entre outras, as de participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso I) e elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso II).
§         No artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o primeiro deles é a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.
É bom lembrar que, pela primeira vez no Brasil, há uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que detalha aspectos pedagógicos da organização escolar, o que mostra bem o valor atribuído a essa questão pela atual legislação educacional.
Dessa forma, essa é uma exigência legal que precisa ser transformada em realidade por todas as escolas do país. Entretanto, não se trata apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, mas, sobretudo, de garantir um momento privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da escola. Por isso, é importante evitar que essa exigência se reduza a mais uma atividade burocrática e formal a ser cumprida.
Um projeto político-pedagógico voltado para construir e assegurar a gestão democrática se caracteriza por sua elaboração coletiva e não se constitui em um agrupamento de projetos individuais, ou em um plano apenas construído dentro de normas técnicas para ser apresentado às autoridades superiores. Mas o que é mesmo projeto político-pedagógico?
Segundo Libâneo (2004), é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar.
Na verdade, o projeto político-pedagógico é a expressão da cultura da escola com sua (re) criação e desenvolvimento, pois expressa a cultura da escola, impregnada de crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da sua elaboração.
Assim, o projeto orienta a prática de produzir uma realidade. Para isso, é preciso primeiro conhecer essa realidade. Em seguida reflete-se sobre ela, para só depois planejar as ações para a construção da realidade desejada. É imprescindível que, nessas ações, estejam contempladas as metodologias mais adequadas para atender às necessidades sociais e individuais dos educandos. Em síntese, suas finalidades são:
§         Estabelecer diretrizes básicas de organização e funcionamento da escola, integradas às normas comuns do sistema nacional e do sistema ou rede ao qual ela pertence.
§         Reconhecer e expressar a identidade da escola de acordo com sua realidade, características próprias e necessidades locais.
§         Definir coletivamente objetivos e metas comuns à escola como um todo.
§         Possibilitar ao coletivo escolar a tomada de consciência dos principais problemas da escola e das possibilidades de solução, definindo as responsabilidades coletivas e pessoais.
§         Estimular o sentido de responsabilidade e de comprometimento da escola na direção do seu próprio crescimento.
§         Definir o conteúdo do trabalho escolar, tendo em vista as Diretrizes Curriculares Nacionais para ensino, os Parâmetros Curriculares Nacionais, os princípios orientadores da Secretaria de Educação, a realidade da escola e as características do cidadão que se quer formar.
§         Dar unidade ao processo de ensino, integrando as ações desenvolvidas seja na sala de aula ou na escola como um todo, seja em suas relações com a comunidade.
§         Estabelecer princípios orientadores do trabalho do coletivo da escola.
§         Criar parâmetros de acompanhamento e de avaliação do trabalho escolar.
§         Definir, de forma racional, os recursos necessários ao desenvolvimento da proposta.
A partir dessas finalidades, é preciso destacar que o projeto político-pedagógico extrapola a dimensão pedagógica, englobando também a gestão financeira e administrativa, ou seja, os recursos necessários à sua implementação e as formas de gerenciamento. Em suma: construir o projeto político-pedagógico significa enfrentar o desafio da transformação global da escola, tanto na dimensão pedagógica, administrativa, como na sua dimensão política.

Agora, reflita: em que medida essa concepção de projeto político-pedagógico está presente na prática de sua escola?


[2][1] Segundo o dicionário Aurélio, a expressão projeto vem do latim projectu, “Lançado para diante. Idéia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro: plano, intento, desígnio. Empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema”. (Ferreira, 2003). Quando nos referimos ao termo político, é porque entendemos que toda ação pedagógica é, também, uma ação política, não no sentido de uma doutrina ou partido, mas no sentido da busca do bem comum e coletivo. Segundo Vasconcellos (2002:169), projeto político-pedagógico é “a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um importante caminho para a construção da identidade da instituição. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação.”


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Como trabalhar a indisciplina na sala de aula
Lucilene de Melo Nunes Ramos1
Resumo
O problema da indisciplina em sala de aula em todas as escolas têm sido sem dúvida, uma das maiores preocupações existentes entre os educadores em todo o Brasil. Este artigo apresenta um projeto de intervenção realizado no Colégio Estadual D. Anaídes Brito Miranda, na cidade de Guarai-TO. O objetivo deste trabalho foi promover a reflexão acerca dos conceitos de indisciplina e possíveis estratégias de superação de comportamentos indisciplinares, analisando e descrevendo situações que levaram a estes tipos de indisciplina na sala de aula e no que acreditam ser os procedimentos de intervenção mais adequados ao seu enfrentamento, através do coletivo realizando estratégias de superação dos problemas existentes. Foi realizada uma pesquisa-ação com a equipe da secretaria, Serviço de Orientação Educacional (SOE), gestor, professores, pais e alunos onde os mesmos responderam questionários com perguntas abordando os possíveis motivos e quais as soluções que amenizarão os problemas de indisciplina na escola na opinião destes, constatou-se que a comunidade local esteve mais presente na escola participando das atividades, maior democratização das decisões, melhoria no funcionamento dos setores, conservação do espaço escolar, houve a amenização da indisciplina em sala de aula, resultando em fatores satisfatórios em relação à aprendizagem dos alunos e sobretudo na relação entre professor e aluno.
Palavras chave: indisciplina, prática pedagógica, família.
Introdução
O presente trabalho tem como foco principal a questão da indisciplina escolar, o que vem inquietando educadores de todo o país, tornando-se para as instituições de ensino, um enorme desafio permeado de complexidades. Esse artigo aborda um projeto de intervenção desenvolvido no ano de 2011 no Colégio Estadual D. Anaídes Brito Miranda, na cidade de Guaraí, atualmente a escola tem 380 alunos com turmas do 1° ao 9° ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio nos turnos matutino e vespertino.
1 Graduada em Letras pela UNITINS; Professora do Colégio Estadual D. Anaídes Brito Miranda, Guaraí-TO. Especializando em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal do Tocantins-Pólo de Guaraí-TO.
E o que vem a ser especificadamente indisciplina?
A falta de limites, o desrespeito aos direitos dos outros, incompreensão das regras de convivência a falta de solidariedade, atitudes que não combinam com atividades em grupo, e propriamente a educação formal.
Assim baseadas na problemática existente, em Março do ano de 2011, a Comunidade Escolar formada pelos professores, coordenadores, funcionários, diretores, representantes de pais e alunos do colégio Estadual D. Anaídes Brito Miranda situado na Avenida 15 de Novembro,1580, Setor: Cristo Redentor, município: Guarai/Estado:TO, localizado na zona urbana, tiveram conhecimento da criação do Projeto de Intervenção, através de uma reunião sobre as causas e possíveis mudanças que contribuirão para a diminuição do índice atual das indisciplinas em nosso âmbito escolar, a comunidade escolar visando melhoria na qualidade do ensino oferecido pela instituição estabeleceu metas e ações no Projeto Político Pedagógico para a realização destas ações, sendo seu desenvolvimento no decorrer do ano letivo de 2011.
Neste artigo serão relatados todos os passos elaborados e executados pela comunidade escolar na realização do projeto de intervenção, visando estratégias de superação de comportamento indisciplinares em sala de aula, buscando sua a diminuição, trabalhando coletivamente para realizar as estratégias de superação dos problemas existentes, tão importante para o desenvolvimento da unidade escolar.
A escolha do foco de intervenção justifica-se pelos altos índices de reprovações, repetências e infreqüências. Assim foi repassado aos alunos (três alunos por turma do ensino fundamental do 1° ao 5° ano), pais, professores e SOE, questionários sobre os possíveis motivos e quais as soluções que amenizarão os problemas de indisciplina na escola na opinião destes.
Para que a elaboração do Projeto de intervenção e sua aplicabilidade acontecessem foi necessário construir com uma gestão democrática, uma equipe comprometida em realizar as ações necessárias, onde juntamente com a coordenação pedagógica criassem mecanismos que possibilitassem o envolvimento da equipe escolar num processo prático e viável de mudanças educativas resgatando o verdadeiro sentido da existência da escola que nada mais é que a qualidade de ensino dentro da comunidade que está inserida.
Os objetivos estabelecidos para a realização do Projeto de Intervenção foram definidos como: Promover uma mudança de olhar em relação à
indisciplina, estudando conceitos de desenvolvimento moral e ético e adotando-os como conhecimento necessário ao processo educacional. Estimular a equipe a refletir sobre a própria postura. Conhecer os princípios de um ambiente de cooperação. Orientar a atuação da equipe frente a situações de conflito. Motivar os alunos através de atividades diversificadas para a melhoria de seu desempenho em sala de aula.
As pesquisas foram realizadas através de análise dos coordenadores pedagógicos, professores e o Serviço de Orientação Educacional (SOE), no inicio do ano letivo com o comportamento preliminar dos alunos, neste momento foi definido o cronograma geral com ações para alcançar os objetivos específicos do projeto de intervenção que aconteceria no período de 01/2011 a 08/2011. Além de entrevistas, estudos dirigidos e bibliográficos.
As metodologias utilizadas foram desenvolvidas de acordo com as ações realizadas, contendo questionários, reuniões, debates, entrevistas e estudos bibliográficos. Em janeiro/2011 ficou definido o foco de intervenção; em fevereiro/2011 inicio de leituras de obras para a fundamentação teórica na elaboração do projeto de intervenção; em março/2011 início da execução do projeto de intervenção; 15/03/2011- planejamento da data de culminância do projeto, envolvendo toda comunidade escolar; entrega dos questionários. Já em abril 2011- Elaboração do projeto de intervenção e planejamento na reunião do pré-conselho de classes, através das evidencias existentes o “pagamento” feito ao aluno em dinheirinho (falso), através de um contrato pedagógico afixados em sala de aula, em troca das atividade realizadas; em 21/06/2011 culminância do projeto de intervenção. Agosto/2011- Elaboração do relatório de evidências do projeto de intervenção.
A indisciplina pode ser superada nas escolas no aspecto de ter a família e escola em parceria, ambas teriam muitas utilidades no combate a indisciplina em sala de aula.
Um dos fatores que influenciam a indisciplina pode ser a falta de comunicação da própria família dentro de casa, pelo fato de muitos jovens não encontrarem apoio e terem que procurar em uma pessoa, talvez errada, que lhe acaba colocando no mau caminho.
Problemas familiares de fato influenciam no comportamento do aluno em sala de aula, e em muitos casos os próprios pais são os responsáveis, por darem à estes alunos excessiva proteção. Existem fatos também relacionados
as carências sociais; influências recebidas de pessoas erradas; desmotivação dos alunos para todas as matérias postas em sala de aula; envolvimento com drogas; métodos de ensino tradicionais fixação, agressividade, desafio a autoridade do professor e falta de capacidade de alguns professores controlarem a turma.
Todos (a sociedade, a família, a escola, o professor) ajudam na formação da criança. A indisciplina não inicia na escola, vem de casa. A família que não proporciona ao filho um bom alicerce acaba sofrendo as conseqüências. Neste sentido família e escola não podem andar separadamente, nem pouco trabalharem com objetivos contrários, se cada parte dentro de suas possibilidades e limitações, teremos alunos cada dia mais disciplinado.
A disciplina, como criadora de condições para aprender, não pode cuidar sã de condições individuais, deve cuidar também de criar um ambiente, um clima, que ajude as pessoas a aprender. Cada um deve contribuir com o seu modo de ser e estar pronto para ajudar a construir um ambiente escolar estimulante.
Costuma-se compreender a indisciplina, no meio educacional, como a manifestação de um individuo ou de um grupo com um comportamento inadequado, um sinal de rebeldia, intransigência, desacato, traduzida na falta de educação ou de respeito pelas autoridades, na bagunça ou agitação. Como também na incapacidade do aluno (ou alunos) em se ajustar às normas e padrões de comportamento esperados.
Desenvolvimento
Lembrando que esse projeto foi desenvolvido com a participação de cinco turmas do ensino fundamental do 1° ao 5° ano, com estimativa de aproximadamente 98 alunos com participação ativa, com 06 professores dando suporte e 37 pais respondendo aos questionários, participando das reuniões e auxiliando na execução do projeto observamos que apenas o número de pais durante a realização das ações que deixou a desejar.
Para mudar a perspectiva em relação à indisciplina, é imprescindível que a escola se responsabilize cotidianamente por garantir um ambiente de cooperação, em que o valor humano, o respeito, a dignidade e a integridade marquem as relações. Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente que conflitos
sempre vão ocorrer e não é possível esperar o fim da formação para resolvê-los, temos que criar estratégias para amenizá-los. Lembre-se de que o mais importante é lidar com a causa do conflito e não apenas atribuir culpa e impor punições. Pouco importa quem começou uma discussão.
Para Vasconcelos (1993) a causa dessa indisciplina não é somente o que foi citado acima, ele diz que a indisciplina pode ser classificada em cinco grandes níveis: Sociedade, Família, Escola, Professor e Aluno.
A indisciplina do aluno na escola é resultante de muitos fatores e influências que recaem sobre a criança, ao longo do seu desenvolvimento, na família e no meio social. Desse modo, a indisciplina dos educando não é alheia à escola e a família, que são as instituições responsáveis pela educação e sua formação.
Para Aquino (2003), é impossível negar a importância e o impacto que a educação familiar tem sobre o indivíduo. No entanto, seu poder não é absoluto e irrestrito. Neste sentido é preciso adaptar a estrutura familiar às novas circunstâncias e transformar determinadas normas, sem deixar de constituir um modelo de referencial familiar.
Para Pires (1999), A família e a escola mudaram de modo significante nos últimos tempos. Para o autor, a família antes era cúmplice da escola, mas infelizmente hoje, tem depositado suas funções e delegado suas responsabilidades à ela, e mesmo assim tem criticado, assim os alunos vêm a escola com os menos limites trabalhados e conquistados pela família.
Perante essa situação ver-se-a uma necessidade de reorganização da família, com base em atitudes e em valores morais e sociais, pois ela é o primeiro contexto de socialização que exerce enorme influência no comportamento das crianças.
O projeto foi desenvolvido durante o primeiro semestre de 2011 e durante sua realização foram realizadas cinco ações, com o objetivo de promover a reflexão acerca dos conceitos de indisciplina e possíveis estratégias de superação de comportamentos indisciplinares, analisando e descrevendo situações que levaram a estes tipos de indisciplina na sala de aula e no que acreditam ser os procedimentos de intervenção mais adequados ao seu enfrentamento, através do coletivo realizando estratégias de superação dos problemas existentes.
As ações realizadas no projeto de intervenção foram:
1ª AÇÃO- Elaboração do projeto de intervenção, detectando assim quais os níveis de indisciplina existentes em nossa escola, e como trabalhar os índices de reprovação, repetência e infreqüências, que são atribuídos a esta indisciplina. Em 01/2011 à 02/2011.
2ª AÇÃO- Em março foi repassado aos docentes através de uma reunião, sobre quais as causas e possíveis mudanças que contribuirão para a diminuição do índice atual das indisciplinas em nosso âmbito escolar. a Comunidade Escolar formada pelos professores, coordenadores, funcionários, diretor, representantes de pais e alunos.
3ª AÇÃO- Através de pesquisas com a equipe da secretaria, SOE, gestor, professores, pais e alunos foram respondido questionários com perguntas dos possíveis motivos e quais as soluções que amenizarão os problemas de indisciplina na escola na opinião destes. Em 15/03/2011.
4ª AÇÃO- No dia 10/04/2011 na reunião do pré-conselho, através das evidências existentes apresentadas pelos regentes das turmas iniciais, auxiliaremos a equipe a resolver os conflitos, através das ações de intervenção do ensino fundamental do 1° ao 5° ano, ou seja, o “pagamento” feito ao aluno em dinheirinho(falso), através de um contrato pedagógico afixados em sala de aula, em troca das atividades realizadas:
CONTRATO PEDAGÓGICO
Trazer seu material completo: R$5,00;
Fazer todas as atividades: R$5,00;
Produção de texto: R$5,00;
Comportamento em sala de aula: R$3,00;
Freqüência: R$2,00;
Aula de reforço: R$2,00;
Para casa feito: R$2,00;
Livro lidos: R$2,00.
5ª AÇÃO- Essa ação é realizada com a culminância do projeto de intervenção, ou seja, ao final do bimestre quando todos receberem os dinheiros pelas atividades desenvolvidas em sala de aulas. Será feita a compras de artigos e objetos que foram doados pela comunidade escola e local, como: material escolar (cadernos, lápis, borrachas e apontadores, lápis de cor, giz de cera), guloseimas (algodão doce, pipoca, geladinha, balas,
chocolates e outros), brinquedos (pula-pula, piscina de bolinhas), bazar de roupas e bijuterias. Em 21/06/2011.
Havendo a preocupação, com a falta de disciplina em sala de aula, as influências externas para com a conduta do aluno dentro da sua organização formal, buscou encontrar meios para diminuir os crescentes índices de conflito no ambiente escolar. Nas principais indisciplinas vêm à mente as idéias de limites (frustração, interdição, proibição), objetos concretos (finalidades, sentido com limite colocado).
A crise da indisciplina escolar esta associada juntamente à crise de objetivos e limites vivenciados, onde o aluno traz para a aula os valores e atitudes que foi aprendendo, onde pode ser um reflexo da ausência de condições para uma adequada educação familiar.
A própria constituição física ou intelectual do aluno pode provocar comportamentos indisciplinados. A imaturidade, a desatenção, a incapacidade de fixação, o baixo rendimento, repressões a incapacidade nos sistemas de distúrbios mais profundos (quer fisiológicos, quer emocionais).
Segundo Aquino (1996) há cinco regras éticas no trabalho do docente. A primeira é que o professor não é responsável pela solução de todos os problemas de indisciplina em sala de aula, mas de haver uma tentativa em buscar caminhos, para tentar diminuir o fato.
A segunda regra é a ética, refere-se a dês-idealização do perfil de aluno. Ou seja, abandonemos a imagem do aluno ideal, de como ele deveria ser, quais hábitos deveria ter, e conjuguemos nosso material humano e concreto.
A terceira regra implica a facilidade ao contato pedagógico. É obrigatório que não abramos mão sob hipótese alguma, do que escapa de nossa ação, do objeto de nosso trabalho, que é apenas um: o conhecimento.É importante que tenhamos clareza de nossa tarefa em sala de aula para que o aluno possa ter clareza também da parte dele.
A quarta regra é a experimentação de novas estratégias de trabalho, precisamos tomar o nosso oficio como um campo privilegiado de aprendizagem, de investigação de novas possibilidades de atuação profissional.
A última regra, ainda segundo Aquino (1996), é a ética, e com qual encerramos nosso percurso, á idéia de que dois são valores básicos que subdividi nossa ação em sala de aula: a competência e o prazer.
Assim, no momento que a indisciplina interioriza para a sala de aula, são muitos fatores que a mesma gera: o desinteresse do aluno, inquietação, incapacidade de prestar atenção, que na maioria das vezes impedem as crianças de aprender.
Quando as famílias acompanham o seu filho de perto os resultados de ensino e aprendizagem, tem resultados positivos, diante de tal postura à criança se encontra mais motivada em estudar e pesquisar algo que lhe interesse.
Entende-se, então que o problema da indisciplina é tarefa de todos: sociedade, família, escola, professor e aluno. Porém não podemos ser ingênuos, pois embora a tarefa seja de todos nem sempre isto acontece, temos visto, nem todos estão interessados em resolver o problema. Uma das atitudes a serem tomadas é tentarmos fazer apenas nossa parte, somados com os aliados da luta e vamos, ao mesmo tempo, cobrando que outro faça a parte dele.
É por essas e outras que nós quanto educadores que somos devemos encontrar em nossa ação pedagógica o resgate e o prazer dos valores familiares, sociais, humanos de interação com o outro, como o crescer individual e coletivo. Encontrando assim o verdadeiro caminho do aprender transformador.
Considerações finais
Como em qualquer trabalho complexo que envolve várias pessoas dentro de uma comunidade escolar, enfrentamos algumas dificuldades para que todos pudessem se envolver. Mesmo enfrentando estas dificuldades professores, pais, alunos, diretores, coordenadores, em enfim todos os funcionários do Colégio Estadual D. Anaídes Brito Miranda, perceberam avanços na escola considerando os objetivos específicos listados no projeto de intervenção.
Foi constatado que a comunidade local esteve mais presente na escola participando das atividades, maior democratização das decisões, melhoria no funcionamento dos setores, conservação do espaço escolar, houve a amenização da indisciplina em sala de aula, resultando em fatores satisfatórios em relação à aprendizagem dos alunos e sobretudo na relação entre professor e aluno. Devido ao sucesso na realização desta ação a equipe gestora tomou a
decisão de ampliar o projeto de intervenção com as demais turmas (6° ao 9° ano).
Percebemos que a família deve ser um dos núcleos fundamentais na formação dos seres para o convívio social e tem um papel que só a ela cabe: que é introduzir as primeiras lições de cidadania e de respeito ao próximo, além de demonstrar exemplos de condutas adequadas.
Problemas familiares de fato influenciam no comportamento do aluno em sala de aula, e em muitos casos os próprios pais são os responsáveis, por darem à estes alunos excessiva proteção, existem fatos também relacionados carências sociais; influências recebidas de pessoas erradas; desmotivação dos alunos para todas as matérias postas em sala de aula; envolvimento com drogas; métodos de ensino tradicionais, fixação, agressividade, desafio a autoridade do professor e falta de capacidade de alguns professores controlarem a turma.
Neste sentido é necessário que os educadores revejam suas práticas de ensino, construindo dinâmicas, resgatando no aluno o interesse pelo aprendizado, além de ser levado em consideração o conhecimento específicos sobre cada indisciplina.
Este trabalho possibilitou um acréscimo para o conhecimento tanto teórico como prático no que diz respeito à história da educação, os estudos trouxeram várias reflexões sobre a grandeza e importancia de como lhe dar com o problema da indisciplina na escola e sobretudo em sala de aula, o processo educacional pelo qual foi realizado este projeto permitiu-nos sistematizar bem os conhecimentos enquanto coordenadora, articuladora e mediadora do processo ensino aprendizagem.
O que o conjunto da sociedade, especial dos educadores desejam, é uma disciplina ativa e consciente, marcada pelo respeito, responsabilidade, construção do conhecimento, interação, participação, formação do caráter e da cidadania. E isto começa em casa, com os pais que tem que transmitir o saber e educar as crianças.
Percebeu-se então que houve grande avanço na participação da comunidade local a qual esteve mais envolvida na escola participando das atividades, como também maior democratização das decisões, conservação do espaço escolar, amenização da indisciplina em sala de aula e em todo o âmbito escolar, aumento da participação dos servidores, enfocando um trabalho coletivo em prol somente de uma aprendizagem com qualidade.
Referências:
AQUINO, J. G. Indisciplina: o contraponto das escolas democráticas. São Paulo: Moderna, 2003.
PIRES, Dorotéia Baduy. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1993.

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