FILME - LIXO EXTRAORDINÁRIO
SINOPSE:
Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a reimaginar suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.
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Vik Muniz recicla catadores do Aterro do Gramacho em “Lixo Extraordinário”
ESCRITO POR: Erik Von Farfan
O documentário “Lixo Extraordinário” relata a trajetória do lixo despejado no Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário da América Latina, localizado na periferia de Duque de Caxias, na extremidade Norte da Baía de Guanabara, recebe diariamente toneladas de lixo produzidas pelos habitantes do Rio de Janeiro e municípios vizinhos. Filmado ao longo de dois anos (Agosto de 2007 a Maio de 2009) “Lixo Extraordinário” acompanha o trabalho de Vik Muniz. Nesse lugar, ele fotografou um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens vai revelando a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a reimaginar suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.
Consagrado pelo público como melhor documentário em festivais como Sundance, Berlim, entre outros, o filme tem direção conjunta de João Jardim (Janela da Alma e Pro Dia Nascer Feliz), da cineasta Karen Harley e da documentarista inglesa Lucy Walker. “Lixo Extraordinário” também foi exibido fora de competição no Festival do Rio e na Mostra São Paulo, em 2010.
Segundo o dicionário “lixo” significa qualquer material considerado inútil, supérfluo, e/ou sem valor, gerado pela atividade humana. Antes de chegar ao Jardim Gramacho, Vik Muniz e os diretores do documentário não esperavam encontrar nada muito diferente disso, mas se surpreenderam ao conhecer pessoas cativantes, cheias de dignidade, como Tião, jovem presidente da Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho (ACAMJG), ou Zumbi, catador que resgata os livros do lixão e acabou montando uma biblioteca com os exemplares.
Inaugurado em 1970 como uma instalação para resíduos sólidos, o aterro se transformou em moradia para uma comunidade anárquica de catadores durante as crises econômicas dos anos 70 e 80. Esses catadores viviam e trabalhavam no lixo, com a coleta e venda de sucata e materiais recicláveis. Ao redor do aterro se estruturou a favela do Jardim Gramacho, que tem uma economia totalmente dependente do comércio de materiais recicláveis. Os trabalhadores removem diariamente toneladas de materiais recicláveis. Assim eles prolongam a vida do aterro, eliminando materiais que teriam sido enterrados e contribuem para o ex-lixão ter uma das taxas de reciclagem mais elevadas do mundo. O aterro sanitário do Jardim Gramacho está previsto para se fechado em 2012 e grupos como a ACAMJG estão lutando para aumentar o apoio e fornecer capacitação para os catadores.
Entrevista com João Jardim
Como você entrou no projeto?
Em novembro de 2007 fui procurado pela O2 e pelo produtor Angus Aynsley, eles estavam próximos de começar as filmagens em Gramacho e precisavam de um diretor brasileiro para tocar o projeto. Na época o que seria o filme ainda era uma grande incógnita. Todos procuravam pela história a ser contada através do trabalho do Vik com os catadores.
Como foi a aproximação com os catadores? O que mais te chamou atenção no convívio?
No início eles desconfiavam de tudo, não conseguiam entender o que era o trabalho do Vik e como aquilo poderia acontecer. No primeiro dia de filmagem eles simplesmente não apareceram, foi preciso irmos buscá-los. Mas com a convivência, a confiança mútua foi crescendo. O que mais me chamou atenção foi a força, a determinação daqueles que trabalham em Gramacho. Eu esperava encontrar o pior, mas encontrei algo muito diferente, pessoas interessantes, resistentes, que por um infortúnio da vida, uma dificuldade de adaptação ao mundo formal foram parar ali dentro, trabalhando com lixo. Logo percebi que é preciso empreendedorismo e resistência para estar ali.
Qual foi a maior dificuldade durante as filmagens?
A maior dificuldade foi encontrar o fio narrativo do filme, conseguir, sem ser piegas ou didático, contar a história de como a Arte pode tocar a vida daqueles que nunca imaginaram chegar perto dela.
Ao acumular prêmios de público como o de Sundance e do Festival de Berlim, o que você acredita que o filme tem de diferente de outros que mostram a vida nos lixões?
O diferencial do filme é o inesperado da evolução da iniciativa do Vik, é o desenvolvimento e a exposição de forma emocional, de um inesperado acontecimento na vida de pessoas que aparentam não ter nada a oferecer e que quebrando nossa expectativa acabam recebendo e oferecendo muito.
Entrevista com Karen Harley
Lixo Extraordinário é seu primeiro longa-metragem. Como foi a experiência?
O meu primeiro contato com o projeto “Lixo Extraordinário” se deu por meio de um convite do João Jardim, diretor que assumiu o filme após a saída de Lucy Walker, para montar o filme. Já que não havia um roteiro, a ideia era estruturar o filme em paralelo às filmagens. Eu assumi a direção quando o João saiu do projeto.
Qual a maior dificuldade que enfrentou e como foi a sua participação?
A minha participação, e o principal desafio, era construir uma linha narrativa em meio a 120 horas de material bruto filmado por 4 diretores; retratar o encontro entre um artista contemporâneo de sucesso e um grupo de pessoas que viviam do lixo, à margem da sociedade, e que nunca tinham tido qualquer contato com arte. A questão que permeava o filme era se a arte poderia mudar a vida dessas pessoas. Mas era preciso sair do estereótipo do herói que salva os necessitados e não ter um tom paternalista ou sensacionalista. Os personagens que encontramos no Jardim Gramacho eram surpreendentes, inteligentes e generosos e se transformaram na alma do filme.
Qual foi o maior aprendizado pessoal que “Lixo Extraordinário” te proporcionou?
O maior aprendizado que eu tive foi com os personagens/catadores do filme. Descobri que existe um mundo rico de valores, dignidade e humor num lugar onde normalmente só se vê miséria.
Como montadora, você assinou vários filmes premiados. O que a montagem do “Lixo” tem de especial?
O que é especial no filme são os personagens e a maneira como eles são revelados, através do Vik, ao longo do filme.
fonte de pesquisa: http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=2398
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MINHA ANALISE:
Na aula de "Prevenção para Saúde e Qualidade de Vida" conduzida pela professora Marcia, no dia 13/10/2014 foi passo um documentário que abordava o tema SUSTENTABILIDADE, assunto que se refere-se a tudo e principalmente a educação.
O documentário "Lixo Extraordinário" conta sobre o trabalho do artista plastico "Vik Miniz" e suas obras feitas apenas de lixo, fala sobre a realidade de como muitas famílias sobrevivem, e como ele contribuiu para tentar mudar a vida de um pequeno grupo de pessoas, e como isso se refletiu na vida de outras.
Durante a analise do filme em sala de aula, foi levantado a questão sobre o classicismo, como o ser humano tem a tendencia de separar e classificar tudo o que ele não compreende, como o pré-conceito influência na vida de cada pessoa e como esses ideais são passando de geração em geração.
Que educação que não é adquirida desde a infância e enraizado durante a adolescência, ele(a) se tornará em um adulto consciente de seus próprios atos e de como esses atos se refletiram na vida de outras pessoas, o filme fala também sobre a questão da visibilidade de como somos vistos e de como vimos os outros, de como damos mais importância as coisas triviais e que deixamos de lado as coisas que não são de nosso interesse ou que achamos que não fará diferença caso nós fiquemos de braço cruzado só assistindo como se fosse a uma novela.
Será que se fizermos algo pequeno, nossos atos serão insignificantes?
Será que se eu separar o meu lixo todos os dias, estarei ajudando uma família?
Se eu ou você tivesse uma ideia e colocasse ela em prática, com seguiríamos mudar a vida de um pequeno grupo de pessoas ou conseguiríamos mudar o mundo todo?
E AI O QUE VOCÊ ACHA?
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