PESQUISE USANDO AS DATAS DAS MATÉRIAS:

2 de abr. de 2013

02/04/2013 - COMUNICAÇÃO E EXPRESÃO...!!!

DEPENDÊNCIA: Caps atende cerca de 150 pacientes por mês -Orestes Carossi Filho
-Na cidade há dois Caps, um na Belo Horizonte, para dependentes químicos e drogas e outro na Chapadinha, para transtornos mentais
O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) possui uma equipe multiprofissional que  atende aproximadamente 150 pessoas por mês. Cerca de 70 pessoas ficam o dia inteiro sob a orientação de especialistas e retornam para a casa de noite. São atendimentos intensivos para acompanhar e medicar os dependentes.  Outras 80 pessoas vão às unidades em dias alternados ou uma vez por semana, conforme o caso, afirma a enfermeira Edvania da Silva Wetzl.
“Eles ficam o dia inteiro com  psicólogos, psiquiatras, terapeutas, educadores físicos e equipe de enfermagem, mas voltam para a casa a noite”, explica. Na cidade há dois Caps, um na Belo Horizonte, para dependentes químicos e drogas e outro na Chapadinha, para transtornos mentais.
Itapetininga não tem leito hospitalar para internação de dependentes químicos. A enfermeira aponta que a internação compulsória é agressiva. Em sua avaliação, as internações devem ser feitas só em casos para preservar a vida dos pacientes e de pessoas que vivem no entorno do dependente. “Só em casos extremos, em que coloca risco sua vida”, explicou.
“Os pacientes são atendidos conforme a necessidade. Há casos em que ficam oito meses na unidade”, explica. Em algumas ocorrências, eles podem ser atendidos em dois turnos. Tem doentes que são recuperados.” Mas o dependente químico é uma doença crônica. Há casos de pessoas com seis anos de abstinência, mas que tem recaída”, lembrou.
Nos casos em que são verificadas agressões, a família vai ao Ministério Público para requerer a internação. “A família recorre à promotoria.” Em sua avaliação, há poucos dependentes nas ruas de Itapetininga. Para não deixar o paciente excluído, o SOS recolhe os pacientes e oferece abrigo.  
No passado, havia uma prática de internar os pacientes crônicos e muitas vezes a família esquecia-o. “Eram abandonados.” Por isso, a internação deve ser feita em casos extremos e quando a atenção dada pelo Caps não deu certo.
 “Não se deve isolar o paciente. Com medicamento adequado, o dependente pode ser inserido na sociedade. Nós estamos com as portas abertas”, enfatizou. Para melhorar o atendimento, a coordenadora lembrou que está em discussão a abertura da terceira unidade do Caps, mas com funcionamento 24h. 
Para Edvania, a melhor política de saúde nesta área ainda é a prevenção. “Todo tipo de droga causa debilidade.”  Desde o álcool como o crack, comenta. Para a enfermeira, palestras nas salas de aula ainda são o melhor caminho. Além de práticas esportivas, lazer e atividades artesanais. 

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DO INFERNO À SALVAÇÃO: ‘O Crack me quebrou’, conta ex-dependente -Marco Antônio
Aos 30 anos e pai de três filhos (dois meninos, de 11 e nove anos e uma menina de seis), o servente Júlio César da Silva Campos passou dez anos bebendo e usando drogas, principalmente o crack. A dependência química o levou a separa-se da família e a morar nas ruas. Com vergonha dos filhos, escondia-se para que eles não o vissem. Caçula de sete irmãos, viu três deles perderem a vida por causa da droga; uma quara irmã também envolveu-se com o tráfico de entorpecentes e acabou presa, saindo recentemente da cadeia.
Depois de chegar ao fundo do poço e ficar acordado durante dias, vagando pelas ruas, inclusive da Capital, Campos conheceu uma instituição que acolhe moradores de rua em Itapetininga. Depois de ficar um ano no local, o servente saiu em dezembro do ano passado, arrumou emprego registrado (pela primeira vez na vida) e tem esperança de reconstruir a vida. Atualmente, já visita e passa tempo com os filhos, para quem é um herói. 
Início
“Comecei a beber cerveja aos 19 anos, quando ainda era namorado da minha esposa”, conta o servente. Da cerveja para o álcool (pinga) foi um passo e daí para a maconha, “apresentada” por amigos. Depois, conheceu a “farinha” (cocaína), passando a cheirar thiner e, finalmente, o crack. “Aí, quebrou tudo”, lembra o servente, que perdeu a mãe aos seis meses de vida e foi criado por uma tia.
“Eu fazia de tudo um pouco como servente. Recebia toda a sexta-feira e ia para o bar, beber. Os amigos chegavam e perguntavam se eu queria ir cheirar crack. Eu ia e, enquanto tinha dinheiro, ficava lá. Chegava em casa e minha mulher perguntava do dinheiro; aí a gente brigava. Eu dizia que tinha bebido, mas na verdade tinha fumado”, conta Campos. A situação foi piorando até tornar-se insustentável. “Eu pedia para ela me dar força, que iria parar, mas não conseguia. Ela tentou me ajudar mas no final pediu a separação”. O servente lembra que, a essa altura, já estava se afastando da família.
Fundo do poço
Júlio César Campos relata que, com a separação, “aí tudo caiu mesmo. Passeu três meses na rua, mas consegui emprego e o patrão me levou para São Paulo. Lá, um primo me levou para conhecer a favela, e voltei às drogas e para as ruas (foi despedido)”. Um irmão do servente foi até a capital para ajudá-lo, mas acabou se envolvendo nas drogas também. “Meu irmão conseguiu voltar para Itapetininga e depois voltou para São Paulo para tentar me tirar. Eu disse para ele esperar um pouco e fui até a favela pegar mais droga; acabei ficando lá e meu irmão veio embora, cansado de me esperar”.
Completamente sozinho, Campos passava dias vagando pelas ruas, sem dormir, mas não sentia medo. Um dia, conseguiu ajuda para voltar para Itapetininga, mas não a tempo de falar com o irmão, que morreu logo em seguida, devido ao envolvimento com o crack. “Ele tinha câncer e mistura os remédios com o crack”, diz o servente; ele próprio contraiu tuberculose devido ao uso de droga.
Clamando a Deus
Quando a esperança estava acabando, o rapaz clamou a Deus, pedindo ajuda. “Eu via as pessoas passarem felizes indo para a igreja. Então pedi ajuda a Deus, achava que a religião poderia me salvar. Eu não era religioso e mal sabia ler, mas também queria muito ver meus filhos; recomeçar a minha vida. A  fé, a esperança, e a vontade de ver minha família me salvaram”, conta o servente.

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FERREIRA GULLAR:  Um confuso bate-boca
O fato mesmo é o seguinte: não há produção e venda de mercadoria alguma se não houver consumidor
Um novo projeto de lei, que deve ser votado pelo Congresso em fevereiro, trouxe de novo à discussão o problema das drogas: reprimir ou descriminalizar?
Esse projeto pretende tornar mais severa a repressão ao tráfico e ao uso de drogas, alegando ser esse o desejo da sociedade. Quem a ele se opõe argumenta com o fato de que a repressão, tanto ao tráfico quanto ao uso de drogas, não impediu que ambos aumentassem.
Quem se opõe à repressão considera, com razão, não ter cabimento meter na prisão pessoas que, na verdade, são doentes, dependentes, consumidores patológicos. Devem ser tratados, e não encarcerados. No entanto, quem defende o tratamento em vez da prisão se opõe à internação compulsória do usuário porque, a seu ver, isso atenta contra a liberdade do indivíduo.
Esse é um debate que não chega a nada nem pode chegar. Se você for esperar que uma pessoa surtada aceite ser internada para tratamento, perderá seu tempo.
Pergunto: um pai, que interna compulsoriamente um filho em estado delirante, atenta contra sua liberdade individual? Deve, então, deixar que se jogue pela janela ou agrida alguém? Está evidente que, ao interná-lo, faz aquilo que ele, surtado, não tem capacidade de fazer.
Mas a discussão não acaba aí. Todas as pessoas que consomem bebidas alcoólicas são alcoólatras? Claro que não. A vasta maioria, que consome os milhões de litros dessas bebidas, bebe socialmente. Pois bem, com as drogas é a mesma coisa: a maioria que as consome não é doente, consome-as socialmente, e muitos desses consumidores são gente fina, executivos de empresas, universitários etc..
Só que a polícia quase nunca chega a eles, pois estes não vão às bocas de fumo comprar drogas. Sem correrem quaisquer riscos, as recebem e as usam. Ninguém vai me convencer de que os milhões de reais que circulam no comércio das drogas são apenas dinheiro de pé-rapado que a polícia prende nas favelas ou debaixo dos viadutos.
Outro argumento falacioso dos que defendem a descriminalização das drogas é o de que a repressão ao tráfico e ao consumo não deu qualquer resultado positivo. Pelo contrário -argumentam eles-, o tráfico e o consumo só aumentaram.
É verdade, mas, se por isso devemos acabar com o combate ao comércio de drogas, deve-se também parar de combater o crime em geral, já que, embora o sistema judicial e o prisional existam há séculos, a criminalidade só tem aumentado em todo o planeta. Seria, evidentemente, um disparate. Não obstante, esse é o argumento utilizado para justificar a descriminalização das drogas.
A maneira certa de encarar tal questão é compreender que nem todos os problemas têm solução definitiva e, por isso mesmo, exigem combate permanente e incessante.
A verdade é que, no caso do tráfico, como no da criminalidade em geral, se é certo que a repressão não os extingue, limita-lhes a expansão. Pior seria se agissem à solta.
Quantas toneladas de cocaína, crack e maconha são apreendidas mensalmente só no Brasil? Apesar disso, a verdade é que cresce o número de usuários de drogas e, consequentemente, a produção delas. Os traficantes têm plena consciência disso, tanto que, para garantir a manutenção e o crescimento de seu mercado, implantam gente sua nas escolas a fim de aliciar meninos de oito, dez anos de idade.
Por tudo isso, deve-se reconhecer que o combate ao tráfico é particularmente difícil, já que, nesse caso, a vítima -isto é, o consumidor- alia-se ao criminoso contra a polícia. Ou seja, ela inventa meios e modos para conseguir que a droga chegue às suas mãos, anulando, assim, a ação policial.
O certo é que este bate-boca não leva a nada. O fato mesmo é o seguinte: não há produção e venda de mercadoria alguma se não houver consumidor.
Só se fabricam automóvel e geladeira porque há quem os compre. O mesmo ocorre com as drogas: só há produção e tráfico de drogas porque há quem as consuma. Logo, a maneira eficaz de combater o tráfico de drogas é reduzindo-lhe o consumo.
E a maneira de conseguir isso é por meio de uma campanha de âmbito nacional e internacional, maciça, mostrando às novas gerações -principalmente aos adolescentes- que a droga destrói sua vida.

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A televisão, primeira mídia de informação
Encontramo-nos numa virada da história da informação. No seio da mídia, desde a guerra do Golfo em 1971, a televisão assumiu o poder. Ela não é apenas a primeira mídia de lazer e de diversão, mas também, agora, a primeira mídia de informação. No momento atual, é ela que dá o tom, que determina a importância das notícias, que fixa os temas da atualidade. Ainda há pouco tempo, o telejornal (TJ ) da noite era organizado à base das informações que apareciam, no mesmo dia, na imprensa escrita. O TJ imitava, copiava a imprensa escrita. Nele se encontrava a mesma classificação da informação, a mesma arquitetura, a mesma hierarquia. Agora, é o inverso: é a televisão que dita, é ela que impõe sua ordem e obriga os outros meios, em particular a imprensa escrita, a segui-la. (...)
            Se a televisão assim se impôs, foi não só porque ela apresenta um espetáculo, mas também porque ela se tornou um meio de informação mais rápido do que os outros, tecnologicamente apta, desde o fim dos anos 80, pelo sinal dos satélites, a transmitir imagens instantaneamente, à velocidade da luz.
            Tomando a dianteira na hierarquia da mídia, a televisão impõe aos outros meios de informação suas próprias perversões, em primeiro lugar com seu fascínio pela imagem. E com esta ideia básica: só o visível merece informação; o que não é visível e não tem imagem não é televisível, portanto não existe midiaticamente.
            Os eventos produtores de imagens fortes - violências, guerras, catástrofes, sofrimentos de todo tipo – tomam portanto a preeminência na atualidade: eles se impõem aos outros assuntos mesmo que, em termos absolutos, sua importância seja secundária. O choque emocional provocado pelas imagens da TV – sobretudo aquelas de aflição, de sofrimento e de morte – não tem comparação com aquele que os outros meios podem provocar. Até mesmo a fotografia ( basta pensar na crise atual da fotorreportagem, cada vez mais suplantada pelo people e pelas peripécias da vida das celebridades ). Obrigada a continuar, a imprensa escrita pensa então que pode recriar a emoção sentida pelos telespectadores publicando textos ( reportagens, testemunhos, confissões ) que atuam, da mesma maneira que as imagens, no registro afetivo e sentimental, dirigidas ao coração, à emoção e não à razão e à inteligência. Por isso, mesmo os meios considerados sérios chegam a negligenciar crises graves, que nenhuma imagem permite fazer existir concretamente.
Ramonet, Ignácio. A tirania da comunicação, Petrópolis: Vozes, 2001
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Coesão textual
Elementos de coesão textual

Considere os enunciados abaixo:

A maioria dos professores, de qualquer grau, concorda que os alunos não lêem, não gostam de ler e têm dificuldades para compreender o texto escrito.
Muitos relutam em assumir sua parcela de responsabilidade na formação do aluno leitor.
A escola deveria ser o local de “aprendizado da leitura” por excelência.
A escola acaba atuando ao contrário.
A escola usa o texto fragmentado (muitas vezes sem referência de título autor).
O texto aparece no livro didático apenas como escada para o ensino de gramática.
O professor, na verdade, acaba “ensinando” que a leitura é uma atividade chata, inútil e que provoca sofrimento.

Considere, agora, estes enunciados:

A maioria dos professores, de qualquer grau, concorda que os alunos não lêem, não gostam de ler e têm dificuldades para compreender o texto escrito, porém muitos relutam em assumir sua parcela de responsabilidade na formação do aluno leitor. Assim, a escola, que deveria ser o local de “aprendizado da leitura” por excelência, acaba atuando ao contrário: ao usar o texto fragmentado (muitas vezes sem referência de título e autor) que aparece no livro didático apenas como escada para o ensino de gramática, o professor, na verdade, acaba “ensinando” que a leitura é uma atividade chata, inútil e que provoca sofrimento.
Fonte: Isabel S. Sampaio, Professora de Comunicação e Expressão na Universidade São Francisco e doutoranda em Educação.

Agora podemos perceber o assunto bem como a relação entre as idéias, pois as frases estão interligadas umas às outras. Esse conjunto de frases constitui um texto. Não se trata de frases soltas, sem conexão, sem ligação, sem coesão.
A relação entre os enunciados é obtida por meio do emprego de certas palavras.
— Ao criar uma relação de oposição, a conjunção porém estabelece a conexão com a próxima frase;
— A conjunção assim estabelece relação de conclusão em relação aos enunciados anteriores;
— O pronome relativo que retoma o termo escola;
— O segundo pronome relativo destacado (que) retoma o termo texto fragmentado.
Assim sendo, 

Coesão é a ligação, a conexão que ocorre entre os vários enunciados que compõem um texto.

São diversos os recursos que asseguram a coesão textual. Há mecanismos que estabelecem relações entre palavras, entre períodos e entre orações dentro de um mesmo período. Esses mecanismos são formados por conjunções, preposições, pronomes, entre outros.

RELAÇÃO DE CONECTIVOS
1)             Indicadores de oposição branda, contraste, adversidade – mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, contra, apesar de, não obstante, ao contrário etc.
2)             Indicadores de oposição - embora, conquanto, muito embora, apesar de, a despeito de, não obstante, malgrado a, sem embargo de, se bem que, mesmo que, ainda que, em que pese, posto que, por mais que, por muito que.
3)             Indicadores de causa e conseqüência – porque, pois, dado, visto, com, visto que, em virtude de, uma vez que, devido a, por motivo de, graças a, em razão de, em decorrência de, por causa de, por porquanto.
4)             Indicadores de conseqüência imprevista - tão, tal, tamanho, tanto..., que, de modo que, de forma que, de maneira que, de sorte que, tanto que.
5)             Indicadores de finalidade – a fim de, a fim de que, com o intuito de, para a, com o objetivo de etc.
6)             Indicadores de esclarecimento – vale dizer, ou seja, quer dizer, isto é etc.
7)             Indicadores de proporção – à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, a menos que etc.
8)             Indicadores de tempo – em pouco / muito tempo, logo que, assim que, antes que, depois que, quando, sempre que, etc.
9)             Indicadores de condição – se, caso, contanto que, a não ser que, a menos que etc.
10)          Indicadores de conclusão ou conseqüência lógica – portanto, então, assim, logo, por isso, por conseguinte, pois, de modo que, em vista disso etc.
11)          Indicadores de restrição – que.
12)          Indicadores de adição - e, nem, não só... Mas também, tanto... como, não apenas... Como.
13)          Indicadores de alternância – ou, nem... nem, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja.
14)          Indicadores de conformidade - conforme, segundo, consoante, como, de acordo com, em conformidade com.
15)          Indicadores de comparação - como, qual, do mesmo modo que, como se, assim como, tal como.

Observe estes exemplos:
1. Perto da faculdade havia uma lanchonete. Costumávamos ir depois das aulas.
O advérbio retoma uma informação contida na primeira sentença (lanchonete), garantindo, assim, a coesão entre os dois enunciados.
2. Bill Clinton tem evitado os repórteres. O presidente americano prefere não fazer declarações no momento.
O presidente americano é o próprio Bili Clinton: o uso do sinônimo na segunda sentença garante a conexão (coesão) com a primeira.
3. Ricardo diz que está muito feliz no novo emprego. O pai dele não acha que isso seja verdade.
Há conexão entre os dois enunciados porque o pronome isso substitui todo o segmento sublinhador no primeiro enunciado. O possessivo dele se refere a Ricardo.

EXERCÍCIOS:

10
 

5
 
Cientistas de diversos países decidiram abraçar, em 1990, um projeto ambicioso: identificar todo o código genético contido nas células humanas (cerca três bilhões de caracteres). O objetivo principal de tal iniciativa é compreender melhor o funcionamento da vida, e, conseqüentemente, a forma mais eficaz de curar as doenças que nos ameaçam. Como é esse código que define como somos, desde a cor dos cabelos até o tamanho dos pés, o trabalho com amostras genéticas colhidas em várias partes do mundo está ajudando também a entender as diferenças entre as etnias humanas. Chamado de Projeto Genoma Humano, desde seu início ele não parou de produzir novidades científicas. A mais importante delas é a confirmação de que o homem surgiu realmente na África e se espalhou pelo resto do planeta. A pesquisa contribuiu também para derrubar velhas teorias sobre a superioridade racial e está provando que o racismo não tem nenhuma base científica. É mais uma construção social e cultural. O que percebemos como diferenças raciais são apenas adaptações biológicas às condições geográficas. Originalmente o ser humano é um só.”  Fonte: Istoé, 15 jan. 1997.


Assinale o item em que não há correspondência entre os dois elementos.
a) “tal iniciativa” (1. 4) refere-se a projeto ambicioso.
b) “ele” (1. 7) refere-se a Projeto Genoma Humano.
c) “delas” (1. 8) refere-se a novidades científicas.
d) “A pesquisa” (1. 9) refere-se a Projeto Genoma Humano.
e) “É mais” (1. 11) refere-se à pesquisa.

2. Monte a ordem em que os fragmentos devem ser dispostos para se obter um texto com coesão, coerência e correta progressão de idéias.
TEXTO 1
1. Não apenas os manuais de história, mas todas as práticas educativas da escola são transmitidas a partir de uma visão etnocêntrica.
2. O sistema escolar brasileiro ignora a multiplicidade de etnias que habita o País.
3. A escola brasileira é branca não porque a maioria dos negros está fora dela.
4. Deve-se incluir na justificação da evasão escolar a violência com que se agride a dimensão étnica dos alunos negros.
5. Estes, se querem permanecer na escola branca, têm de afastar de si marcas culturais e históricas.
6. E branca porque existe a partir de um ponto de vista branco.
Fonte: adaptado de Edson Lopes Cardoso.

TEXTO 2
1. Por uma década, Darcy acompanhou 106.000 estudantes de 10 a 20 anos em seis estados.
2. “O projeto está em implantação em escolas de Minas Gerais e eu vou levá-lo ao Congresso Nacional”, diz o médico.
3. E constatou que os jovens que tomavam café todos os dias apresentavam menor incidência de depressão e dependência química.
4. Mas uma pesquisa do médico Darcy Roberto Lima, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem reabilitar a fama do cafezinho.
5. Darcy está empenhado agora em incentivar as escolas a incluir na merenda o café com leite.
6. O café já foi considerado inimigo do coração por culpa da cafeína. 

Fonte: adaptado de Superinteressante, ago. 2001.


TEXTO 3
1. Por todas essas qualidades, no antigo Egito, o ouro já era o material favorito para a fabricação de jóias e outros ornamentos — e, desde então, nunca deixou de estar associado a símbolos de prestígio e poder.
2. Com a depressão econômica da década de 1930, o ouro deixou de ser a principal medida de riqueza de um país, mas permanece um dos investimentos mais procurados, com sua cotação publicada diariamente nos jornais.
3. “Sua raridade também faz com que seja extremamente valioso. Se existisse em abundância, isso não aconteceria”, afirma Maílson da Nóbrega.
4. O mais maleável de todos os metais não corrói: é praticamente indestrutível. Quase sempre é encontrado em estado puro na natureza e chama a atenção pela beleza da sua cor e do seu brilho.
5. Cerca de 40% do ouro mundial passou a ser reservado, então, pelos bancos centrais das nações mais ricas, como garantia de valor do seu dinheiro.
6. O chamado lastro de ouro, como valor de referência para moedas nacionais, porém, só foi adotado em 1821 pela Inglaterra — antes disso, a prata era o metal monetário por excelência.
Fonte: Supei-intereesante, p. 44, maio 2001.


3- Em cada questão a seguir (1 a 10), um período é apresentado. Você deve assinalar a opção (a, b ou c) em que a oração destacada estabelece o mesmo tipo de relação existente no período apresentado. Observe o exemplo:
Exemplo: 

Visto que todos já haviam partido, não havia mais nada a fazer.

A oração destacada acima apresenta uma relação de CAUSA. Nas opções abaixo, apenas um período apresenta relação de causa. Observe:
a) Todos saíram mais cedo a fim de que pudessem ir ao cinema.
— Relação de FINALIDADE.
b) Naquele dia, ele realmente ficou muito cansado, porque correu demais.
— Relação de CAUSA.
c) Embora nada mais pudesse ser feito, todos resolveram ficar até mais tarde.
— Relação de CONCESSÃO.
Portanto, a opção correta é B.
3.1. Com certeza a crise irá se aprofundar muito, a menos que providências imediatas sejam tomadas.
a) Eu voltaria a pensar na possibilidade de trabalharmos juntos se ele me pedisse desculpas.
b) Providências imediatas devem ser tomadas a fim de que a crise possa ser evitada.
c) A crise é tão profunda, que infelizmente nada mais pode ser feito.

3.2. Explicamos ao diretor que procuramos agir conforme as instruções que recebemos do supervisor.
a) Segundo fomos informados, nada mais poderia ser feito naquele caso.
b) Não sabíamos como agir, pois o diretor não nos deu instruções sobre o caso.
c) Se recebermos instruções do supervisor, agiremos de acordo com elas.

3.3. À medida que avançava em direção ao litoral, mais insuportável ficava o calor.
a) Quando chega o verão, o calor fica realmente insuportável.
b) Avançamos em direção ao litoral a fim deque pudéssemosver o pôr-do-sol.
c) Quanto mais falava, menos interessados os alunos ficavam.

3.4. Enquanto o diretor conversava com os professores, o secretário da escola onversava com os pais dos alunos.
a) Os alunos foram conversar com os professores a fim de que a data da prova pudesse ser alterada.
b) O secretário da escola conversou com os pais dos alunos, pois o diretor não pôde comparecer.
c) Assim que o secretário terminou a reunião, todos retomaram o trabalho.

3.5. Visto que a situação era realmente muito delicada, o presidente convocou uma reunião extraordinária naquela mesma tarde.
a) Desde que seu estado de saúde é muito grave, é melhor interná-lo em um hospital.
b) O presidente convocou uma reunião extraordinária naquela mesma tarde para que o problema pudesse ser resolvido definitivamente.
c) Assim que a reunião começou, todos perceberam que o problema era realmente delicado.
4. Junte os pares de orações abaixo, iniciando conforme se sugere, de tal forma que entre elas se estabeleça a relação indicada. Faça as alterações que forem necessárias.
4.1. Relação de conseqüência
a) O dia estava tão frio.
b) Resolvemos ficar em casa.
O dia estava tão frio ___________________________________________________

4.2. Relação de concessão
a) Seu projeto foi recusado.
b) As explicações foram convincentes.
Embora_______________________________________________________________________

4.3. Relação de finalidade
a) Resolvemos ficar em casa.
b) Assim poderíamos descansar.
Resolvemos ficar em casa________________________________________________________

4.4. Relação de concessão
a) Houve vários imprevistos durante a viagem.
b) Tudo foi cuidadosamente planejado.
Embora_______________________________________________________________________

5. Complete os períodos abaixo com palavras adequadas.
5.1. Nossos alunos lêem pouco, visto que __________________________________________
5.2. Nossos alunos lêem pouco, portanto __________________________________________
5.3. Nossos alunos lêem pouco, entretanto ________________________________________
5.4. Nossos alunos lêem quando ________________________________________________
5.5. Devemos levar o projeto adiante embora ______________________________________

6. As questões seguintes apresentam um período que você deve modificar, iniciando-o conforme se sugere, mas sem alterar a idéia contida no primeiro.
6.1. Todos foram para casa mais cedo, pois haveria muito trabalho no dia seguinte.
Haveria muito trabalho no dia seguinte, _____________________________________________
_____________________________________________________________________________.

6.2. Embora houvesse poucos funcionários disponíveis, o relatório foi concluído dentro do prazo estabelecido.
Havia poucos funcionários, ________________________________________________________
______________________________________________________________________________
6.3. Não havia verba suficiente, por isso o projeto foi cancelado.
O projeto foi cancelado, _________________________________________________________.

7. Leia o texto abaixo e responda as questões:
A ONDA DA CLOROFILA
Vários produtos estão chegando ao mercado com um ingrediente esquisito: a clorofila. A molécula das plantas que permite a fotossíntese é utilizad como corante, para tingir de verde o creme dental, por exemplo. Sabe-se que ela é quase igual à hemoglobina do sangue dos animais. Por isso, naturalistas tomam “suco de clorofila” (às vezes feitos de capim!) para “renovar o sangue” e dar energia. A verdade é que o corpo humano não absorve a molécula de clorofila em si. Ou seja, o sangue não fica renovado. Isso não quer dizer que os produtos de clorofila não façam bem. Independente da presença da substância, a ingestão de qualquer coisa foi feita com verduras é benéfica. “O suco leva uma quantidade enorme de folhas”, afirma a nutricionista paulista Cynthia Antonaccio. “O resultado é uma grande concentração de nutrientes, que equivalem a vários pratos de salada.” Só não vá achar que escovando os dentes com clorofila você estará aprendendo a fazer fotossíntese...
Fonte: Superinteressante, Out. 2001.

7.1. A que elementos do texto se referem os termos destacados abaixo:
a) a molécula das plantas que permite a fotossíntese (1. 2): ____________________________
b) ela (1. 3): __________________________________________________________________
e) isso (1. 6): _________________________________________________________________
d) substância (1. 7): ___________________________________________________________

7.2. O pronome relativo que (1. 2) pode ser substituído no texto acima por:
a) o qual
b) a qual
c) os quais
d) as quais

7.3. Ela é quase igual à hemoglobina do sangue dos animais. Por isso, naturalistas tomam “suco de clorofila” para “renovar o sangue” e dar energia.
Mantendo o sentido original, reescreva o trecho acima, iniciando-o conforme sugerido. Utilize as expressões indicadas entre parênteses:
a) Como ela é _________________________________________________________________
____________________________________________________. (a fim de)
b) A fim de “renovar o sangue” ___________________________________________________
____________________________________________________________________ (visto que)

8. Marque a opção que completa, de forma lógica e gramaticalmente coesa, o trecho fornecido.
O Centro de Tratamento Intensivo do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo, atende por ano mais de 500 crianças carentes e com doenças graves. Elas recebem tratamentos sofisticados. Como os recursos públicos não são suficientes para manter essa qualidade,
a) e o número de crianças doentes aumenta constantemente, o Instituto tem sido cada vez mais procurado por pais cujos filhos que necessitam de tratamento especializado e com urgência.
b) o Instituto decidiu, já a partir da próxima semana, criar uma campanha de arrecadação de fundos a fim de continuar mantendo a qualidade do atendimento.
c) o Instituto pretende contratar mais médicos e enfermeiros a fim de manter o padrão de qualidade, pois o número de crianças doentes vem aumentando.
d) que sempre foi característica dessa instituição, cujo esforço no tratamento das crianças tem sido máximo.
Fonte: Istoé, 18 abr. 2001.

Outros elementos de coesão textual
A coesão também pode ser obtida por meio de conjunções — palavras que ligam orações em um período composto. Ao ligar orações, as conjunções estabelecem entre elas uma relacão de sentido.
Observe os exemplos:
Ele estudava bastante PARA QUE fosse aprovado no concurso. (Relação de FINALIDADE)
Ele estudou tanto QUE foi aprovado no concurso.
Relação de CONSEQÜÊNCIA
Ele foi aprovado no concurso, pois estudou bastante.
Relação de causa
Ele estudou bastante, PORTANTO foi aprovado no concurso. (Relação de CONCLUSÃO)
Ele será aprovado no concurso SE estudar bastante.
Relação de CONDIÇÃO
Ele passará no concurso QUANDO estudar bastante.
Relação de TEMPO
Ele não foi aprovado no concurso EMBORA tenha estudado bastante. (Relação de CONCESSÃO)

A coesão deixa de existir quando a conjunção empregada não corresponde à relação existente entre as orações do período. Nesse caso, a construção também perderá sua coerência, ou seja, seu sentido lógico.

Leia os exemplos abaixo:
1. Ele estudou bastante, POR ISS0 foi reprovado no concurso. (??)
2. Ele estudou muito, PORÉM foi aprovado no concurso. (??)
3. EMBORA o ar esteja muito seco e o nível de poluição esteja alto, as pessoas estão com problemas respiratórios. (??)
Observe a falta de coesão e a conseqüente falta de coerência nas construções acima. Assim, é fundamental recapitular as relações possíveis no período composto, bem como as conjunções que exprimem essas relações.

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                               MILHO  DE  PIPOCA
   A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprio para comer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
        Assim acontece com a gente. As grandes transformações ocorrem quando passamos pelo fogo, caso contrário, continuaremos do mesmo jeito, a vida inteira. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
         Junto ao fogo vem a possibilidade da grande transformação.
         Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro  ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a mudança que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, a grande transformação acontece: BUM!   E ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente do que ela mesma nunca havia sonhado.
        Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, recusam-se a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada.
O que você quer ser?
        Uma  pipoca  estourada         ou  um piruá?

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SER OU NÃO SER? EIS A QUESTÃO
     Sempre que uma pessoa afirma, confiantemente, “eu sou assim”, note que ela está simplesmente procurando uma desculpa para um comportamento que ela própria sabe não ser o melhor. Quando faltam argumentos e uma razão real, objetiva e emocionalmente integrada, alguns somente repetem o velho e “seguro” chavão: “eu sou assim” e continuam a fazer as coisas da mesma forma. Isso é chamado de crença no determinismo genético. Quem diz isso abdica de qualquer responsabilidade sobre si mesma, jogando a “culpa” na genética ou nos deuses, como se a própria pessoa não tivesse meios de alterar sua vida.
     Existe um meio melhor. Quem diz eu sou assim, faz de conta que não está pensando, faz de conta que não possui liberdade de escolha, faz de conta que há algo programado, dentro dela, e que não existem meios de alterar essa programação. A quase totalidade das pessoas que insistem em dizer eu sou assim, têm receio de mudar e são complacentes com elas próprias, agindo como um avestruz e colocando a cabeça em um buraco, no chão. . .
     Mas nós nunca “somos” coisa alguma. Sempre estamos. Estamos jovens, estamos sadios, estamos acordados, estamos educados, estamos esforçados, estamos atentos, estamos felizes e assim por diante. O que “está” pode ser mudado, mas o que “é” não pode.
     Há uma enorme diferença entre “ser e estar”. Quando dizemos que estamos sem dinheiro, estamos solitários, estamos tristes, estamos sem imaginação, estamos com problemas . . . deixamos claro para os outros ( e para nós mesmos) que esta é uma condição transitória e que estamos trabalhando para mudar o quadro. Dizer: “eu estou acima do peso” é muito diferente de dizer “eu sou gordo”. Quando usamos o verbo “ser”, definimos uma condição de vida que independe de nossa vontade. Sou do planeta Terra -- uma condição imutável. Estou na França- - é uma condição transitória.
     Escute o que você diz para os outros e para sua própria mente. Se você disser algo começando com a frase “eu sou assim mesmo. . .” verifique imediatamente se não está somente tentando explica o inexplicável para seu próprio coração. Não tente se enganar, porque, no fundo, você vai saber que é uma afirmação falsa.
     Somente quem muda, sobrevive. Como diz William Shakespeare: Ser ou não ser? Eis a questão.

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 OBSERVAÇÃO: NÃO ESTÁ NA ORDEM EM QUE FOI APRESENTADO EM SALA DE AULA.

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