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Tania D. Queiroz “Consultoria
e Assessoria Educacional, Palestras, Workshops e Cursos”
As crianças e jovens possuem Inteligências Múltiplas nem
sempre conhecidas e valorizadas?
Howard Gardner quebrou os velhos paradigmas sobre a
inteligência humana. Sabemos que sempre foi considerado inteligente o aluno com
destaque em Matemática ou na arte da retórica e da escrita. Os alunos com
destaque na disciplina de Artes ou Educação Física, por exemplo, não costumam
ser muito valorizados pela sociedade em geral, tão pouco considerados
inteligentes. E assim, muitas crianças e jovens durante o processo de ensino
aprendizagem que apresentam dificuldades em Matemática ou em Língua Portuguesa,
muitas vezes foram e ainda são consideradas como lerdas ou mesmo incompetentes.
Verifique suas crenças pessoais. Você considera seus filhos ou alunos
inteligentes quando realizam belos trabalhos de Artes Visuais ou quando tiram a
nota máxima em Matemática? Por muito tempo consideramos como dom divino os
talentos individuais e a própria inteligência. Nunca foi possível a completa
compreensão do porque de algumas crianças e jovens destacam-se em calcular,
outros em escrever enquanto que outros ainda,destacam-se em pintar, cantar,
dançar, outros são serem líderes naturais e oferecerem exemplos de
comportamentos adequados. Por muito tempo atribuímos a Deus a distribuição dos
dons, dos talentos humanos. Nas últimas décadas um grande passo foi dado para a
compreensão do que é e como funciona a inteligência, a área da neurobiologia
desenvolveu inúmeras pesquisas e, por meio delas, chegou-se à conclusão de que
há áreas específicas no cérebro humano que correspondem, de maneira aproximada,
a certos espaços de cognição, de competências específicas do homem, ou seja a
vários tipos de inteligências. Um dos maiores pesquisadores foi o psicólogo
Howard Gardner que quebrou os velhos paradigmas sobre a inteligência humana.
Segundo suas pesquisas, haveria áreas do cérebro que expressariam, de formas
diferentes, a inteligência humana, e caberia ao processo educacional, aos pais,
ao educador desenvolver todas as inteligências múltiplas das crianças e jovens
por meio de uma metodologia diversificada e atualizada, promovendo sua aprendizagem,
a elevação da sua auto-estima e a efetivação do seu equilíbrio emocional, em
função do sucesso na aprendizagem. O psicólogo Gardner explicou que as
inteligências são potenciais que poderão ser ou não ativados, dependendo dos
valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura
e das decisões pessoais tomadas por seus educadores, familiares e outros. A
idéia central do O psicólogo Gardner é a de que a inteligência compõe-se um
amplo espectro de competências inter-relacionadas, algumas das quais
antigamente eram consideradas dons divinos, talentos, como a músical ou a
pictórica e espacial. O grande aspecto revolucionário da teoria das
Inteligências Múltiplas está no fato de que todos os seres humanos possuem
todas as inteligências múltiplas, só que em diferentes graus de
desenvolvimento. Ninguém recebeu dons divinos. O que nos falta é desenvolver
essas inteligências que ainda se encontram adormecidas. Nos falta treiná-las.
Há cientistas que dão um caráter subjetivo à classificação
dos tipos de inteligência. Especificamos oito tipos. De acordo com Howard
Gardner, os estilos pessoais de aprendizagem ou as inteligências múltiplas dos
indivíduos, seriam:
• INTELIGÊNCIA ESPACIAL - que é a capacidade de reconhecer e
manipular uma conjuntura espacial ampla ou restrita. É fundamental para os
navegadores, para os cirurgiões e escultores.
• INTELIGÊNCIA FÍSICO-CINESTÉSICA - habilidade de usar o
corpo para resolver problemas ou fabricar produtos. Dançarinos, atletas,
artesãos, cirurgiões e mecânicos utilizam essa inteligência.
• INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL - grande sensibilidade ao lidar
com os outros.
• É importante para os políticos, os assistentes sociais, os
psicólogos, os vendedores, os professores, etc.
• INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL - capacidade e autoconhecimento,
auto-estima, incluindo aí seus desejos, suas aptidões e suas limitações; unida
à habilidade de utilizar essas informações para alcançar objetivos pessoais.
• INTELIGÊNCIA LINGÜÍSTICA - aptidão para aprender línguas e
para utilizar a linguagem falada e escrita para atingir objetivos. Advogados,
atores, oradores, escritores e locutores exploram essa capacidade.
• INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA - facilidade de realizar
operações matemáticas e de analisar problemas com lógica. Matemáticos, físicos,
astrônomos engenheiros e cientistas têm essa capacidade.
• INTELIGÊNCIA MUSICAL - sensibilidade para apreciar e
aptidão para composição de padrões musicais e atuação na área de música.
• INTELIGÊNCIA NATURALISTA: sensibilidade para apreciar e se
relacionar com o meio ambiente.
• INTELIGÊNCIA PICTÓRICA – sensibilidade para com a Arte.
Atualmente, Gardner admite que possam existir outras
inteligências, como a existencial ou espiritual e até mesmo a inteligência
ética-moral. Acreditamos que é imensurável a contribuição da teoria das
inteligências múltiplas, pois ela modifica nossos antigos conceitos sobre
inteligência e ensino. A partir dessa teoria é possível acabarmos com as
comparações entre irmãos, entre amigos, que costumam engrandecer alguns e
diminuir outros, acabar com as comparações entre colegas e reduzir a baixo
auto-estima em
milhares de crianças e jovens provocadas por esses equívocos
quanto a inteligência humana. A partir de hoje, quando o seu filho ou filha
trouxer o boletim e nele você perceber que eles tiraram nota baixa em
Matemática ou em qualquer outra disciplina, em Artes ou Educação Física, faça
um favor para o processo de aprendizagem deles: parabenize-os pelas notas altas
nas disciplinas em que se destacam, elogie seus esforços, estimule seus filhos,
valorize as inteligências múltiplas de cada um. Nunca compare as suas notas com
as notas de ninguém. Se você incentivá-los, elogiando os seus sucessos e
buscando ajuda para que ele consiga superar suas dificuldades com certeza seus
filhos terão sucesso na escola, pois as inteligências múltiplas que se
encontram afloradas acabam despertando as que estão adormecidas se eles
receberem estímulos externos!
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TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS DE CUNHO LIBERAL
PEDAGOGIA TRADICIONAL
Centro do Processo– Professor
Privilégio- conteúdo
dogmático
Concepção de Ensino- aluno
educado para atingir pelo próprio esforço sua realização
Aluno- aprender, decorar
Didática- separa teoria e
prática
Disciplina- rígida- forma de
garantir a atenção
Avaliação- exclusivamente
cognitiva, privilegia a memória
PEDAGOGIA RENOVADA
Centro do Processo– Aluno- o
eixo inverte – passa o centro do Professor para o aluno
Privilégio- criar técnicas
para trabalhar, para que o aluno aprenda- Ex: trabalho em grupo
Concepção de Ensino- aluno é
carente, precisa de atenção
Aluno- aprender a aprender
Didática- teoria e prática
justaposta- dá importância aos métodos e técnicas
Disciplina- voluntária- noção
de responsabilidade
Avaliação- uma das etapas da
aprendizagem, e não o centro. Não privilegia apenas o cognitivo.
PEDAGOGIA TECNICISTA
Centro do Processo– Técnicas
Privilégio- recursos
Concepção de Ensino- falta de
habilidade
Aluno- aprender a fazer
Didática- debates, discussões
e questionamentos são desnecessários,
relação afetiva- não
importa
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS DE CUNHO PROGRESSISTA
PEDAGOGIA
LIBERTADORA
Centro do Processo- relação dialógica
Privilégio- conscientização
Concepção de Ensino- cidadão
Aluno- participante- elemento ativo do processo ensino
aprendizagem
Didática- ativa,preocupada com a aprendizagem
Disciplina- respeito ao ser humano
Avaliação- valorização do todo
PEDAGOGIA
LIBERTÁRIA
Centro do Processo- conscientização
Privilégio- aspecto político
Concepção de Ensino- o aluno é um agente de transformação
Aluno- ser político
Didática- aprendizagem significativa
Disciplina- consciente
Avaliação- global
PEDAGOGIA CRITICO
SOCIAL DOS CONTEUDOS
Papel da escola é a transmissão de conteúdos vivos,
concretos, indissociáveis da realidade
social.
Instrumento de apropriação do saber
Métodos participativos
TENDÊNCIAS
PEDAGÓGICAS
O estudo das
tendências pedagógicas pode proporcionar aos professores o entendimento
da dimensão política que existe
nas pedagogias que se adotam nas escolas , pois sua atuação
em sala de aula é o resultado
dessas opções. Não existe postura pedagógica neutra, todas estão
comprometidas com uma ou outra
ideologia, a dominante ou a do dominado. Assim pode-se
dizer que as tendências
pedagógicas originam-se de movimentos sociais e filosóficos, num dado
momento histórico.
As tendências estão organizadas
em dois grupos:
PEDAGOGIA LIBERAL
Tradicional
Renovada
Tecnicista
PEDAGOGIA PROGRESSISTA
Libertadora
.Libertária
Critico- social dos conteúdos.
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS DE CUNHO LIBERAL
O termo
liberal não tem o sentido de "avançado", "democrático",
"aberto", como costuma ser usado. A doutrina liberal apareceu como
justificação do sistema capitalista que, ao defender a predominância da
liberdade e dos interesses individuais da sociedade, estabeleceu uma forma de organização
social baseada na propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade de classe. A pedagogia
liberal, portanto, é uma manifestação própria desse tipo de sociedade. ( Libâneo, 1994)
A educação
brasileira, pelo menos nos últimos cinqüenta anos, tem sido marcada pelas tendências
liberais, nas suas formas ora conservadora, ora renovada. Evidentemente tais tendências
se manifestam, concretamente, nas práticas escolares e no ideário pedagógico de
muitos professores, ainda que estes não se dêem conta dessa influência.
A pedagogia
Liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar indivíduos para
o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais, por isso
os indivíduos precisam aprender a se adaptar aos valores e às normas vigentes
na sociedade de classes através do desenvolvimento da cultura individual. A ênfase
no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois embora
difunda a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade
de condições. Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a pedagogia
tradicional e, por razões de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu para
a pedagogia renovada ( também denominada
escola nova ou escola ativa), o que não significou a substituição de uma pela
outra, pois ambas conviveram e convivem na prática escolar.
1.1 TENDÊNCIA TRADICIONAL-A tendência liberal tradicional
foi a base da educação escolar por mais de quatro séculos, mantendo suas
influências até hoje. Esta tendência surge por volta do século XVI, como uma
alternativa à escola medieval, de base religiosa.
Na pedagogia
tradicional a atividade de ensinar é centrada no professor que expõe a matéria.
O professor acredita que ouvindo e fazendo exercícios repetitivos , os alunos
gravam o conteúdo para depois reproduzi-lo nas provas. O aluno precisa prestar
atenção, pois ele é o receptor. E sua tarefa é decorar o conteúdo. O aluno é
educado para alcançar sua plenitude, através de seu esforço próprio. Segundo
Libâneo " os conteúdos, os procedimentos didáticos,a relação
professor-aluno não tem qualquer relação com o cotidiano do aluno e muito menos
com as realidades sociais". É a predominância da palavra do professor, das
regras impostas, do cultivo exclusivamente intelectual.
Podemos
perceber que esta tendência está baseada no mestre/professor, em um caráter
"magistrocêntrico", isto é, o professor tem toda a autoridade, pois é
ele que detém o conhecimento, e cabe a ele transmiti-lo aos alunos.
A didática
tradicional tem resistido ao tempo e continua prevalecendo na prática escolar.È
comum nas escolas atribuir ao ensino a tarefa de mera transmissão de
conhecimento, sobrecarregar o aluno de conteúdos que devem ser decorados sem
questionamento, exercícios repetitivos, disciplina rígida e uso de castigos.
Essa prática empobrece até as intenções da Pedagogia Tradicional que pretendia
com seus métodos a transmissão da cultura geral.
1.2 TENDÊNCIA RENOVADA- A tendência liberal renovada ou
ESCOLA NOVA surge no
final do séc. XIX justamente para
propor novos caminhos a educação, que se encontra em descompasso com o mundo no
qual se acha inserida. Não se trata mais de submeter o homem a valores e dogmas
tradicionais. A lenta descoberta da natureza da criança que a Psicologia do
final do séc. XIX começa a desvendar sustenta uma atenção maior, nos aspectos
interno e subjetivo do processo didático. Há uma inversão de valores: agora, a
criança deve ser tratada como criança, e não como um pequeno adulto. Passa-se a
valorizar o caráter psicológico, a respeitar o tempo da criança. O importante,
para esta tendência, é atender às especificidades da natureza infantil. O
objetivo é o homem integral, isto é, deve-se pensar no sujeito como um todo, valorizando
não somente o aspecto racional, mas, também, os emocionais, sensoriais e
físicos.
Para cumprir
seus princípios, a pedagogia escolanovista entende que na relação professor aluno
" não há lugar privilegiado para o professor, seu papel é auxiliar o
desenvolvimento livre e espontâneo da criança; se intervêm, é para dar forma ao
raciocínio dela". (Libâneo). Neste
sentido, o método de ensino está baseado no aprender a aprender, ou
seja, " è mais importante o processo de aquisição do saber do que o saber
propriamente dito " ( Libâneo).
A didática é
entendida como direção da aprendizagem, considerando o aluno como sujeito da
aprendizagem, dá importância aos métodos e técnicas ( trabalhos em grupo,
projetos, pesquisas). A disciplina é voluntária, ou seja, o aluno tem noção de
responsabilidade. O professor incentiva,orienta, organiza as situações de
aprendizagem adequando-as capacidades e características individuais dos
alunos.A Avaliação é uma das etapas da aprendizagem, e não o seu centro, não
privilegia só os aspectos intelectuais.
Esta
tendência é implementada no Brasil no séc. XX, a partir da década de 20.
1.3TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA- A tendência liberal
tecnicista surge no século XX, com o objetivo de implementar o modelo
empresarial na escola, ou seja, aplicar na escola o modelo de racionalização
típico do sistema de produção capitalista. Subordina a educação à
sociedade,pois sua função é a preparação de recursos humanos" ( mão de
obra para indústria). A sociedade industrial e tecnológica estabelece as metas
econômicas, sociais e políticas, a educação treina nos alunos os comportamentos
de ajustamento a essas metas.
No tecnicismo
acredita-se que a realidade contém em si suas próprias leis, bastando aos homens
descobri-las e aplicá-las. Dessa forma, o essencial não é o conteúdo da
realidade, mas as técnicas. A tecnologia é o meio eficaz de obter a maximização
da produção e garantir um ótimo funcionamento da sociedade; a educação é um
recurso tecnológico por excelência.
Ela "é
encarada como um instrumento capaz de promover, sem contradição, o
desenvolvimento econômico pela qualificação da mão-de-obra, pela redistribuição
da renda, pela maximização da produção
e, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento da " consciência
política"indispensável à manutenção do Estado autoritário".
Na tendência
liberal tecnicista o professor é o técnico responsável pela eficiência do
ensino, os conteúdos a serem ensinados já estão muito bem explicitados nos
manuais, nos livros didáticos.
A didática –
debates, discussões, relação professor aluno pouco importa. Cabe ao aluno
aprender a fazer, e pronto...
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS DE CUNHO PROGRESSISTA
O temo
"progressista", emprestado por Snyders, é usado para designar as
tendências que, partindo de uma análise critica das realidades sociais,
sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. Vários
autores colocam que a pedagogia progressista é aquela preocupada em transformar
a realidade e não se acomodar com as desigualdades sócio-político-econômicas da
sociedade capitalista. A pedagogia progressista promove uma leitura das
desigualdades sociais e busca um esclarecimento, uma mudança de paradigmas, uma
emancipação dos menos favorecidos e um compromisso político das partes..".a
escola das elites ( escola particular), que capacita seus alunos para o
trabalho intelectual e a escola dos oprimidos, dos filhos dos trabalhadores (
escola pública), que capacita seus alunos para o trabalho manual." Lovo.
A pedagogia
progressista tem-se manifestado em três tendências:
a libertadora, vinculada ás propostas de educação de Paulo Freire; a
libertária, que reúne os defensores da autogestão pedagógica; a crítico-social
dos conteúdos que, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as
realidades sociais.
TENDÊNCIA LIBERTADORA- A tendência libertadora tem suas
origens no movimento da educação popular, no final dos anos 50 e início dos
anos 60, quando foi interrompida pelo golpe militar de 1964, e retoma o seu
desenvolvimento no final dos anos 70 e início dos anos 80. Nesta proposta, a
atividade escolar pauta-se em discussões de temas sociais e políticos e em
ações sobre a realidade social imediata; analisa-se os problemas, os fatores
determinantes e estrutura-se uma forma de atuação para que se possa transformar
a realidade social e política. O professor é um coordenador de atividades que
organiza e atua conjuntamente com os alunos. "Valoriza o interesse e
iniciativa dos educando, dando prioridade aos temas e problemas mais próximos
das vivências dos educados sobre os conhecimentos sistematizados. A busca do
conhecimento é imprescindível, é uma atividade inseparável da prática social e
não deve se basear no acúmulo de informações mas, sim, numa reelaboração mental
que deve surgir em forma de ação sobre o mundo sócia. Diferentemente do
movimento escolanovista, a pedagogia libertadora põe no centro
do trabalho educativo temas e
problemas políticos e sociais, entendendo que o papel da educação
é, fundamentalmente, abrir
caminho para a libertação dos oprimidos.
Assim, a
escola deve ser valorizada como instrumento de luta das camadas populares, propiciando
o acesso ao saber historicamente acumulado pela humanidade, porém reavaliando a
realidade social na qual o aluno está inserido. A educação se relaciona
dialeticamente com a sociedade, podendo constituir-se em um importante
instrumento no processo de transformação da mesma, elevando o nível de
consciência do educando a respeito da realidade que o cerca,tornando-o capaz de
atuar no buscando sua emancipação econômica, política, social e cultural.
A tendência
libertadora, tem como seu principal representante Paulo Freire.
... Nas
situações de ensino-aprendizagem o melhor método é aquele que problematiza e que
promove o diálogo e não aquele que repassa ou facilita a aprendizagem, pois a
problematização e a dialogicidade propiciam o desenvolvimento da consciência
crítica e da libertação das ações por meio da intencionalidade da consciência"
Lovo.
NA LIBERTADORA-A Relação dialógica é o centro do processo; a
concepção de ensino: o cidadão; o conteúdo são temas geradores extraídos da
vida dos alunos. A relação professor-aluno: relação horizontal, posicionamento
como sujeito do ato de conhecer. A Avaliação: valorização do todo: Disciplina:
respeito ao ser humano. A didática ativa, preocupada com a aprendizagem.
2.2 TENDÊNCIA LIBERTÁRIA
A pedagogia
progressista libertária valoriza a experiência de autogestão, autonomia e
não-diretividade. Pode-se dizer que a pedagogia libertária tem em comum com a
pedagogia libertadora "a valorização da experiência vivida como base da
relação educativa e a idéia de autogestão pedagógica" (LUCKESI, 1993, p.
64). Nessa concepção, a idéia de conhecimento não é a nvestigação cognitiva do
real, mas, sim, a descoberta de respostas relacionadas às exigências da vida
social. Essa tendência acredita na liberdade total; por isso dá mais
importância ao processo de aprendizagem grupal do que aos conteúdos de ensino.
Pode-se
afirmar que a pedagogia libertária "abrange quase todas as tendências anti
autoritárias em educação, como a psicanalítica, a anarquista, a dos sociólogos
e também a dos professores progressistas"
(LIBÂNEO, 1989, p. 39). O professor é instrutor-monitor.
TENDÊNCIA CRITICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS
A tendência
critico-social-dos conteúdos entende a escola como mediação entre o individual e
o social, exercendo ai a articulação entre a transmissão dos conteúdos e
assimilação ativa por parte de um aluno concreto (inserido num contexto de
relações sociais); dessa articulação resulta o saber criticamente reelaborado.
Os conteúdos
são culturais, universais, sempre reavaliados frente à realidade social. A relação
professor-aluno: professor é autoridade competente que direciona o processo
ensino-aprendizagem. Mediador entre conteúdos e alunos.
Como as
outras tendências progressistas, a cri tico dos conteúdos também está preocupada
na função transformadora da educação em relação à sociedade, sem com isto,
negligenciar o processo de construção do conhecimento fundamentado nos
conteúdos acumulados pela humanidade. Segundo ARANHA a pedagogia cri tico dos
conteúdos busca construir uma teoria pedagógica a partir da compreensão .Cabe
ao professor escolher conteúdos mais significativos para o aluno, aptos a
contribuir na sua formação profissional, visando à inserção do aluno no
contexto social. Na realidade, não basta que os conteúdos sejam bem ensinados,
é preciso que tenham significação humana e social.
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PLANEJAMENTO
Planejamento é a
previsão de atividades, suas fases e prioridades, bem como dos recursos
materiais e humanos necessários para a realização de um empreendimento, visando
a maior eficiência e economia na efetivação do mesmo.
Planejamento é um
conjunto de ações coordenadas entre si, que concorrem para obtenção de um
resultado desejado. O planejamento visa à ação, sendo um processo que exige tomada
de decisão, tanto no seu início como no decorrer dele.
Planejar é estudar. Planejar é assumir uma atitude séria e curiosa diante
de um problema. Planejar é projetar um
futuro e as maneiras eficazes para concretizá-lo.
No processo de planejamento procuramos responder as
seguintes perguntas:
·
O que pretendo
alcançar?
·
Em quanto tempo
pretendo alcançar?
·
Como posso
alcançar isso que pretendo?
·
O que fazer e
como fazer?
·
Quais os recursos
necessários?
·
O que e como
analisar a situação a fim de verificar se o que pretendo foi alcançado?
TIPOS
DE PLANEJAMENTO
Qualquer atividade da vida humana exige planejamento e,
a educação não foge dessa exigência. Na área da educação temos os seguintes
tipos de planejamento:
PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL – consiste na
tomada de decisões sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do
país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a proposição de objetivos
a longo prazo que definam uma política da educação.
Planejamento Educacional é "processo contínuo que
se preocupa com o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar
lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o
desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto
as do indivíduo" (PARRA apud SANT'ANNA et al, 1995, p. 14).
PLANEJAMENTO CURRICULAR- A palavra currículo vem do latim- curriculum-e significa percurso, ato de correr. Da palavra curriculum temos, analogamente, a expressão curriculum vitae, que engloba todos os dados pessoais, cursos, experiências e atividades que possam dar uma idéia do que a pessoa conseguiu realizar durante a sua vida.
PLANEJAMENTO CURRICULAR- A palavra currículo vem do latim- curriculum-e significa percurso, ato de correr. Da palavra curriculum temos, analogamente, a expressão curriculum vitae, que engloba todos os dados pessoais, cursos, experiências e atividades que possam dar uma idéia do que a pessoa conseguiu realizar durante a sua vida.
Currículo, pedagogicamente,
significa “caminho a ser percorrido, vivenciado pelo educando, para serem
alcançados os objetivos educacionais estabelecidos”.
Currículo é a soma das experiências vividas
pelos alunos de uma escola, e assim podemos dizer que o planejamento do
currículo é o planejamento dessas experiências.
Cada escola deve elaborar o seu
planejamento de currículo com a participação de todos aqueles que direta ou
indiretamente estão ligados à dinâmica do processo educativo: diretor,
orientador, coordenador e professores. Juntos definirão os objetivos, o
conteúdo básico e delinearão os métodos e as estratégias de avaliação,
pesquisando ainda os recursos que poderão utilizar.
No planejamento de currículo devemos
levar em conta a realidade de cada escola e as sugestões apresentadas pelo CEE
– Conselho Estadual de Educação.
Planejamento Curricular é o
"processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É
previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno".
Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a
ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das
experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através
dos diversos componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
PLANEJAMENETO
DE ENSINO- Ele é alicerçado
no planejamento curricular e visa ao direcionamento sistemático das atividades
a serem desenvolvidas dentro e fora da sala de aula com vistas a facilitar o
aprendizado dos estudantes.
Planejamento de Ensino: É o que desenvolve em nível mais concreto e está
a cargo principalmente dos PROFESSORES. ·.
Ao assumir uma classe, uma
disciplina, o professor passa a enfrentar a necessidade de tomar uma série de
decisões, como por exemplo:
- O que pretende que
seus alunos aprendam até o termino do período letivo;
- Que conteúdo vai
trabalhar;
- Que recursos irá
utilizar para facilitar a aprendizagem dos alunos e torná-la mais
significativa.
É a partir da
organização das decisões que irá montar o seu planejamento. Ele deverá ser
elaborado antes de iniciar o curso, o período letivo e não é uma linha de ação
fechada, inflexível, pelo contrário deve-se ir adaptando à medida que a interação com os alunos vai ocorrendo e o
feedback resultante indica formas alternativas mais eficientes.
ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO
São
quatro as etapas do planejamento:
- Conhecimento
da realidade - para poder planejar adequadamente a
tarefa de ensino e atender a
necessidade do aluno é preciso, antes de mais nada saber para quem se vai
planejar. Por isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira etapa do
processo de planejamento.
- Elaboração
do plano- após conhecer a realidade, o professor irá
elaborar o seu plano, pois já conhece seus alunos, suas necessidades, suas
aspirações, possibilidades, etc...
- Execução
do plano- ao elaborarmos
o plano de ensino, antecipamos, de forma organizada, todas as etapas do
trabalho escolar. A execução do plano consiste no desenvolvimento das
atividades previstas. É colocar em
prática tudo que foi planejado.
- Avaliação
e aperfeiçoamento do plano-
ao termino da execução do que foi planejado, passamos a avaliar o próprio
plano com vistas ao replanejamento. Avaliamos nesse momento se o que
planejamos deu certo, avaliamos a nossa eficiência como professor etc...
O
estudo sobre PLANEJAMENTO DE ENSINO focaliza TRÊS TIPOS
de planos mais comumente usados na realidade escolar
·
Plano de Curso
·
Plano
de Unidade
·
Plano de aula
È interessante lembrar a correlação que deve existir entre
eles.
Componentes
do planejamento de ensino
IDENTIFICAÇÃO -Nesta
parte será discriminada qual a disciplina ou atividade que se referem, quais as
condições básicas em que será realizado, para que ano/série e turma a escola se
destina, quem é o professor responsável, carga horária.
OBJETIVOS- São metas estabelecidas ou resultados previamente
determinados. Indicam aquilo que o aluno deverá ser capaz de fazer como
conseqüência de seu desempenho em determinadas atividades .O estabelecimento de
objetivos orienta o professor para selecionar o conteúdo, escolher as
estratégias de ensino e elaborar o processo de avaliação. E orienta também o
aluno.
OBJETIVOS GERAIS :São
aqueles mais amplos e complexos, que poderão ser alcançados, por exemplo ao
final do curso, ou disciplina, ou semestre, incluindo o crescimento esperado
nas diversas áreas de aprendizagem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS :Referem-se
a aspectos mais simples, mais concretos, alcançáveis em menor tempo, como, por
exemplo, aqueles que surgem ao final de uma aula ou de um período de trabalho
e, em geral, explicam desempenhos observáveis
CONTEÚDOS: O QUE ENSINAR ?
È um
conjunto de assuntos que serão estudados durante o curso em cada disciplina.Assuntos
que fazem parte do acervo cultural da humanidade traduzida em linguagem escolar
para facilitar sua apropriação pelos estudantes. Estes assuntos são
selecionados e organizados a partir da definição dos objetivos, sendo assim
meios para que os alunos atinjam os objetivos de ensino.
Neste
item, será listados todos os conteúdos de aprendizagem importantes e
fundamentais para atingir as finalidades e os objetivos da disciplina. É
importante que a escolha destes privilegie alguns aspectos como continuidade,
desafios e que sejam desenvolvidos de forma contextualizada.
CRITÉRIOS QUANDO SE SELECIONA OS CONTEÚDOS
·
Atualizados
·
Relacionados diretamente com a vida do
aluno e a sua realidade
·
Adequado a sua faixa etária,
·
Capazes de despertar interesses, curiosidade,
e lançá-lo a novos desafios
·
Com condições de integrar conhecimentos de
várias áreas, disciplinas, ou ciências evitando, dessa forma, a fragmentação do
saber.
Os conteúdos são geralmente
organizados em unidades facilitam o detalhamento do assunto a ser estudado, a
escolha das estratégias a avaliação a ser empregada.
Procedimentos- Como
ensinar ?
Procedimentos de ensino são ações,
processos ou comportamentos planejados pelo professor para colocar o aluno em
contato direto com coisas, fatos ou fenômenos que lhes possibilitem modificar
sua conduta, em função dos objetivos previstos . Turra, G.M.
Ao
planejar os procedimentos de ensino, não é suficiente fazer uma listagem de
técnicas que serão utilizadas , como aulas expositivas, trabalho em grupo,
trabalho dirigido. Devemos prever como utilizar o conteúdo selecionado para
atingir os objetivos propostos. O procedimento envolve todos os passos do
desenvolvimento da atividade de ensino. Eles devem ser diversificados, estar
coerentes com os objetivos , adequado às necessidades dos alunos, apresentar
desafios, etc...
Recursos- O QUE VOU UTILIZAR
Os recursos de ensino são os componentes do ambiente
da aprendizagem que dão origem a estimulação para o aluno. Podemos classificar
em:
·
Humano- professor, aluno, pessoal
escolar, pai, autoridades, profissionais e
·
Materiais- bola, giz, caneta, retro
projetor, datasohow, som, etc...
AVALIAÇÃO – Comumente a avaliação é entendida como o resultado
de testes, provas, trabalhos que são dados aos alunos e aos quais se atribui
uma nota ou conceito. Este aprova ou reprova. Temos então um julgamento e não
uma avaliação.
Avaliação é o processo pelo qual se
determinam o grau e a quantidade de resultados alcançados em relação aos
objetivos, considerando o contexto das condições em que o trabalho foi
desenvolvido.
Citando
Marcos Masetto
Na verdade, a
avaliação acompanha todo o processo de aprendizagem e não só um momento
privilegiado (o de prova ou teste) pois é um instrumento de feedback continuo
para o educando e para todos os participantes. Nesse sentido, fala da
consecução ou não dos objetivos da aprendizagem. (...) O processo de avaliação
se coloca como uma situação freqüentemente carregada de ameaça,pressão ou
terror (1997:98)
·
A avaliação da aprendizagem se constitui
num processo, numa ação contínua que deve perpassar todo o período dedicado ao
ensino, aprendizagem.
·
Deve representar uma análise por parte do
professor e dos alunos, a respeito do que foi alcançado, para que resulte numa
tomada de posição no sentido de refazer ou continuar o desenvolvimento das
ações e do conteúdo selecionado.
·
Não deve representar apenas um julgamento
unilateral e momentaneamente estanque, feito pelo professor a respeito da
aprendizagem do aluno.
·
Os resultados das avaliações escolares devem
apresentar o aspecto qualitativo
·
Sabe-se que o sistema educacional exige o
registro dos resultados da avaliação escolar em forma de notas ou conceitos.
Estes símbolos, porem só terão valor, se representarem, em código, a
aprendizagem de fato realizada.
·
Há uma tendência geral entre os alunos e
professores em considerar avaliação da aprendizagem a aplicação de provas e
teste
TIPOS DE PLANEJAMENTO DE ENSINO.
O planejamento de ensino é desdobrável em três tipos, diferenciados por seu grau crescente de especificidade:
A) Planejamento de Curso-
O Plano
de Curso proporciona ao aluno, ao professor e a toda comunidade escolar
uma visão da trajetória e todo e do perfil do curso. O Plano de Curso traz em seu bojo a organização
curricular da escola, onde cada componente curricular vem com seus conteúdos,
objetivos, duração do curso, eixos temáticos, competências, etc.
O Plano de Curso se constitui na base fundamental para configuração
do plano de aula, numa unidade escolar qualquer. Só podemos elaborar um
plano de aula, após possuirmos inteiro conhecimento do Plano de Curso de uma determinada unidade escolar.
O plano de
curso traz muitas vantagens. Vejamos algumas:
·
Oportunidade ao
professor para adequar o programa a realidade de sua classe;
·
Permite a
distribuição da matéria pelo numero de aulas disponíveis
·
Permite melhor
orientação da aprendizagem, etc...
Plano de Unidade - o planejamento de unidade é
uma especificação do plano de curso. Uma unidade de ensino é formada de
assuntos inter-relacionados. O plano de Unidade também inclui objetivos,
conteúdo,etc.
Plano de Aula- é a seqüência de tudo o que
vai ser desenvolvido em um dia letivo.
Como elaborar um plano de aula?
O primeiro passo é indicar o tema
central da aula e a seguir estabelecer os objetivos da aula. Em seguida, estabelecem-se os procedimentos e
recursos de ensino
O plano de aula deve apresentar flexibilidade e
clareza.
Só aprende aquele
que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode,
por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o
aprendido-apreendido a situações existenciais concretas.
Paulo Freire
Um planejamento bem feito facilita muito a vida do professor ao longo do
ano, além de ampliar as dimensões e abordagens do que será trabalhado, mas sem
abrir mão de suas potencialidades criativas; informação, conhecimento, esforço
e ousadia.
OBSERVAÇÃO: NÃO ESTÁ NA ORDEM EM QUE FOI APRESENTADO EM SALA DE AULA.
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